O Ceratocone atinge uma em cada vinte mil
pessoas e o diagnóstico precoce pode impedir o transplante
O desenvolvimento
das tecnologias para o tratamento do Ceratocone está fazendo com
que o transplante de córnea passe a ser o último recurso dos médicos para
combater a doença. As técnicas adotadas pelos especialistas vêm conseguindo
resultados que ajudam a reduzir o número de transplantes de córnea. Uma
das técnicas indicadas é o implante de um anel na córnea.
“Através
do implante de anel intracorneano, também chamado Anel de Ferrara, é possível
corrigir a curvatura com um fortalecimento da córnea, restaurando o seu formato
arredondado. A técnica consiste na implantação de dois segmentos de arco de
acrílico especial na córnea, melhorando o conforto e a visão do paciente”,
explica o Dr. Renato Neves, Presidente da Sociedade Brasileira de Ceratocone e
um dos maiores especialistas brasileiros no tratamento da doença, com
pós-doutorado em Imunologia, Córnea e Catarata na Harvard Medical School -
Massachusetts Eye and Ear Infirmary e no MIT – Massachusetts Institute of
Technology.
Outra técnica
para tratar o Ceratocone é o Crosslink que se vale da aplicação de um
colírio para estimular novas ligações entre as moléculas de colágeno,
aumentando a resistência estrutural da córnea.
“É
feito um tratamento cirúrgico o crosslink, que tem como objetivo endurecer a
córnea para melhorar a estabilidade. Aplicamos um colírio a base de vitamina
B6 (Riboflavina), ativada através de um feixe especial de luz
ultravioleta para a maior união das fibras de colágeno, estabilizando assim a
evolução do ceratocone”, explica o Dr. Renato.
Quem
tem Ceratocone sofre uma acentuada baixa na acuidade visual e é obrigado a
trocar as lentes dos óculos com frequência. Os sintomas característicos do
Ceratocone são o desconforto visual, dor de cabeça e fotofobia.
A
doença gera uma progressão da Miopia e do
Astigmatismo. É caracterizada pelo afinamento e curvatura da
córnea que vai perdendo o formato arredondado e adquirindo um formato de cone.
Costuma ocorrer na adolescência e progride até por volta dos 30 anos.
O
Dr. Renato Neves alerta as pessoal para a necessidade de um diagnóstico
precoce do Ceratocone, para que seja possível atingir os resultados
esperados.
“O
ceratocone tem 4 graus evolutivos e dependendo da severidade da doença o
paciente pode perder a visão, resultando na necessidade de um transplante de
córnea. Mas com os tratamentos atuais é possível diagnosticar o problema com
uma topografia corneana e interromper o progresso do ceratocone com um
diagnóstico precoce, ajudando no tratamento”, conclui.
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