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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Pacientes precisam estar atentos às qualificações dos cirurgiões-plásticos



Médicos colombianos estão recebendo certificados brasileiros sem aulas práticas, segundo SBCP.

Especialista mostra o caminho para o paciente se certificar das competências do médico antes da cirurgia.
 

Membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) se encontraram com representantes da área na Colômbia e com integrantes do governo local, na última quarta-feira (27), para tratarem de uma possível fraude de especialização que médicos colombianos estão realizando no Brasil. De acordo com a SBCP, os profissionais estrangeiros assistem a uma aula teórica a cada dois meses em uma universidade particular situada na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e, ao fim de dois anos, saem com um certificado de especialização em cirurgia-plástica. O órgão brasileiro afirmou que o custo é de, no máximo, R$ 100 mil.

Segundo a SBCP, o Brasil possui um cirurgião-plástico para cada 45 mil habitantes, o que resulta em um país entre os líderes em realizações de operações estéticas e reparadoras no mundo. Hoje, já são mais de 5,5 mil cadastrados no órgão, entre titulares, associados e aspirantes a membros.

O cirurgião-plástico brasiliense Dr. Sérgio Morum alerta aos pacientes e para quem quer se submeter a um procedimento que é de extrema importância conhecer as qualificações do cirurgião e explica os instrumentos necessários para fazer essa verificação. “Existem duas maneiras: uma é pelo site da SBCP e outra através é através do número de registro no Conselho Federal de Medicina (CFM). O médico atuante na cirurgia-plástica não precisa, obrigatoriamente, ter o título de membro da SBCP, apesar de demonstrar mais credibilidade ao paciente. Mas todos precisam ser cadastrados no CFM, e ali o paciente pode possuir todas as informações a respeito do profissional.”

Dr. Morum está há 11 anos no mercado estético. Formado em medicina pela Universidade de Brasília, concluiu sua especialização na área em 2005, após realizar residência em cirurgia plástica no Hospital dos Defeitos da Face, em São Paulo (SP), e no mesmo ano foi aprovado como membro especialista na SBCP. Em 2006, fez pós-graduação na área pela New York University School of Medicine, nos Estados Unidos. O médico, que frequentemente vai a congressos e simpósios internacionais, ressalta que, para se tornar um especialista em procedimentos estéticos, é necessário muito mais do que uma aula teórica a cada 60 dias. “Para poder ser cirurgião plástico, você precisa realizar uma residência de pelo menos cinco anos, reconhecida pelo MEC ou pela SBCP, em hospitais credenciados. É obrigatória essa residência, pelo menos.”

A respeito do caso envolvendo os médicos colombianos, Dr. Morum reforça a preocupação com a segurança dos pacientes no país. “É um absurdo que se permita formar cirurgiões-plásticos dessa maneira. É muito grave, porque a vida do paciente pode estar em nossas mãos, e um erro é crucial nesses momentos. Fazer residência é um processo concorrido, entrar na SBCP também o é, e não é um curso de 12 finais de semana que vai dar todo o conhecimento necessário.” O médico brasiliense afirma que as consequências de realizar cirurgias com profissionais não capacitados podem ser traumáticas. “Além do risco de morte que o médico sem capacitação adequada submete seus pacientes, a chance de o procedimento estético ter complicações, ou chegar num resultado não esperado pelo paciente, aumenta consideravelmente”.


Dr. Sérgio Morum - Cirurgião-plástico
Complexo Brasil XXI: SHS 06 - Conjunto A - Torre E, Sala 820 - Asa Sul - Brasília-DF

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