Visitar
o veterinário a cada seis meses faz a diferença quando o tema é o bem-estar e a
longevidade do pet
Tosse, cansaço e perda de peso podem ser
sintomas de doenças cardíacas, especialmente em animais idosos
O
seu bicho de estimação anda tossindo ou demonstrando cansaço fora do comum?
Fique alerta, pois este pode ser um sinal de que o coração do pet precisa de
cuidados especiais. Quem alerta é Alexandre Bendas, cardiologista veterinário
do Instituto de Especialidades em Medicina Veterinária do Rio de Janeiro.
Segundo
ele, os sinais clínicos de doença do coração em pets nem sempre são evidentes,
mas a progressão do distúrbio traz alguns indícios como tosse seca, perda de
peso, cianose de língua [um sintoma marcado pela coloração azul-arroxeada
das mucosas], apatia e síncope. A doença mais comum em cães de pequeno
porte é a endocardiose valvar. Nos de grande porte, a cardiomiopatia
dilatada. Já nos felinos a mais comum é a cardiomiopatia hipertrófica.
“Outro
ponto de atenção é que, assim como nos humanos, um dos fatores que pode
desencadear doenças cardíacas é a idade. Quanto mais idoso o cão ou o
gato, maior a chance de alguma debilidade”, argumenta a veterinária Andressa
Felisbino, da DrogaVET – a maior rede de farmácias de manipulação veterinária
do Brasil.
Os sinais clínicos de doença do
coração em pets nem sempre são evidentes
Tratamento
Alexandre
Bendas explica que assim como em humanos, a ciência veterinária evoluiu no
tratamento das enfermidades cardíacas fazendo uso, inclusive, de marca-passos e
de procedimentos minimamente invasivos. No entanto, ainda não há prevenção para
a maioria dos distúrbios cardiológicos que acometem cães e gatos, especialmente
as enfermidades congênitas. A exceção é a Dirofilariose, também conhecida como
“verme do coração”, cuja prevalência vem aumentando no Brasil, principalmente
no estado do Rio de Janeiro. A Dirofilariose pode ser prevenida com
administração de medicamentos mensais ou anuais.
“O mais importante é o
diagnóstico precoce, antes do desenvolvimento de insuficiência cardíaca
congestiva. Isso irá aumentar a sobrevida e a qualidade de vida desses
animais”, ressalta.
Por
isso a necessidade de ficar atento ao comportamento diário do pet. “Manter uma
alimentação equilibrada e balanceada para cada animal – especialmente no caso
de cardíacos, filhotes, idosos ou alérgicos; visitar o veterinário a cada seis
meses, ser rigoroso na administração dos medicamentos e manter uma rotina de
exercícios e passeios também faz a diferença quando o tema é o bem-estar e a
longevidade do bicho de estimação”, complementa Andressa.
No
caso da necessidade de tratamento o especialista Alexandre Bendas orienta o uso
dos remédios manipulados. “Por meio da manipulação dos princípios terapêuticos
em biscoitos com sabor, o dono terá mais facilidade na hora de dar o remédio ao
pet”, destaca. “A manipulação também permite controle mais efetivo da
quantidade de medicamento que os pacientes recebem, pois o cálculo da dose é
preciso em relação ao peso do animal - o que nem sempre é possível no caso de
medicamentos comerciais em que o tutor precisa fracionar manualmente os
comprimidos em casa”, salienta a veterinária Andressa Felisbino.
Vale
lembrar que todos os animais que serão submetidos a processos anestésicos devem
realizar avaliação cardiológica, independentemente da idade e do tipo de
cirurgia, seja ela castração ou tratamento periodontal.
Saiba
mais
Endocardiose
valvar: também conhecida como degeneração mixomatosa, afeta frequentemente
a válvula mitral. Ela é mais comum em raças como o Poodle, Schnauzer Miniatura,
Chihuahua, Fox Terrier, Cocker Spaniel, Cavalier King Charle
Spaniel e Boston Terrier.
Cardiomiopatia
dilatada: ocorre quando o músculo cardíaco está fino, enfraquecido e não se
contrai corretamente - podendo levar à insuficiência cardíaca congestiva e com
acúmulo de líquidos no pulmão, tórax, cavidade abdominal ou no tecido
subcutâneo. As raças mais afetadas são Doberman, Boxer, São Bernardo e Afghan
Hounds.
Cardiomiopatia
hipertrófica: é uma patologia do músculo cardíaco que acomete os gatos,
principalmente das raças Maine Coon, Ragdoll e Persa. Ela pode evoluir para
retenção de líquido no pulmão (edema pulmonar) ou no tórax (efusão pleural),
consequência de insuficiência cardíaca congestiva. Neste caso o sintoma
principal é a dificuldade respiratória, acompanhada de redução na atividade e
falta de apetite.
Falta
de coordenação ou paralisa de membros também podem ser sintomas causados pela
formação de coágulos dentro do coração dos pets e que migraram para artérias
menores. O tromboembolismo é frequentemente encontrado nos felinos.
DrogaVET
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