Independência,
equilíbrio emocional e autoestima são fatores determinantes para garantir
qualidade de vida na terceira idade
Alunas idosas do Supera exercitam o cérebro
com o ábaco
No
dia 1° de outubro é comemorado o Dia do Idoso no Brasil. Nesta data, muita
gente lembra de parabenizar as pessoas queridas, mas poucos se lembram de que
todos nós um dia vamos chegar aos 60. E o que você está fazendo para chegar lá
com saúde e qualidade de vida?
Envelhecimento
ativo significa maximizar oportunidades aos idosos, manter a autonomia e a
independência na terceira idade. De acordo com especialistas, trata-se do
aumento da expectativa de uma vida saudável, mesmo no período da aposentadoria.
É
na aposentadoria que muitas pessoas interrompem uma série de atividades, tais
como estudos, trabalho e exercício físico.
De
acordo com a gerontóloga e doutoranda em Cognição e Envelhecimento pela
Faculdade de Medicina da USP, Thaís Bento Lima, essa interrupção necessita de
preparo e de planejamento prévio gradativo e bem estruturado para garantir um
envelhecimento ativo.
“Embora
a aposentadoria seja um marco social de grande relevância, ela apresenta um
grande contingente de indivíduos, sejam eles adultos maduros ou idosos que não
se preparam previamente enquanto estão ativos na vida ocupacional”, afirma a
gerontóloga.
Thaís
completa dizendo que a ociosidade na aposentadoria pode ocasionar depressão e
ansiedade.
“Dados
científicos comprovam que o processo de aposentadoria pode ocasionar alterações
biopsicossociais na vida dos indivíduos, sendo alguns deles de caráter
emocionais e de humor, como o surgimento de quadros depressivos, ansiedade
generalizada, ou ociosidade por falta de preenchimento de rotina”, completa.
Essas
alterações biopsicossociais provocam baixa autoestima, afirma a gerontóloga.
“Isso
acarreta a desinteresse por atividades que antes tinha prazer e altera sua
iniciativa para a realização de tarefas básicas como autocuidado, e complexas
como administração de finanças, planejamento de uma viagem e comunicação com
familiares e amigos próximos”.
Para
ela, o processo de isolamento social acontece, principalmente, entre os homens
e afeta o desempenho da memória.
“Para
evitar a ociosidade decorrente, por exemplo, de um processo de aposentadoria,
sugerimos ao indivíduo maximizar suas oportunidades, como preconiza a Organização
Mundial de Saúde, ou seja, otimizando sua participação em atividades culturais,
intelectuais e esportivas, assim como sua rede de relações sociais”, diz Thaís
Bento.
Este
processo de maximização de oportunidades também recebe o nome de
ressignificação da velhice, que é a readequação e ressignificação a esta nova
etapa da vida.
Envelhecimento
ativo – qual a melhor forma de fazer o idoso reconhecer o seu valor?
Um
dos mecanismos de autoconhecimento e da valorização pessoal é através do
acompanhamento profissional especializado, com o objetivo de resgatar a
história de vida do idoso, desmistificando mitos e estereótipos do
envelhecimento.
“Neste
processo, o idoso é direcionado a refletir sobre sua trajetória, conquistas e projetos
de vida a partir de um Plano de Atenção Gerontológica, que tem como objetivo
preencher a rotina e mapear as atuais necessidades e demandas do indivíduo”,
completa Thaís.
Esse
mapeamento vai proporcionar autoconhecimento, reflexões, estratégias de enfrentamento
para possíveis questões não superadas e metas cotidianas.
Portanto, a promoção de um
envelhecimento ativo exige a maximização de oportunidades.
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