Entre as
principais causas estão o fato de não
tomá-la todos os dias no mesmo horário ou não deixá-la em lugar visível; o
stress e a agenda atribulada também colocam em risco a prevenção à gravidez
Multitarefa
é um adjetivo que define bem os millennials - geração composta por
jovens adultos na faixa entre os 20 e 35 anos. A capacidade de fazer várias
coisas ao mesmo tempo e ter conhecimento sobre os mais variados assuntos faz
com que esses jovens estejam sempre antenados e por dentro de tudo o que
acontece.
No
entanto, tanta informação somada à uma quantidade ilimitada de tarefas está
fazendo com que esses jovens se estressem cada vez mais. No caso das mulheres,
o estresse tem sido causa de esquecimento frequente de atividades comuns do dia
a dia, como tomar a pílula anticoncepcional; levar chaves, carteira e celular;
ou tirar a maquiagem antes de dormir, por exemplo. É o que aponta a pesquisa
global "Millennials e Contracepção - Por que nos esquecemos?",
realizada pela Bayer em vários países e que contou, no Brasil, com apoio do
Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O
estudo teve como objetivo chamar atenção para o Dia Mundial
da Prevenção da Gravidez Não Planejado (26
de setembro), celebrado essa semana.
O
estudo explorou como a memória das mulheres millennials pode ser impactada
pelo estresse, levando em consideração as mudanças no estilo de vida delas
em um curto espaço de tempo e a influência disso em suas atividades e hábitos
diários. A pesquisa foi conduzida em nove países (Alemanha, Bélgica,
Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Irlanda, Itália e México) com mulheres
entre 21 e 29 anos, que fazem uso de pílulas anticoncepcionais.
Brasileiras
- Por que elas esquecem?
No
Brasil, mais de 16 milhões de mulheres se encontram na faixa entre 20
e 29 anos, o que representa 16,2% da população total, segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2016). A pesquisa apontou que
boa parte delas esquece regularmente de fazer atividades cotidianas.
Entre as ações mais esquecidas estão tomar a pílula anticoncepcional (58%),
remover a maquiagem antes de dormir (20%) e levar consigo
chaves, carteira e celular (10%). Elas atribuem isso a uma tendência
em ser esquecida (39%), ter alguma preocupação (30%) e
mudanças na rotina (13%).
De
acordo com o estudo, as brasileiras são as que mais esquecem de tomar a
pílula anticoncepcional. Enquanto a média mundial ficou em torno de 39%, no
Brasil, 58% delas apontaram esquecimento pelo menos uma vez no último
mês, seguidas das norte-americanas (54%) e das irlandesas e belgas (ambas
42%). Considerando o último ano, a taxa de esquecimento sobe para
89% entre as brasileiras.
Em
relação à pílula, os principais motivos apontados para o esquecimento são não
tomá-la todo dia no mesmo horário (32%), não deixá-la em lugar
visível (21%), estresse no trabalho ou nos estudos (20%)
e agenda cheia (17%).
Outro
aspecto sensível é que seis em cada dez brasileiras (58%) não tomam a pílula
no mesmo horário todos os dias. Quase 40% delas não considera
necessário esse cuidado. "A pesquisa mostrou que mulheres que não
têm o costume de tomar a pílula todos os dias no mesmo horário tendem a esquecê-la.
Ou seja, manter uma rotina contribui para o não esquecimento. Além disso,
algumas pílulas, por terem baixa dosagem hormonal, devem ser ministradas sempre
no mesmo horário para garantir a eficácia. De acordo com o Estudo Coraliance,
realizado na França, as pílulas, quando tomadas diariamente e sem pausa, ajudam
a melhorar a adesão por não haver quebra na rotina das mulheres. É importante
lembrar que a continuidade do uso também traz benefícios adicionais como a
redução do sangramento, a melhora da acne e dos sintomas da TPM",
afirma Dr. Afonso Nazário, ginecologista e Professor Livre-Docente do
Departamento de Ginecologia da UNIFESP.
Estresse,
agenda atribulada, mudanças. Segundo as participantes da pesquisa, essa rotina
influencia o esquecimento do uso correto do contraceptivo - 64% das
brasileiras são mais propensas a esquecer a pílula quando estão preocupadas.
Esse fato gera um outro comportamento também apontado pela pesquisa: dessas
mulheres, 74% já consideraram métodos contraceptivos que não precisam ser
tomados diariamente.
Desde
2014, a Academia Americana de Pediatria juntamente com o Colégio Americano de
Ginecologia e Obstetrícia recomenda o uso de métodos contraceptivos reversíveis
de longa duração para todas as mulheres. O objetivo vai além de evitar a
gravidez não planejada, mas também adentra aos impactos sociais, econômicos e
na saúde pública que uma gestação não planejada pode acarretar.
"Uma
gravidez não planejada entre adolescentes tem consequências negativas para as
jovens, suas famílias e também para a sociedade. O planejamento reprodutivo
voluntário é um dos maiores avanços do último século em saúde pública e um dos
investimentos mais custo-efetivos que um país pode realizar para o bem das
próximas gerações", ressalta Marta Finotti, ginecologista, membro da
Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da FEBRASGO.
No
Brasil, o contraceptivo mais utilizado depois da pílula anticoncepcional é o
dispositivo intrauterino, mais conhecido como DIU, de acordo com dados da
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS). O DIU
oferece a durabilidade de até 5 anos no caso do hormonal e de 10 anos no de
cobre, e ambos possuem índice baixo de falha - entre 0,2% e 0,8%.
Os
métodos contraceptivos reversíveis de longa duração são recomendados como
opções de primeira linha para evitar a gravidez não planejada na adolescência,
já que oferecem alta segurança e eficácia contraceptiva, não dependem da disciplina
da mulher e podem ser interrompidos a qualquer momento, caso haja o desejo de
ser mãe.
"Um
ponto fundamental a ser ressaltado é que a escolha do método contraceptivo,
seja ele qual for, deve ser feita com a orientação do ginecologista, para avaliar
o método que melhor se adequa ao dia a dia e as necessidades da paciente,
respeitando sempre as contraindicações e as possíveis restrições ao uso", conclui a Dra. Finotti.
Contracepção
X Prevenção
Um
dado preocupante da pesquisa aponta que, em todos os países, as mulheres
abandonam o uso do preservativo (camisinha) quando utilizam a pílula como
método anticoncepcional e essa tendência aumenta com a idade. No início
da segunda década de vida, apenas 17% delas combina os dois métodos,
já no final, esse percentual cai ainda mais, alcançando 11%.
As
brasileiras estão entre as que menos utilizam o preservativo quando
adotam a pílula, apenas 6% delas combinam os métodos. Ficam atrás
somente das irlandesas (5%). As americanas são as que mais combinam contracepção
com prevenção; 29% delas usam preservativo mesmo tomando anticoncepcional.
Levando
em consideração que a maior concentração dos casos de AIDS no Brasil está na
faixa entre 25 e 39 anos para ambos os sexos (53,6% entre eles e 49,8%
entre elas), segundo o Ministério da Saúde, esse dado da pesquisa mostra a
sensibilidade do tema e a necessidade de uma maior conscientização para a
prevenção de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis).
É sua vida, é sua decisão
Com o
objetivo de melhorar a educação sexual,
promover a conscientização sobre a contracepção moderna e reduzir os altos
índices de gravidez não planejada e/ou de doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs) em todo o mundo, foi
criado o Dia Mundial da Prevenção da
Gravidez Não Planejada, que acontece em 26 de setembro. Cada ano a campanha tem
um tema, e o de 2016 é : "É sua vida, é sua decisão". A ação é
uma iniciativa de ONGs e sociedades internacionais - com
apoio mundial da Bayer, e acontecerá pelo décimo ano consecutivo
em mais de 70 países da Europa, Ásia e América Latina. No Brasil, a Escola
Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo
(EPM-Unifesp) é parceira do projeto. No site da campanha www.vivasuavida.com.br é possível
encontrar diversas informações sobre sexo seguro, gravidez e contracepção,
entre outros temas.
Bayer
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