Muitas meninas acreditam
que o consumo de adoçantes ou de produtos com edulcorantes seja a opção mais
saudável para perda de peso, mas a profissional alerta para os riscos
desta escolha
Antes mais comum na mesa de adultos e de pessoas com mais
idade, os também chamados edulcorantes estão sendo consumidos, atualmente, de
forma exagerada por adolescentes que não querem engordar. No entanto, a
substituição do açúcar para adoçar sucos, cafés, chás etc pode não ser a mais
saudável. Os adoçantes artificiais podem provocar, por exemplo, alteração da
flora intestinal, um fator de risco para doenças como obesidade e diabetes
melittus. O alerta é da nutricionista Ana Poletto que, por meio das
experiências em consultório, tem notado o aumento desenfreado no consumo desses
produtos por parte dos jovens e sem qualquer orientação.
“Muitas adolescentes relatam que
substituem o açúcar pelo adoçante quando querem perder peso, sem qualquer
orientação profissional. Mas é preciso destacar que a quantidade utilizada para
adoçar e a qualidade desses produtos devem ser levadas em consideração. Caso
contrário, a troca pode sair cara para a saúde. Dados científicos mostram que o
consumo de adoçantes artificiais pode provocar, por exemplo, alteração da microbiota
intestinal ou flora intestinal. Esta alteração é um fator de risco para doenças
metabólicas como obesidade e diabetes melittus, além de aumentar a vontade para
o consumo de doces", afirma Ana.
A profissional explica que uma
alternativa, menos prejudicial, seria o uso consciente de adoçantes naturais
derivados de planta mas, mesmo assim, o ideal ainda seria comer menos produtos
acrescidos de açúcares e adoçantes e não adoçar os alimentos. “Conseguir
identificar o sabor natural dos alimentos é o melhor caminho. Ou seja, o melhor
é desembalar menos e descascar mais. Que tal optar por fontes naturais de
açúcar, como as frutas? Cabe ressaltar que o ‘açúcar’ que se consome
‘escondido’ nos alimentos industrializados, muitas vezes na forma de xarope, pode
elevar o ácido úrico”, ressalta.
Tipos de adoçantes
Os adoçantes podem ser classificados, por
exemplo, de acordo com o valor calórico. Edulcorantes nutritivos fornecem o
mesmo valor calórico dos açúcares (frutose, glicose, maltose, entre outros), já
os edulcorantes não nutritivos são pouco calóricos ou não calóricos
(acessulfame K, ciclamato, sacarina, sucralose). Há também os adoçantes obtidos
de extratos vegetais como estévia e taumatina considerados nutritivos.
Tipos de açucares
Há uma variedade presente no mercado:
açúcar demerara, açúcar mascavo, melado de cana, açúcar de coco, açúcar
refinado, entre outros. No entanto, Ana explica que a diferença entre eles não
está no teor de sacarose, ou seja, no teor de açúcar, mas sim na qualidade
nutricional.
“As versões não refinadas, além de não
terem adição de aditivos químicos, conservam a qualidade de micronutrientes
como vitaminas do complexo B, magnésio, cálcio, cobre, entre outros. O açúcar
refinado branco, além de receber adição de compostos químicos para o
clareamento, perde boa parte de suas vitaminas e minerais. O açúcar de coco,
por exemplo, é uma alternativa saudável, mas é importante destacar que não há
dados suficientes na literatura científica que comprovem um menor índice
glicêmico”.
Dra. Ana Poletto - formada em Nutrição
pela Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná e possui mestrado e
doutorado em Fisiologia Humana pelo Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo (USP). Atua como nutricionista clínica, palestrante
em congressos e eventos e é docente em cursos de pós-graduação em Nutrição
Clínica, nas áreas de Genômica, Endócrino e Bioquímica. Possui trabalhos
publicados em revistas internacionais e nacionais e participa ativamente de
congressos no Brasil e no exterior.
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