Nos últimos meses, a pandemia do novo coronavírus tomou conta de todo o mundo. Milhares de empresas colocaram seus funcionários em home office, o comércio fechou, os restaurantes se fortaleceram com os deliverys, muito negócios se reinventaram, migrando para o online, mas, um setor em especial, tem sofrido absurdamente com os efeitos da crise de saúde: o de entretenimento.
O setor foi o primeiro a parar e
certamente será o último a retornar. Leio muitos críticos de internet
comentando que os líderes do segmento são milionários, que são artistas que
vendem seus shows a preço de ouro, ganham em cima de publicidade, entre outros
produtos. De fato, isso não é mentira, mas esses analistas se esquecem da base
do setor, aqueles que trabalham nos bastidores para que tudo aconteça.
Estamos falando dos produtores de
eventos, do vendedor de pipoca, do fornecedor do som, do barman, do músico que
sobrevive com o couvert. Esses profissionais não estão tendo opção de criar
lives e faturar com patrocínios, conforme boa parte dos artistas do mainstream
têm feito. A crise nos pede para olhar para a base da pirâmide.
Um fato positivo trazido pelo momento é
o exercício da empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Isso nos
fez levantar cestas básicas, casas, ajudas de custo, mas, ainda precisaremos de
mais. É necessário pensar em não pedir o ingresso de volta para salvar o
produtor de eventos e considerar o enorme impacto que essa devolução tem neste
ecossistema.
Precisaremos adotar artistas locais e
regionais como forma de manter o seu negócio. Não deixemos de consumir a arte
do pequeno, assim como as campanhas falam dos estabelecimentos comerciais.
Existem, no setor, milhares de chefes de família, mães, pais e filhos que tiram
dali o seu único sustento.
Um povo sem cultura e entretenimento é
um povo pobre e caberá a todos os consumidores do setor pensar no pequeno.
Olhar a base da pirâmide. Que tal começar adotando um artista local? A ideia
aqui não é o incentivo financeiro, mas que tal divulgá-lo diariamente nas redes
sociais, apresentar para um amigo, para que ele não desanime e continue
crescendo?
O seu artista nacional preferido, um
dia já foi local, valorize-o desde já. Enfim, sairemos mais fortes e, em breve,
estaremos contemplando a arte em conjunto.
Alex Monteiro
- sócio da Non Stop, maior agência de talentos digitais do
Brasil
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