Posicionamento da associação se deve a estudo da agência de saúde do Reino Unido que constatou que pacientes obesos com Covid-19 apresentam um risco de mortalidade adicional de 90%
No último sábado, 25 de julho, a Public Health
England (PHE), agência executiva do Departamento de Saúde e Assistência Social
do Reino Unido, publicou um estudo no qual mostra que quanto mais elevado o
Índice de Massa Corporal (IMC) acima do peso saudável maior o aumento dos
riscos de hospitalização, tratamento intensivo e morte pelo novo coronavírus.
De acordo com a pesquisa que analisou evidências sobre a relação entre a
covid-19 e a obesidade, pacientes acima do peso apresentam um risco de
mortalidade adicional de 40% pela doença. Em pacientes com diagnóstico de
obesidade as chances de óbito acrescem em 90%.
Diante deste indício associando a obesidade e o
agravamento da covid-19, a Associação Brasileira Low Carb (ABLC) vem a público
reforçar a eficácia da adoção de uma prática alimentar com baixa quantidade de
carboidratos no combate e tratamento do sobrepeso, da obesidade e de doenças
crônicas relacionadas, como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas
cardiovasculares.
O médico e diretor-presidente da ABLC, José Carlos
Souto, enfatiza que há fatores, como a idade avançada, que não podem ser controlados
no sentido de mitigar os efeitos nocivos da covid-19. "O peso, contudo, é
um fator de risco sobre o qual é possível atuar", declara.
Para isso, a estratégia alimentar low carb é muito
importante. O que pode ser comprovado, conforme Souto, através de dezenas de
ensaios clínicos randomizados mostrando que a perda de peso está atrelada a uma
dieta que prioriza carnes, ovos e vegetais e evita a ingestão de açúcar e amido
presentes em pães, massas e biscoitos, por exemplo.
Artigo científico recentemente publicado na
Diabetes Research and Clinical Practice, diário oficial da Federação
Internacional de Diabetes, mostra que além da obesidade, a hiperglicemia é
fator para o agravamento da covid-19. Conforme a publicação, não é preciso ter
diabetes para que o alto nível de açúcar no sangue piore o prognóstico e
aumente o risco de morrer pela doença causada pelo novo coronavírus.
Souto destaca que a mesma estratégia para
emagrecimento e combate da obesidade é utilizada para diminuir a glicemia.
"Uma solução para reduzir dois dos principais fatores de risco
modificáveis para desfechos ruins com covid-19 é a low carb, que
comprovadamente reduz a obesidade e a hiperglicemia", afirma.
Nesse sentido, reitera o diretor-presidente da
ABLC, deve-se evitar o consumo de açúcar e amido. "Não apenas açúcar,
propriamente dito, mas açúcar demerara, mel, sucos de fruta e doces", diz.
No que se refere à alimentos que contêm amido, recomenda-se a restrição não
somente de industrializados, como pães, massas e biscoitos, mas de alimentos
naturais, como tapioca, mandioca, batata, batata doce, milho e arroz (integral
ou não).
A dieta, como já destacado, deve-se basear em
proteínas e gorduras. "Saladas, legumes, carnes (de boi, peixe, ave,
porco, ovelha), frutos do mar, laticínio, frios, nada disso elevará a sua
glicemia", afirma Souto.
A obesidade e a alta quantidade de açúcar no sangue
contribuem para o agravamento da covid-19 por seu alto poder inflamatório. Uma
estratégia alimentar que contenha menos carboidratos e, portanto, gere perda de
gordura e normalize a hiperglicemia, pode resultar, conforme o artigo publicado
pelo diário oficial da Federação Internacional de Diabetes, em uma diminuição
da liberação de citocinas inflamatórias e em uma menor capacidade de ligação da
proteína ACE2 ao vírus, dois fatos que consistentemente auxiliam na melhora do
prognóstico em pessoas afetadas pela covid-19.
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