Cartaz foi produzido pela estudante Mariana Taques Crédito: Mariana Taques |
Um projeto sobre violência doméstica que teve início como um trabalho escolar invadiu as redes sociais e, agora, os condomínios e estabelecimentos comerciais de Curitiba. Os estudantes Paola Nogaroli, de 17 anos, e Artur Cintra, de 16 anos, criaram a campanha "Você nunca estará sozinha" para a disciplina de CAS (Criatividade, Atividade e Serviço) do Colégio Positivo - Internacional, inspirados no aumento de casos de violência doméstica durante a pandemia. "O isolamento social intensificou a convivência entre os familiares. O cenário de ansiedade, apreensão, incertezas e adversidades imposto pela pandemia, além do consumo excessivo de álcool nesse período, colaborou para o aumento da tensão dentro de casa - o que tem desencadeado um aumento de diversas formas de agressão", conta Paola.
Em abril, quando o isolamento social imposto pela
pandemia já durava mais de um mês, a quantidade de denúncias de violência
contra a mulher recebidas no canal 180 deu um salto: cresceu quase 40% em
relação ao mesmo mês de 2019, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família
e dos Direitos Humanos (MMDH). "O que mais me preocupa não são os números
gritantes de notificações, mas as pessoas que não conseguem denunciar",
explica Artur. Adicionar legenda
Por isso, o foco da campanha é na divulgação das
formas de denúncia, sendo a principal delas o telefone 180. Um cartaz destaca o
número e traz um QR Code que leva a uma landing page com informações completas
sobre o tema. A imagem impactante do cartaz, criada pela estudante Mariana
Taques, se espalhou pelas redes sociais, com mais de 3 milhões de pessoas
impactadas. Além disso, os estudantes contaram com o apoio de amigos e
professores, que colocaram o cartaz em lugares públicos de grande circulação de
pessoas, como elevadores e estabelecimentos comerciais.
Agora, por meio de uma parceria com a Outdoormídia, a campanha chega às ruas de Curitiba (PR). O cartaz está sendo exibido em 16 outdoors digitais e mobiliários urbanos espalhados pela cidade toda. "Temos visto relatos de meninas e mulheres que estão sofrendo em isolamento com companheiros abusivos, vítimas de agressão física, abuso psicológico, emocional e sexual - e cabe a nós, enquanto sociedade, proteger essas mulheres", afirma Paola.
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