Especialistas
explicam os sintomas mais comuns e ensinam como lidar com a doença
A crise de ansiedade tem
sintomas físicos característicos que fazem com que a pessoa perceba que algo
diferente está acontecendo. Taquicardia, respiração ofegante, sudorese
excessiva, tremores, alterações intestinais, insônia, formigamento, falta de
ar, alterações alimentares, dores de estômago, entre outros sintomas são
comuns. O comportamento online das pessoas também tem servido como base para
mostrar como a ansiedade cresceu desde o início da pandemia e como ela preocupa
a população. Uma pesquisa recente do Google, revela que a procura dos
brasileiros pela frase “como é ter crise de ansiedade” teve uma alta superior a
5.000% entre janeiro a julho e a busca pelo tema ansiedade como um todo
aumentou três vezes mais do que a média dos últimos 16 anos.
Um outro estudo realizado
por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que
a ansiedade tem afetado mais a população adulta do Estado de São Paulo, segundo
dados coletados entre os dias 24 de abril a 24 de maio.
Para entender melhor os
sintomas, como tratar e para que as condições dos pacientes não se agravem, a
psiquiatra do São Cristóvão Saúde, Dra. Daniela Gava e a psicóloga do CAIS -
Centro de Atenção Integral à Saúde, Aline Melo, abordam informações sobre a
crise de ansiedade e como lidar com o distúrbio.
“A ansiedade como emoção
humana é autolimitada e nos ajuda a criar saídas, soluções para o que está por
vir. Ela passa a ser um transtorno mental quando é persistente, de difícil
controle, desproporcional às situações que estão mobilizando o sofrimento,
invariavelmente acometendo o padrão funcional dessas pessoas. O transtorno de
ansiedade pode se manifestar de diversas formas clínicas, como transtorno do
Pânico, TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo, Fobias, Transtorno de Ansiedade
Generalizado e Transtorno de Estresse pós-traumático, e exigem tratamentos
específicos.”, afirmou a psiquiatra, Dra. Daniela Gava.
Durante uma crise de
ansiedade, os pensamentos da pessoa ficam muito confusos e desordenados, por
isso, a dica é tentar manter a atenção no que realmente está ocorrendo e não
nos pensamentos ruins. Isso pode ajudar a pessoa a se conectar com a realidade
e tirar o foco da ansiedade. É importante tentar trabalhar a respiração de
maneira pausada e profunda, para acalmar tanto os sintomas físicos como
emocionais, ajudando na recuperação de controle e relaxamento. Se aproximar de
alguém de confiança, também ajuda a sentir-se mais seguro nesse momento.
Quem nunca teve uma crise de
ansiedade pode não entender o que o outro está passando, não saber como ajudar
ou até mesmo atrapalhar. A doutora Daniela diz que basta agir de forma
empática, se mostrar preocupado, ouvir o que a pessoa tem a dizer e sugerir
atividades que desviem o foco da crise. A psicóloga Aline reforça ainda a
importância da respiração nesse momento. “Tente focar a
atenção da pessoa em outros pontos em vez de querer compreender o motivo ou o
que a pessoa está sentindo, como em um exercício de respiração mais pausada e
profunda ou outras possibilidades de relaxamento, sempre visando acalmar, de
maneira gradativa a pessoa.” disse.
Caso a pessoa não esteja
conseguindo dormir há dias ou esteja com uma gastrite, por exemplo, que não
melhora nem com medicamentos para o estômago por conta da ansiedade, é
necessário procurar um serviço especializado para entender o grau dos sintomas
e indicarem o melhor tratamento. “A medicação é um fator extremamente
importante para o controle da ansiedade quando a pessoa não consegue mais
controlar sozinha, porém, existem outras formas que pareadas a medicação, podem
potencializar seu efeito e contribuir de uma maneira efetiva na melhoria dos
pacientes. A psicoterapia é uma delas: aprender sobre si, seus gatilhos
associados a ansiedade, desenvolver reflexões para melhoria de comportamentos e
crenças colaboram para uma evolução positiva. Técnicas de relaxamentos,
meditação e exercícios físicos também podem ajudar nesse processo de recuperação,
porém, sempre é importante em paralelo a tudo isso o acompanhamento médico no
que diz respeito adaptação desse paciente em relação a medicação, dosagem e
tratamento.”, afirmou a psicóloga, Aline Melo.
E o principal, faça
atividades prazerosas, como pintar, costurar, cozinhar, entre outras. “Tudo que
lhe gera prazer te confere uma sensação de bem-estar, melhorando seu quadro
emocional, por isso, encontre momentos em seu dia para realizar atividades que
te tragam alegria. Nosso corpo precisa de momentos de relaxamento para aliviar
o estresse e os momentos de tensão. A meditação, os exercícios físicos e o
relaxamento são ótimos para trabalhar o controle da ansiedade.”, finaliza Aline
Melo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário