No
dia 29 de julho de 2020, foi anunciado pelo Banco Central (BACEN) que, em
agosto, será colocada em circulação a nota de R$200,00, que incorporará a
imagem do lobo-guará. Se antes, a nota de maior valor era a de R$100,00, agora,
essa será substituída e o maior valor nominativo de dinheiro vivo em circulação
será de R$200,00.
Segundo
a diretora de administração do BACEN, essa nova nota é necessária para reduzir
os custos de impressão, pois neste momento, aumentou a demanda por papel-moeda
(dinheiro vivo ou em espécie). Esse aumento foi causado pelo cenário de
incerteza que vivemos, diante da pandemia instalada e pelo saque do auxílio
emergencial, já que, muitos beneficiários, além de preferirem dinheiro em
espécie, não possuem conta em bancos.
Entretanto,
existem incoerências nesta argumentação, uma vez que, segundo o próprio
departamento de estatística do BACEN, este aumento é temporário. Empresas
fechando as portas, trabalhadores sendo demitidos, colocar em circulação uma
nova nota monetária não irá resolver os problemas que assolam nossa economia.
Pelo contrário, pode corroborar para a perda da confiança social, já que a
estabilidade da nossa moeda, assume um papel social relevante. E, diga-se de
passagem, vivemos um momento de estabilidade inflacionária, não justificando
mais uma vez, a criação da nota de R$200,00.
Para
além desses argumentos, estamos indo na contramão mundial no que diz respeito
ao combate a lavagem de dinheiro. A União Europeia, por exemplo, estuda tirar
de circulação a nota de US$500,00 para dificultar atividades ilícitas. Outra
questão é que cada vez mais, a internet tem sido utilizada para realizar
pagamentos virtuais, não justificando, mais uma vez, a emissão dessa moeda.
Neste
momento, criar a nota de R$200,00 não irá resolver nossos problemas, que,
diga-se de passagem, são grandes: alto número de mortes devido a Covid-19,
metade da população brasileira sem acesso a esgoto tratado, empresas falindo,
pessoas ficando desempregadas e poucos recursos destinados para combater à
pandemia. Quais são, de fato, nossas prioridades?
Pollyanna Rodrigues Gondin
- tutora do curso superior de Blockchain, Criptomoedas e Finanças na Era
Digital do Centro Universitário Internacional Uninter.
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