A lei,
que completa 10 anos no dia 07 de agosto, é respeitada e avaliada como uma das
mais eficientes do mundo para o enfrentamento à violência contra as mulheres.
Pesquisa do Instituto Avon em parceria com Data Popular mostra que apesar de
ser aprovada por 9 em cada 10 homens, ainda falta compreensão da
legislação
A
Lei Maria da Penha é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) uma
das três melhores legislações do mundo para o enfrentamento à violência contra
as mulheres. A lei, que completa dez anos em agosto, foi responsável por
evitar milhares de casos de agressões contra mulheres no país, colaborando para
a diminuição em cerca de 10% da taxa de homicídio de mulheres dentro das
residências, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
No caso das mulheres negras, entretanto, a taxa de homicídios aumentou 54%, segundo
o Mapa da Violência 2015, deixando claro que ainda são necessários muitos
avanços para o fim do ciclo da violência contra a mulher.
Dados
da pesquisa Percepções dos homens sobre a violência
doméstica, realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Data
Popular, mostram a predisposição da maioria dos homens para essa mudança de
atitude. Segundo o estudo, 68% dos homens dizem que, caso enfrentassem
problemas em algum relacionamento por conta de atitudes agressivas, aceitariam
participar de algum programa que os ajudasse a mudar o comportamento.
“Novos
avanços só serão possíveis se os homens estiverem envolvidos e empenhados para
esta mudança. Se eles são parte do problema, também precisam ser parte da solução”,
explica a coordenadora de projetos de enfrentamento à violência contra a mulher
do Instituto Avon, Mafoane Odara.
A
pesquisa do Instituto Avon, realizada em 2013 com mais de 1.500 pessoas,
mostra que os homens brasileiros reconhecem os avanços conquistados por meio da
lei. Segundo o estudo, 92% deles são favoráveis à legislação e 86% acreditam
que ela ajudou a reduzir a violência doméstica contra a mulher.
Segundo
o estudo, os homens reconhecem que a criação de serviços especializados, como
delegacias da mulher e casas-abrigo, contribui para diminuir a violência
doméstica contra a mulher. Porém, ainda há muito desconhecimento sobre o
funcionamento da lei e, especialmente, sobre as questões de gênero que a
fundamentam.
De
acordo com a pesquisa, 37% dos homens acham que, por causa da Lei Maria da
Penha, as mulheres os desrespeitam mais. Além disso, 81% dos homens são a favor
de que a lei também seja usada para proteger homens que são agredidos por
mulheres. “Estes dados mostram que ainda existe uma visão deturpada sobre a
legislação. A maioria dos homens não entende que a Lei Maria da Penha atua para
reduzir desigualdade de gênero”, explica Lírio Cipriani, diretor-executivo do
Instituto Avon.
“As
estatísticas mostram que a Lei Maria da Penha já conquistou o importante passo
de dar uma maior visibilidade ao tema da violência doméstica, mostrando para
homens e mulheres quais são seus direitos e deveres”, diz o juiz Marcelo
Anátocles Ferreira, um dos especialistas ouvidos durante a pesquisa.
“Porém,
acredito que duas medidas são necessárias para que a lei se torne ainda mais
efetiva. A primeira, refere-se à instalação dos centros de educação e
reabilitação dos agressores, que possibilitarão discussões sobre o tema com os
homens, havendo assim uma a possibilidade de término do ciclo de violência. A
segunda é a realização de campanhas educativas de prevenção voltadas ao público
escolar e à sociedade em geral. Somente com investimento em educação será
possível diminuir o problema nas futuras gerações”, explica o juiz.
Para
o psicólogo Dario Posada, a ideia de que os homens podem usar a violência para resolver
conflitos é um modelo ensinado
dentro da própria casa, por meio de brincadeiras, orientações e ensino
religioso. “Esse modelo de masculinidade acaba se tornando muito rígido, com
pouca flexibilidade e com poucas saídas para gerenciar os conflitos. Muitas
vezes a gente vê que alguns aspectos da hierarquia de gênero estão mudando, mas
parece que não avisaram esses homens. Vem se falando muito sobre crise da masculinidade,
da sexualidade masculina. A violência é um reflexo de tudo isso”, diz o
psicólogo.
PERCEPÇÕES
DOS HOMENS SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
A
pesquisa foi realizada em 2013 com 1.500 pessoas de todo o país, 13
especialistas ligados a órgãos governamentais e organizações da sociedade civil
que se dedicam ao enfrentamento da violência doméstica, além de seis homens
agressores. O estudo mostra que 52 milhões de brasileiros admitem ter algum
conhecido, parente ou amigo que já foi violento com a parceira. No entanto,
apenas 9,4 milhões de homens confirmam que já tiveram tal atitude. Além disso,
aponta que 56% dos homens admitem ter cometido atitude que caracteriza
violência, como xingamentos, empurrões, ameaças, agressões físicas, humilhação,
obrigar a fazer sexo sem vontade ou ameaças com armas.
Sobre as ações de responsabilidade social da Avon
A
Avon é uma empresa global líder em ações sociais com foco em causas que
interessam especialmente à mulher. As ações sociais da empresa são coordenadas
pela Avon Foundation For Women, maior entidade focada em causas voltadas para a
mulher ligada a uma corporação. Até 2015, foram doados mais de US$ 1 bilhão em
mais de 50 países para as causas que mais afetam a mulher. A ação de
responsabilidade social da empresa está concentrada na disseminação de
informações, na conscientização, no apoio a pesquisas sobre o câncer de mama e
na ampliação do atendimento a mulheres com esta doença, por meio da campanha Avon Breast Cancer Crusade
(no Brasil, Avon contra o
câncer de mama) e nos esforços para reduzir a violência contra a
mulher, por meio da campanha Speak
Out Against Domestic Violence (no Brasil, Fale sem Medo – não à violência
doméstica). A Avon também atua de forma efetiva na prestação de
auxílio em caso de desastres naturais e emergenciais em várias partes do mundo.
Os folhetos de produtos Avon trazem itens criados especialmente para arrecadar
fundos para as causas. Além disso, a empresa promove eventos com participação
de milhares de pessoas em várias partes do mundo para gerar fundos e promover a
conscientização da sociedade, e distribui materiais informativos divulgados
pelos mais de 6 milhões de revendedores de produtos Avon em todo o mundo. No
Brasil, as ações sociais relacionadas ao combate ao câncer de mama e à violência
doméstica são coordenadas pelo Instituto Avon. Desde 2003, a organização já
doou mais de R$ 81 milhões em 235 projetos e ações relacionados a essas causas
no Brasil. Siga o Instituto Avon: www.facebook.com/institutoavon
Nenhum comentário:
Postar um comentário