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terça-feira, 29 de setembro de 2020

Setembro vermelho: mitos e verdades sobre os cuidados com o coração

Cardiologista da Cia. da Consulta fala sobre prevenção das doenças cardiovasculares, e esclarece cinco mitos e verdades sobre cuidados com o coração

As chamadas doenças cardiovasculares, relacionadas à circulação e ao coração, são as principais causas de morte no Brasil no mundo. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), matam mais do que qualquer outra condição.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), tais doenças causam o dobro de mortes que aquelas relacionadas a todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais que todas as causas externas (acidentes e violência), 3 vezes mais que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as infecções, incluindo a AIDS, causada pelo vírus HIV.

Entre as doenças cardiovasculares que mais causam mortes estão a doença arterial coronária (DAC) e o infarto do miocárdio (IAM). "Estas duas condições estão relacionadas com o processo de formação de placas de gordura na parede das artérias (aterosclerose) que gera obstrução destes vasos e pode causar a redução do fluxo de sangue que chega ao músculo do coração", explica Fábio Loureiro, cardiologista da Cia. da Consulta e especialista em Ecocardiografia, pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

"A DAC pode ocorrer sem sintomas no seu início, e a primeira manifestação clínica pode ser o infarto, que é consequente à redução do fluxo de sangue ainda maior", complementa.

Entre os principais fatores de risco para as principais doenças do coração estão hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo e obesidade. "O mês de setembro também é considerado o mês de prevenção destas doenças. Entre as principais medidas gerais para evitar estes riscos estão a prática regular de atividade física, manter uma alimentação saudável e evitar o tabagismo. Manter a rotina de consultas médicas também é muito importante", ressalta.

O especialista esclarece cinco mitos e verdades relacionados ao coração:

1- Somente obesos têm problemas no coração
Mito. Indivíduos com peso normal, mas portadores de doenças metabólicas, a exemplo de diabetes e colesterol alto, também têm risco aumentado para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

2- Tomar uma taça de vinho por dia protege o coração
Depende. Algumas condições metabólicas podem ser agravadas com o consumo de álcool, como o diabetes e a hipetrigliceridemia (taxa de triglicerídios alta no sangue) - o que pode piorar as doenças cardíacas. Além disso, o consumo regular de álcool pode levar a abusos que também são prejudiciais à saúde em geral. Entretanto, estudos científicos apontam para "alguma proteção cardíaca", com o consumo moderado de vinho. A bebida contém as substâncias flavonóides, que podem ter algum efeito protetor.

3- Câncer de mama mata mais mulheres do que doenças do coração
Mito. Pesquisas apontam que doenças cardiovasculares ainda matam mais mulheres do câncer de mama. De acordo com dados recentes, no Brasil, 54% das mulheres morrem por doenças do coração, como o infarto, enquanto o câncer de mama é a causa de morte de 14%. Entretanto, quando questionadas, 65% dizem pensar que irão morrer de câncer, e apenas 15% citam as doenças cardíacas. Os dados são da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

4- A ingestão de alimentos ricos em gordura e colesterol está associada ao aumento do colesterol ruim no sangue

Mito. Estudos científicos recentes mostram que, em um cenário onde não há alta ingestão de gorduras "ruins", a ingestão de alimentos ricos em colesterol, em si (por exemplo a ingestão de ovos cozidos) não aumenta o colesterol ruim. Entretanto, a ingestão de gordura saturada em excesso e gordura trans pode, sim, elevar os níveis de colesterol ruim no sangue.


5- O inverno está relacionado com maior número de infartos
Verdade. Principalmente em pacientes com doença arterial coronária (DAC) pois o frio é um fator de "instabilização" das placas de gordura, visto que em ambientes com temperatura mais baixa pode haver espasmo das artérias do coração e a pressão arterial tende a aumentar, levando ao maior risco de infartos.


Cia. da Consulta

 

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