Nos últimos três meses, 7627 pessoas morreram por problemas cardiovasculares não específicos, 1195 óbitos a mais que no mesmo período do ano passado
No dia 29
de setembro é celebrado o Dia Mundial do Coração, uma data importante e que tem
por objetivo promover a conscientização sobre problemas cardiovasculares,
fatores de risco para a doença, além de incentivar a adoção de um estilo de
vida mais saudável. Por esta razão, o mês de Setembro foi escolhido para tratar
de campanhas de conscientização para os cuidados com o coração - Setembro
Vermelho. O Cardiômetro - indicador do número de mortes por doenças
cardiovasculares criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) - mostra
que de janeiro a setembro deste ano, mais de 292 mil pessoas morreram por
problemas cardíacos no Brasil. Outros dados da SBC informam que, com a
pandemia, a procura por atendimento médico diminuiu, o que fez com que o Brasil
apresentasse aumento de 50% de mortes por doenças cardíacas em relação ao mesmo
período do ano passado.
Uma das grandes preocupações apontadas pelo cardiologista Augusto Vilela,
membro da SBC e do Departamento de Cardiologia da Rede Mater Dei, é a grande
incidência de casos de Insuficiência Cardíaca no país. Segundo o Ministério da
Saúde, a doença é a mais tem casos fatais no mundo, matando mais que o
diabetes. “A insuficiência cardíaca é uma doença grave, é quando o coração não
consegue mais bombear sangue suficiente para o resto do corpo. Um único fator
de risco pode causar a insuficiência cardíaca, mas o principal deles é a
pressão alta”, afirma o médico. Só no Brasil, estima-se que mais de 3 milhões
de pessoas sofrem com este problema. Dados recentes da Associação Nacional dos
Registradores de Pessoas Naturais (Arpen Brasil), mostram que de julho a
setembro de 2020, ocorreram 7.627 mortes por causas cardiovasculares
inespecíficas. São 1.195 óbitos a mais que as registradas no mesmo período do
ano passado.
A prevenção é sempre o melhor remédio, principalmente se considerarmos
que outros problemas de saúde como colesterol alto, diabetes e outras
enfermidades do coração podem influenciar no surgimento da insuficiência
cardíaca. Sedentarismo, depressão e consumo excessivo de álcool também
favorecem o aparecimento da doença. “É muito importante ter hábitos saudáveis
como controle de peso, baixa ingestão de sal e gorduras, além da prática
regular de atividades físicas, controle da pressão arterial e do colesterol.
Outras atitudes fundamentais para a saúde e prevenção de doenças são: conhecer
o histórico familiar e manter uma rotina regular de avaliação médica”, ressalta
o cardiologista.
O
especialista alerta para a importância de pacientes com doenças preexistentes
continuarem com o tratamento regular e para que a população não tenha medo de
procurar atendimento médico em caso de necessidade. “Os tratamentos de saúde
que requer acompanhamento médico periodicamente não devem ser suspensos por
conta da pandemia. É importante lembrar que manter a saúde em dia também é um
mecanismo de prevenção contra o Coronavírus. Quando falamos de doenças
cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca, por exemplo, o paciente deve
ter os cuidados médicos redobrados, pois estas são doenças preexistentes que
podem agravar o estado de saúde da pessoa que contrair o Covid-19”, finaliza.
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