Adriana Drulla explica
que pesquisas sobre o crescimento pós-traumático mostram que nossa capacidade
de ressignificar momentos difíceis nos leva a crescer com a adversidade
Às vezes parece que somos tomados por uma série de
acontecimentos ruins. É a perda de um emprego, de um ente querido, uma doença
repentina, o isolamento social, a falta de perspectivas. Ainda assim, a boa
notícia é que é possível aprendermos e nos tornarmos pessoas melhores, mesmo
diante das dificuldades.
Segundo a mestre em psicologia positiva, Adriana
Drulla, é natural que tenhamos aversão ao nosso sofrimento e ao sofrimento do
outro, principalmente quando o outro é um filho ou uma pessoa querida. O
estresse pode causar depressão, ansiedade, e outras doenças. “Mas as
pesquisas mostram que é possível e inclusive comum que as pessoas cresçam
a partir de uma experiência difícil em vez de ficarem piores por causa delas.
Claro que não é fácil e muito menos uma regra, mas muitas vezes o sofrimento
nos transforma e nos torna melhor no longo prazo”, destaca a especialista.
“As pesquisas recentes sobre crescimento
pós-traumático mostram que o que nos leva a crescer com a adversidade é a nossa
capacidade de ressignificar momentos difíceis. Também por isso, as pessoas
que se apoiam em vínculos interpessoais durante a dificuldade tendem
a ser mais resilientes. A primeira importância dos vínculos é que o outro
valida as nossas emoções e nos faz sentir compreendidos. A partir desse
apoio conseguimos examinar as nossas circunstâncias por uma perspectiva mais
ampla e com menos reatividade. Mais do que isso, o relacionamento com o
outro permite que falemos sobre o que nos aflige, e isso nos ajuda entender
como podemos lidar com o sofrimento e aos poucos identificar quais
lições podemos tirar disso que é difícil”, explica a especialista. ⠀
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Os momentos difíceis forçam as pessoas a pararem o piloto automático,
refletirem sobre o que importa, e não raramente adotarem objetivos mais
coerentes com a sua felicidade. “Não é incomum que pós adversidade as pessoas
se tornem menos obcecadas com o trabalho, mais disponíveis para ajudar o outro,
mais sensíveis ao que de fato as faz feliz. Após superarem dificuldades, também
é comum que as pessoas descubram uma força interna e qualidades que não sabiam
ter. Ver-se capaz de superar algo difícil, nos deixa mais confiantes sobre a
nossa capacidade de enfrentar futuras adversidades”. ⠀
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Muitas vezes as dificuldades nos roubam a esperança, e o buraco parece não ter
fundo. Isso faz parte e é importante permitir-se sentir, encontrar alguém que
nos compreenda e com quem possamos contar. “Mas depois que as dificuldades
passam e olhamos pra trás, não é incomum percebermos que nos tornamos melhores
por causa das dificuldades e não apesar delas”, finaliza Adriana Drulla.
Adriana
Drulla - Mestre em Psicologia Positiva pela Universidade da
Pennsylvania. Autora de artigo
científico sobre a transmissão intergeracional da autocompaixão entre mães e
filhos. É especialista em Mindfulness pela Universidade da Califórnia, em San
Diego (EUA) e teacher in training do Programa Mindful Self-Compassion, criado
por Kristin Neff e Christopher Germer. Formada em Conscious Parenting por
Shefali Tsabary, psicóloga referência em parentalidade e autora do método que
une psicologia, parentalidade e espiritualidade.
https://www.instagram.com/adrianadrulla/?hl=pt-br
Podcast Crescer Humano: https://spoti.fi/3lzJghY
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