Acúmulo de atividades por conta do impacto do coronavírus é um dos motivos para que as mulheres não tenham optado pela candidatura política nesta eleição
A participação feminina no mercado de trabalho e na
tomada de decisões na vida familiar é um tema que ganha cada vez mais voz
mundialmente. Se ainda existem barreiras a serem ultrapassadas, as mulheres
estão cada vez mais garantindo seus lugares e defendendo a máxima de que lugar
de mulher é onde ela quiser.
O cenário político é um dos temas que têm gerado
amplo debate por conta da crescente participação da mulher na política. Cada
vez mais engajadas, elas buscaram seus lugares não somente no mundo
corporativo, mas também em uma atuação mais participativa junto á comunidade e
o poder público. Ainda assim, 2020 é o ano com o menor número de mulheres
concorrendo a cargos públicos.
De acordo com uma pesquisa recente do Fórum Nacional de Mulheres de Instâncias
de Partidos Políticos, essa queda tem relação com a pandemia de
coronavírus. Além de enfrentarem
resistências dentro dos partidos políticos, as mulheres afirmam que o trabalho remoto em meio às atividades de casa e os
cuidados extras com os filhos diante do fechamento de escolas e creches dificultam as campanhas femininas.
Participação
fundamental
Motivada pela vontade
de fazer diferente e por ser uma nova cara na política é que a empresária Josi
Agostinho viu em sua candidatura a vereadora por Curitiba uma oportunidade de
ampliar as ações sociais que já desenvolve nos bairros da capital.
“Vejo a participação da mulher na política como
fundamental. Ocupamos postos no mercado de trabalho, mas creio que devemos ser
protagonistas também em ações do poder público que afetam diretamente as nossas
vidas”, afirma Josi.
Vale lembrar que as mulheres representam 51% da população brasileira, mas
foram apenas 17% dos eleitos em 2018.
Nos últimos pleitos, o
percentual de candidaturas femininas ficou muito pouco acima do percentual
mínimo de 30% previsto na Lei 9.504/1997. Nas Eleições 2018, 9.204 mulheres se
candidataram a algum cargo no Brasil, o que representa apenas 31,6% do total de
candidatos (29.085). E apenas 290 foram eleitas, contra 1.391 homens, o que
significa 17,25% do total de 1.681 eleitos. De acordo com o IBGE, o país
possui cerca de 211 milhões de habitantes.
“No Brasil, ainda
somos minoria na política, mas acredito que estamos conquistando nosso espaço e
que temos um longo caminho a trilhar. Em breve, seremos maioria, no entanto, é
necessário haver engajamento e envolvimento com as causas sociais, pois só
assim podemos mudar o mundo. Não pode haver conformismo se a gente só reclamar
das ações do poder público diretamente dos nossos sofás, é importante que a
gente exerça a nossa cidadania ”, diz Josi.
Cota de gênero
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Congresso Nacional
vêm, há alguns anos, trabalhando em conjunto para incentivar uma maior
participação feminina na política nacional. O intuito é reverter o atual quadro
de representação da população nas casas legislativas do país, onde as mulheres,
que são mais da metade do eleitorado brasileiro, ocupam menos de 10% dos
assentos.
Uma
das iniciativas inicialmente implementadas pelo TSE e posteriormente
transformada em lei pelo Congresso foi o estabelecimento de uma cota mínima de
30% das candidaturas destinadas para mulheres. Além da reserva do número de
candidaturas indicadas pelos partidos a cada eleição, também devem ser
destinados às candidatas do gênero feminino 30% do tempo de propaganda
eleitoral no rádio e na televisão e, ainda, a mesma proporção na distribuição
do Fundo Especial de Financiamento de Campanha.
Josi
Agostinho - a empresária, que se dedica ao artesanato e a
confecção de flores, adotou Curitiba como cidade para chamar de sua. Aos 44
anos, em sua primeira candidatura, Josi Agostinho defende as políticas
públicas, e uma de suas bandeiras é o fortalecimento das associações de
moradores dos bairros, pois elas entendem como ninguém a real necessidade de
seus moradores por vivenciarem o seu dia a dia. Além disso, faz parte do escopo
da candidata a destinação de verbas para a realização de cursos
profissionalizantes e a inserção no mercado de trabalho.
www.josiagostinhovereadora15215.com.br
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