Orientação da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) é de muito diálogo e atenção dos pais
O dia do adolescente, no Brasil, é comemorado anualmente no dia
21 de setembro. Trata-se de uma fase do desenvolvimento na qual as
coisas mudam muito de uma hora para outra, ou seja, as mudanças acontecem de
forma muito brusca. Com a pandemia do coronavírus isso tudo continuou ocorrendo,
porém em um cenário impactado por alterações na rotina de todos.
“Sempre priorizamos em nosso discurso uma série de coisas como
promoção de atividades físicas na rua, contato frequente com as pessoas,
exposição moderada à mídia e às telas. O foco sempre foi estimular o convívio
pessoal com máximo possível de amigos e realização de atividades esportivas e
hábitos alimentares. No cenário da pandemia, houve uma mudança geral nisso tudo
e o que vimos foram diferentes reações. Alguns adolescentes e jovens reagiram
muito bem, mas outros não”, explica a pediatra e hebiatra, presidente do Comitê
Gaúcho de Adolescência da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Lilian
Day Hagel.
Segundo a médica, em um levantamento feito através de questionários com os
adolescentes e jovens foi constatado que o mais difícil para esse público tem
sido ficar longe dos amigos e das festas e não fazer atividades físicas. O uso
da máscara repercute de maneira distinta entre os adolescentes e jovens.
“Usar a máscara é importante pelo cuidado com a saúde, mas acaba
mexendo na autoestima também. Essa faixa etária está em um processo de mudança
do corpo e a máscara mudou a autoimagem de cada um”, completa Lilian.
Os adolescentes e jovens relatam um fator positivo da pandemia que
é o convívio com a família. Muitos passaram a fazer refeições juntos e estão
dialogando muito mais com os pais.
“Não podemos desejar que o cenário atual seja normal. A tranquilidade de
aceitar que isso é uma pandemia afetou a todos e ninguém ficará isento sem ter
algum tipo de sofrimento ou necessidade. As vezes a adaptação vai ser mais ou
menos traumática. Um aspecto que exige uma atenção muito grande são casos de
ambientes familiares problemáticos. Quando ele fica isolado em um ambiente não
seguro, aumenta a violência e para isso nós, médicos, estamos muito atentos”,
finaliza.
Por fim, a médica reforça que os pais tenham consciência de que o ambiente
virtual não é sinônimo de segurança. A internet tem coisas maravilhosas, mas há
muitos riscos. Por isso é indispensável que as famílias acompanhem muito de
perto com quem os filhos estão se relacionando e que ambientes virtuais estão
sendo acessados.
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Marcelo
Matusiak
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