Grupo mais jovem,
de até 40 anos, representa quase 30% dos casos confirmados na instituição;
Balanço traz panorama de atendimentos em seis meses de pandemia
Levantamento inédito do
HCor, realizado com base em dados epidemiológicos de mais de 2.200 pacientes,
mostra que 70% das pessoas que tiveram o diagnóstico confirmado de Covid-19 - e
passaram pelo serviço de pronto atendimento ou ficaram internadas no hospital
-, têm até 60 anos. Entre os mais jovens, 10% têm menos de 30 anos e 25% entre
20 e 40 anos.
O estudo também relacionou
as principais comorbidades, ou seja, doenças associadas, que podem agravar o
quadro de Covid-19, dos pacientes acompanhados nos últimos 6 meses. Confirmando
os dados mundiais, hipertensão arterial e diabetes mellitus foram os
principais problemas de saúde relacionados aos casos mais críticos.
Do total de 2.228 pacientes,
mais de 45% convivem com pressão alta e 25% são diabéticos. As
displidemias, elevação dos níveis do colesterol ruim e de triglicerídeos
no sangue, também atingem mais de 20%. “Embora não existam, ainda, muitas
informações sobre o novo coronavírus, a prática clínica, no mundo todo, já sinalizou
um alerta importante, que é a relação de algumas comorbidades com os casos mais
severos de Covid-19. Pacientes do grupo de risco devem reforçar as medidas de
higiene e, se possível, manterem o isolamento social. Além disso, a manutenção
de hábitos saudáveis não pode ser descuidada, principalmente nesse período de
pandemia”, explica a infectologista Daniela Bergamasco.
O levantamento ainda
mostrou que 30% dos casos necessitaram de internação, com tempo de
hospitalização médio de 10 dias. Já entre os quadros mais graves, o tempo de
internação quase dobrou, passando para 18 dias em Unidade de Terapia Intensiva
(UTI). Os idosos foram os que mais necessitaram de cuidados intensivos. A média
de idade entre esses pacientes é de 68 anos, sendo 65% deles do sexo masculino.
“Estudos epidemiológicos são muito importantes no enfrentamento da pandemia. A
inteligência de dados pode colaborar diretamente com a tomada de decisões e, no
futuro, norteará protocolos e novas pesquisas clínicas”, destaca a médica Suzana
Silva, coordenadora do setor de Epidemiologia do HCor.
O Brasil está entre os três países com o maior número de casos de Covid-19 (4.780.317). Apesar das estimativas apontarem queda acentuada nas duas últimas semanas, as medidas de segurança e o autocuidado são, ainda, os principais aliados da prevenção. Estudo recente da USP de São Carlos mostrou que o isolamento social, combinado com o uso de máscaras, diminuiu em 15% o contágio do vírus em São Paulo. “Enquanto não há um imunizante eficaz e seguro, precisamos nos proteger e expandir esse zelo por nossas comunidades. A máscara salva vidas, assim como a higienização adequada das mãos é uma das medidas mais eficazes para evitar a disseminação do novo coronavírus e de outros vetores de infecções virais”, finaliza Bergamasco.
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