Comemorada
no dia 29 de setembro, data alerta sobre cuidados e prevenção às doenças
cardiovasculares
As altas temperaturas exigem atenção redobrada aos
pacientes cardíacos. Segundo a cardiologista Ivia Dayana Mallau Fulguera, do
CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"), o calor pode
aumentar os riscos à saúde do coração, sobretudo para pessoas que possuem
doenças como hipertensão ou arritmias cardíacas. "O calor provoca o
aumento da espessura do sangue, fazendo a pressão e a frequência cardíaca
subirem, o que eleva os riscos de um infarto ou um derrame", destaca.
Ela explica que isso ocorre por conta da
dilatação dos vasos sanguíneos e do suor, fazendo com que a pessoa perca muito
líquido e o organismo tente compensar, causando a compressão desses vasos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de
35% da população é hipertensa, embora estime-se que apenas metade tenha
conhecimento da doença e que, entre os diagnosticados, somente 45% têm a
pressão controlada com medicamentos.
Somado a isso, a especialista lembra que, devido
à pandemia de Covid-19, muitas pessoas deixaram de procurar atendimento médico,
fator que elevou os riscos de agravamento de doenças cardíacas. "A junção
desses dois fatores pode ser muito perigosa para aqueles que já têm a saúde do
coração afetada", pontua.
Dessa forma, a cardiologista reforça a
importância de realizar avaliações médicas periódicas, lembrando que
enfermidades como a hipertensão nem sempre apresentam sintomas.
"Principalmente pessoas que já possuem histórico familiar de doenças
cardíacas, idosos e obesos devem fazer acompanhamento regular com aferição da
pressão arterial", exemplifica.
A médica também alerta para os sintomas críticos
que podem ser mais comuns nos dias quentes:
• Tontura ou dor de cabeça inesperada
• Visão turva e náusea
• Aceleração dos batimentos cardíacos
• Sensação de incômodo na garganta
• Dor no peito que irradia para o braço esquerdo,
costas ou queixo
Além de fazer o acompanhamento médico adequado,
alguns cuidados especiais podem fazer a diferença.
Quando as temperaturas estão elevadas, é
recomendado aos pacientes cardíacos que evitem praticar atividades físicas em
excesso e mantenham-se bem hidratados. "Também é importante que diminuam o
tempo de exposição ao sol e permaneçam em ambientes bem arejados",
completa.
Outra dica é evitar alimentos com alto teor de
colesterol e o excesso de bebidas alcoólicas. Vale frisar que, caso uma pessoa
passe mal devido ao calor, é fundamental chamar o serviço de emergência
imediatamente. "Enquanto aguarda atendimento, é possível auxiliar o
paciente mantendo-o deitado e elevando suas pernas em torno de 45 graus, isso
melhorará o retorno venoso, ajudando a normalizar a pressão", indica.
Por fim, é recomendado que pessoas que já tenham
diagnóstico de problemas cardíacos procurem um médico para uma avaliação geral
próximo aos períodos mais quentes do ano, a fim de verificar se há necessidade
de alguma medida extra ou alteração nos medicamentos.
Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João
Amorim" (CEJAM)
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