Problema tem tratamento, mas vergonha ainda impede pacientes de obterem diagnóstico adequado; quando não tratada doença pode afetar qualidade de vida e levar a quadros depressivos
Segundo
a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 35% das mulheres, após
passar pelo período da menopausa, desenvolvem o quadro de incontinência
urinária. Essa condição ainda sofre com muitos tabus e dúvidas, algo que está
diretamente relacionado à falta de diagnóstico adequado. Dessa forma, a
qualidade de vida começa a ser afetada e a doença pode se transformar em
gatilhos para transtornos psicológicos e físicos mais graves.
Ainda de acordo com dados da SBU, cerca de 40% dos pacientes evitam buscar auxílio profissional devido a vergonha. No entanto, Rebecca Sotelo, médica ginecologista e uroginecológica, ressalta que a melhor forma de recuperar o bem-estar e evitar danos mais graves é por meio de um tratamento adequado. “Boa parte da população ainda desconhece as reais causas, tratamentos e formas de evitar o problema. Porém, a boa notícia é que a tecnologia nos ajuda cada vez mais com a solução e, na maioria dos casos, é possível se recuperar 100% dos sintomas”.
A especialista explica que a incontinência urinária se caracteriza pela perda involuntária de urina e o primeiro passo ao sentir os sintomas é buscar auxílio médico. “Além do transtorno físico, os principais riscos da doença estão relacionados com aspectos psicológicos, já que as vítimas dessa condição tendem a se isolar e evitar contato externo com outras pessoas, causando sintomas depressivos, ansiedade, dentre outros. Portanto, quanto mais cedo buscar um especialista, mais rápido será possível a recuperação”, diz
Dra. Rebecca esclarece que as principais causas da incontinência urinária são algumas doenças adquiridas ao longo da vida, como obesidade e outras doenças crônicas. Além disso, a gravidez e a menopausa são fatores relacionados, por isso o problema se apresenta principalmente em mulheres acima dos 40 anos. “O ideal é sempre receber acompanhamento médico para identificar qualquer alteração prévia, assim iniciamos o tratamento o mais precocemente possível”, acrescenta.
De
acordo com a especialista, apenas após exames e avaliação será possível
identificar o melhor tratamento. “Tudo irá depender da resposta do organismo de
cada paciente e as causas do problema. O tratamentos mais comuns envolvem
modificações de estilo de vida, fisioterapia pélvica, medicamentos, aplicação
da toxina botulínica na região da bexiga ou cirurgias em caso mais graves”,
completa.
Fonte:
Dra. Rebecca Sotelo - Médica ginecologista obstetra, com pós-graduação em uroginecologia.
Especialista em tratamento de incontinência urinária, prolapso genital e outros
distúrbios do assoalho pélvico feminino.
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