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29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo
A pandemia da COVID-19 mostra diversas facetas que precisam
levar a reflexões, entendimentos e atitudes mais condizentes com a realidade da
condição humana. A situação tem gerado muito sofrimento em geral, pelas
consequências para a saúde, a economia, a educação e o futuro de todos. Na
visão do médico pneumologista, professor universitário, integrante da Academia
Sul-Rio-Grandense de Medicina e idealizador do Projeto Fumo Zero da Associação
Médica do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Corrêa da Silva, nossa fragilidade
veio à tona como nunca, pois nos tornamos reféns de um ser invisível, sem vida
própria e que deveria ter sido combatido na sua origem.
“A expectativa de ser ou não contaminado assusta qualquer um. A
espera da vacina chega a ser uma tortura. Mas onde entra o tabagismo nesta
história? Não entra, ele já fazia parte. Um terço da humanidade fumava e agora
muitos estão aumentando o consumo. A exacerbação da ansiedade e da depressão, e
os desequilíbrios que sempre atormentam o ser humano pioram com todo este
estado de insegurança, confinamento e isolamento. Dependentes da nicotina são
estimulados ao uso, o que vale também para álcool e outras substâncias, e
algumas na forma de medicamentos”, afirma.
As observações confirmam que fumantes têm grande desvantagem na
COVID-19: doença mais grave, maior comprometimento pulmonar e mortalidade.
“As empresas e os investidores deste setor agora voltam-se mais
ainda para produtos que, ao seu dizer, seriam mais seguros, mesmo que a ciência
honestamente diga o contrário. Insistem com tabaco aquecido, cigarros
eletrônicos e outros tipos de produtos inaláveis. Fazem uma das mídias mais
perversas que se conhece nos tempos atuais para convencer que seus produtos não
são danosos ou que causam menos danos que o tabaco tradicional. Obviamente, não
têm credibilidade pois lobo nunca muda para cordeiro. Tentam de todas as
maneiras convencer os jovens de que devem se iniciar no uso destes substitutos
dos cigarros. Da mesma forma que fizeram há quase um século. O Fumo Zero agora
tem novos desafios”, alerta o médico pneumologista, Luiz Carlos Corrêa da
Silva.
A Aliança de Controle do Tabagismo lançou a segunda fase da
campanha Conta do Cigarro. Em seu conteúdo, chama a atenção para o fato de que
por ano, o país gasta cerca de R$ 57 bilhões com despesas médicas e de
produtividade relacionadas ao cigarro. A indústria do tabaco paga R$ 13 bilhões
em tributos. Ou seja, há um rombo de R$ 44 bilhões para o sistema de saúde
brasileiro. A campanha pode ser acessada em www.contadocigarro.org.br.
Marcelo Matusiak
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