A depressão é o principal fator que leva ao suicídio. Mulheres são mais depressivas e tentam se matar mais que os homens
Dados da OMS,
divulgados pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) indicam que 90% dos casos
de suicídio poderiam ter sido evitados se a vítima tivesse tido ajuda. Esse
número alarmante ganha ainda mais notoriedade durante o próximo mês com a
campanha Setembro Amarelo, um alerta para conscientização sobre a prevenção ao
suicídio.
Pesquisas indicam que
as mulheres tentam tirar a própria vida com mais frequência do que os homens,
embora eles se matem mais. A depressão apresenta-se como um dos principais
fatores que levam as pessoas ao suicídio. Acompanhada da culpa, ansiedade,
medo, humilhação e a sensação de pressão externa.
Além de tentarem se
suicidar mais, as mulheres também apresentam mais quadros de depressão que os
homens. Dra. Ana Lucia Beltrame, ginecologista, obstetra e especialista em
reprodução humana, alerta para os perigos da depressão feminina. "As
alterações hormonais, menopausa, TPM e principalmente o pós-parto causam
alterações emocionais importantes que podem cursar para quadros de depressão e
ansiedade", enfatiza.
A fase do pós-parto
apresenta-se como um fator de risco ainda mais delicado, principalmente em
situações em que a mulher não desejava a gravidez ou que já tenham tido
depressão em outros momentos da vida.
Segundo Dra. Ana
Lúcia, é papel do obstetra orientar a paciente a respeito do pré-natal e do
pós-natal. "Nós profissionais temos que acalentar essa paciente, orientar
sobre o pós-parto e orientar a família a acolher essa mãe também. É uma pressão
muito grande. As mães se sentem classificadas entre as que amamentam e as que
não amamentam, as que tem parto normal e as que não tem. Existe um mito do amor
materno, uma espécie de conto de fadas, e é como o conto de fadas da
amamentação", destaca a médica.
Os dados do CVV, assim
como as afirmações da Dra. Ana Lúcia, enaltecem que uma pessoa depressiva dá
sinais. E são para esses sinais que a família precisa estar atenta. Os mais
frequentes são: tristeza persistente, baixa autoestima, perda de interesse
pelas atividades normais, variação de humor e sensação de desamparo.
A campanha Setembro
Amarelo foi criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida, Conselho Federal
de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria. As pesquisas comprovam a
necessidade de médicos e pacientes debaterem mais sobre o tema suicídio.
Dra. Ana Lúcia Beltrame -
Formada pela Escola Paulista de Medicina -
Universidade Federal de São Paulo, especializou-se logo em seguida em
Ginecologia e Obstetrícia, fazendo residência médica no Hospital das Clínicas,
na Universidade de São Paulo. Foi na
mesma universidade que Dra. Ana realizou sua pós-graduação como mestra em
Ciências, tornando-se especialista na área de Reprodução Humana. Além disso,
hoje é especialista em laparoscopia e histeroscopia pela Federação de
Ginecologia e Obstetrícia. Dra. Ana participa de congressos internacionais e é
Membro da ASRM (American Society for Reproductive Medicine) e da ESHRE
(European Society of Human Reproduction and Embriology). Há mais de 15 anos atua na área de reprodução humana,
ajudando a formar famílias. Preza pela humanização do seu atendimento e dos
partos que realiza e tem a consciência da responsabilidade médica, da
orientação e da informação da população.
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