Dra.
Elis Nogueira abre o consultório e conta onde, como e quem pode realiza-lo
Cegonha? Não, nadando! É assim que
muitos bebês chegam ao mundo. O parto na água é o sonho de muitas futuras
mamães. Mas, como ele acontece? Ele é realizado junto com o parto natural e,
geralmente, acontece dentro de uma banheira ou piscina plástica, com água
morna.
A procura pelo parto na água vem
crescendo devido à sua divulgação e pelo compartilhamento de sua experiência
pelas mulheres com suas amigas e nas redes sociais. Mas, um estudo da Universidade de Michigan,
Estados Unidos, apontou que partos na água são tão seguros quanto os que
acontecem fora dela. Pesquisadores analisaram 397 partos na água e 2.025 em
ambientes secos. Segundo o estudo, os dois procedimentos tiveram resultados
semelhantes com relação à hemorragia (taxa de 9,7% para parto na água e 7,8%
para parto no seco). As taxas de bebês que vão para a UTI (Unidade de terapia
intensiva) também são semelhantes. Foram 1,8% para parto na água e 2,5% para
partos no seco.
Mas, todas podem ter um parto na água?
Para que ele seja possível é necessário que tudo esteja favorável: o
posicionamento e vitalidade do bebê, a saúde da mamãe, a evolução do trabalho
de parto, uma boa proporção do tamanho da cabeça do bebê e da pelve da grávida
e o bem-estar físico e emocional da mamãe no momento do trabalho do parto.
“A futura mamãe precisa estar
emocionalmente bem e segura de que o parto na água é seguro para ela e para o
bebê. Ela não poder ter medos associados a este tipo de parto como, por
exemplo, de afogamento do bebê, ou de haver eventualmente um pouco de sangue na
água, para que estes medos não prejudiquem o trabalho de parto em si”, revela a
Dra. Elis.
Para a grávida, a água morna permite
uma melhor irrigação sanguínea, um relaxamento da musculatura pélvica, alívio
das dores das contrações e gera sensação de bem-estar. Para o bebê, o fato
nascer na água, com uma temperatura muito próxima à do corpo da mãe, com maior
isolamento de sons, faz com que também tenha uma sensação de bem-estar, após o
stress causado pelo parto.
Como em todo o parto, e ainda mais na
água, é necessário cuidar para que o bebê não perca temperatura corporal de
forma muito rápida, acentuada, e por muito tempo. Detalhe interessante desse
parto é que o ou a acompanhante da grávida pode entrar na banheira para participar
e apoiá-la até o nascimento do bebê.
Mas, ele pode ser realizado em
qualquer ambiente? Para que o parto na água seja possível em ambiente
hospitalar, é necessário que o hospital ou a maternidade tenham a
infraestrutura necessária, que consiste numa sala de parto com maca obstétrica
e banheira.
A equipe médica, com enfermeira e/ou
doula, é a mesma que é usada para o parto normal tradicional e para o parto
cesárea, uma vez que os partos não são, totalmente, previsíveis. A importância
de uma equipe completa e do ambiente hospitalar é importante para as pacientes,
nos casos de uma urgência durante o trabalho de parto.
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