Entenda como as cirurgias plásticas reparadoras
ajudam pacientes a corrigir condições indesejadas e se sentirem melhor com o
próprio corpo
Alguns acidentes podem deixar sequelas inestéticas
e incômodas. Queimaduras, por exemplo, quando em grau de intensidade elevado e
em determinadas áreas do corpo, geram danos profundos à pele, ocasionando
deformidades e cicatrizes limitantes. Doenças graves, como o câncer de pele,
além de ameaçarem a vida do paciente, também podem deixar marcas físicas e
psicológicas profundas. Nesses e em outros casos, a cirurgia plástica pode ser
uma aliada importante na recuperação do paciente e na retomada de seu bem estar
físico e mental.
Segundo o cirurgião plástico Roger Vieira, membro
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da
American Society of Plastic Surgeons (ASPS), as
intervenções cirúrgicas que tratam tais condições são chamadas reparadoras, e
justamente devido ao seu caráter restaurador, são muito benéficas para a saúde
do paciente. “São cirurgias consideradas necessárias para que o paciente viva
bem e realize melhor as atividades do dia a dia. Além disso, ao promoverem
mudanças na aparência, elas contribuem para elevar a autoestima e trazer bem
estar”. O médico ressalta que vários dos procedimentos estão disponíveis pelo
SUS, entre eles o tratamento de feridas crônicas, cuidados com queimaduras e
tratamento de tumores de pele e câncer de mama. Casos de crianças com fendas
labiais e palatinas, além de cirurgias para correção de excesso de pele em
ex-obesos mórbidos, também estão entre os procedimentos fornecidos pelo
atendimento público.
Dados divulgados recentemente pela SBCP mostram que
os brasileiros estão mais conscientes dos ganhos funcionais que esse tipo de
procedimento pode trazer. Segundo levantamento, em 2009, foram realizadas 170
mil cirurgias reparadoras no país, o que correspondeu a 27% do total. Em 2013,
o número passou para 1,23 milhão, representando 40%.
De acordo com a entidade, o tratamento dos cânceres
de pele e de mama são os principais responsáveis por esse crescimento, mas não
porque a incidência das doenças aumentou, e sim porque mais pessoas passaram a
buscar a cirurgia plástica reparadora. No primeiro, ela atua removendo as
sequelas deixadas pelo tumor, enquanto, no segundo, é feito o trabalho de
reconstrução mamária. Outro fator significante da maior demanda é a
popularização das cirurgias de redução de estômago. “Quando há perda
significativa de peso, o paciente fica com excesso de pele na região da
barriga, braços, pernas, entre outras, o que pode atrapalhá-lo a realizar uma
série de atividades simples, como ir ao banheiro, realizar a higiene local ou
até caminhar. Por isso a necessidade da cirurgia plástica reparadora para
remoção dessa pele em excesso”, explica Vieira.
Na maioria desses tratamentos, a atuação do
cirurgião plástico se dá de forma conjunta à de outros especialistas. Em casos
de pessoas que sofreram grandes queimaduras, por exemplo, é importante também a
atuação de assistentes sociais, nutrólogos, psicólogos, fisioterapeutas e
terapeutas ocupacionais. “Outro exemplo: fonoaudiólogos, psicólogos, otorrinos,
nutricionistas e pediatras trabalham em conjunto com o cirurgião plástico na
abordagem de crianças que nasceram com fenda palatina e lábio leporino”,
exemplifica Roger Vieira. “Todas as especialidades dependem entre si para
atender de forma completa o problema do paciente. Caso o cirurgião plástico
seja o primeiro a ser procurado para o tratamento, é seu dever solicitar a
opinião de colegas em outras áreas para avaliar o melhor caminho a ser tomado
em cada situação”.
Casos mais recorrentes
A finalidade da cirurgia plástica reparadora é a
restauração ou correção de problemas anatômicos e funcionais do indivíduo. Em
boa parte dos casos, são condições adquiridas após acidentes, doenças ou
mudanças bruscas no organismo. Há também os casos em que as pessoas já nascem
com a condição indesejada.
Segundo pesquisa da SBCP, os tumores de pele são o
principal motivo para procura pelas cirurgias reparadoras (39,9% dos casos),
seguidos de deformidades congênitas (12%) e reconstrução mamária (8,4%). Dentro
de deformidades congênitas, incluem-se as cirurgias para correção das chamadas
orelhas de abano (otoplastia), lábio leporino, anomalias cranianas e defeitos
nas mãos.
Outras situações em que a cirurgia plástica
reparadora pode ser necessária são:
- Traumas e lesões deformantes na região dos olhos,
nariz, orelhas, estrutura óssea da face (fraturas) e mãos
- Grandes lesões com perda de tecidos nos membros
superiores e inferiores
- Sequelas de queimaduras
- Cicatrizes alargadas, retraídas e deformantes
- Feridas crônicas e complexas que não cicatrizam
sozinhas (comuns em diabéticos, idosos de cama e pacientes debilitados)
- Grandes excessos de pele em decorrência da perda
elevada de peso
Fonte: Roger Vieira
Cirurgia Plástica
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