Crianças correndo, animais nas áreas
comuns, obras intermináveis e barulho tarde da noite são apenas alguns dos
problemas vividos pelos vizinhos espalhados nos mais 180 mil condomínios do
Brasil.
O diretor de expansão da BRCondos
Taubaté, em São Paulo, João Santoro, apontou quatro dos principais motivos de
brigas constantes nos condomínios e selecionou dicas importantes para
exercitar a boa convivência.
Silêncio
Quem não precisa de boas horas de sono
depois de um dia exaustivo de trabalho? O que fazer quando a música do vizinho
atrapalha o seu direito ao descanso? A primeira coisa que Santoro indica é que
todos os moradores conheçam as regras do condomínio. Além disso, a legislação
não determina um horário fixo para a lei do silêncio, mas o próprio condomínio
pode estipular esse limite.
“O síndico precisa saber que não deve
interferir sem avaliar o fato em questão. Se apenas um morador se sente
incomodado com o barulho, talvez uma simples conversa entre os moradores
resolva o problema. O bom senso é o que vai ditar as regras quando a
coletividade não é afetada”, explica.
Porém, se um grande grupo de pessoas se
sentir atingido pelo som ou qualquer outro barulho, o síndico deve seguir à
risca o que diz a convenção. Se o diálogo e as advertências não forem o
suficiente, o infrator deverá ser multado nos termos da convenção e Regimento
Interno.
Crianças
As crianças têm energia de sobra para
gastar durante o dia e os playgrounds foram feitos para isso. O espaço ideal
para que os pequenos se divirtam deve ser respeitado, mas também há regras para
utilizá-lo.
Os condomínios devem ter esse ponto
descrito no Regulamento, especificando o limite do espaço, horário de uso dos
brinquedos, idade propícia para cada um, inclusive alertando para o perigo de
correr nas dependências do estacionamento, por exemplo.
Se o barulho exagerado vem do
apartamento, o recomendado é que o morador afetado informe do incômodo aos pais
ou responsáveis. Uma advertência simples costuma resolver a questão.
“A paciência deve ser de ambos, pois não podemos esquecer que as crianças brincam, riem alto e as brincadeiras podem ser barulhentas. Uma boa dica é eleger um mini-síndico. Apesar de ser uma eleição simbólica, é uma forma de mostrar às crianças as regras e a rotina do condomínio”, aconselha.
Animais de estimação
A maioria dos donos de pets trabalham o
dia todo e acabam deixando os animais muito tempo sozinhos. Os casos mais
comuns de discussões envolvem os latidos constantes. Se o barulho for
intermitente e mais de uma unidade se sentir prejudicada, o proprietário deve
ser notificado.
“Todos têm direito de ter um animal de
estimação e algumas ações simples podem resolver o problema. Contratar
especialistas em passeios com cães alguns dias da semana já ameniza os
conflitos”, indica.
Além disso, algumas regras simples
previnem grandes problemas, como explica Santoro. “Levar o animal sempre na
coleira e utilizar a focinheira se for necessário, além de evitar que o mesmo
circule nos locais onde as crianças brincam são alguns exemplos”,
completa.
Obras
As obras nos apartamentos devem
acontecer entre 8h e 17h, variando de acordo com cada Regulamento. Caso haja
demora na conclusão da reforma e muitas reclamações, o síndico pode propor
saídas para ambos os lados.
“Aí o bom senso entra mais uma vez,
pois a mediação entre os moradores deve ser feita com paciência e cautela.
Evitar o barulho no horário de almoço pode ser uma saída”, diz.
A lei é clara nesse caso e prevê a
emissão de no máximo 55 decibéis durante o dia e 50 durante a noite para áreas
externas e 45 decibéis durante o dia e 40 durante a noite para ambientes
internos.
“Além de interferir no sossego coletivo,
o barulho em excesso pode apresentar riscos à saúde dos condôminos. Nos casos
mais complexos, o infrator deverá ser multado e a obra poderá, inclusive, ser
suspensa judicialmente”, conta.
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