No domingo, 26 de março, foi comemorado mais um
Purple Day, como ficou conhecido o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia,
criado em 2008 no Canadá e desde 2011 conquistando importância também no
Brasil. A data é mais um alerta para se enfrentar a doença, que, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta cerca de 50 mil pessoas no planeta. E
isso pode ser feito com menos tabus e mais conhecimento, livrando o paciente de
preconceitos. Até hoje, muita gente ainda fica sem saber como agir diante de um
epilético que tem uma crise, caindo no chão com o corpo todo retesado, mordendo
a própria língua e com uma série de movimentos involuntários.
Quem orienta é Marcelo Ciciarelli, neurologista
membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN). “O cenário típico de
uma crise epilética é o seguinte: a pessoa perde a consciência, se debate,
ocorre salivação e pode até chegar a urinar nas vestes”, conta, chamando
atenção para o período de duração do episódio: cerca de três minutos.
“Nessa hora, o ideal é proteger a pessoa para que ela não se machuque, colocando a cabeça dela sobre um travesseiro,
virada de lado para que não aspire a própria saliva, não tentar puxar a
língua do paciente, ele normalmente fica com os dentes cerrados e é possível
que acabe mordendo o dedo de quem está tentando ajuda-lo”.
Segundo o especialista, no rol de problemas
neurológicos, a epilepsia está entre as doenças mais frequentes junto com as
cefaleias, a doença de Alzheimer e de Parkinson e o AVC. Por isso não devemos
subestimar os seus efeitos: quem sofre dessa doença crônica muitas vezes se vê
com receio de ter uma convulsão em público e atrair os olhares de estranhos, o
que pode levar ao isolamento e até à ideia de que o epilético deve se privar de
atividades como dirigir ou praticar esportes, por exemplo.
Do que o epilético precisa para ter uma vida como a
de outra pessoa qualquer? O primeiro passo é realizar o diagnóstico correto da
doença que, apesar de algumas vezes não ter cura, conta com tratamentos
eficazes para seu controle. O segundo é se conscientizar de que ter epilepsia
não desmerece ninguém – se o estado crítico assusta as pessoas, é porque muitas
delas não sabem como proceder diante do que parece ser um curto-circuito
cerebral. É aí que entra o papel do paciente em assumir sua condição e explicar
aos conhecidos o que devem fazer caso presenciem uma crise.
Em relação às causas, o histórico familiar é
bastante relevante, já que muitas vezes o epilético tem algum antecedente
na família. Traumatismo craniano causado por pancadas ou acidentes também
podem provocar a epilepsia e até causar uma crise. Mas, no caso de quem já
foi diagnosticado com a doença, o que se pode fazer para reduzir a
quantidade de episódios é evitar drogas, bebidas alcoólicas e procurar ter
boas noites de sono.
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