Apesar de só estar ganhando
força no ambiente corporativo agora, as chamadas constelações sistêmicas têm
conquistado cada vez mais notoriedade ao longo dos anos. Contudo, durante muito
tempo elas foram usadas apenas para a solução de conflitos particulares, por
isso, para entender como elas chegaram ao ambiente corporativo é importante
olharmos um pouco da sua história.
Suas raízes remetem a década
de 60, mas seu conceito passou a ser amplamente desenvolvido anos mais tarde
com o psicoterapeuta alemão Bert Hellinger. Na época, o estudioso descobriu que
nos relacionamentos humanos existem três princípios que atuam de forma
subconsciente: a ordem, que pressupõe a hierarquia; o equilíbrio, que destaca a
importância das trocas entre o dar e o receber; e o vínculo, que reafirma o
desejo de pertencer a um grupo. Com esses princípios, descobriu-se que é
possível obter informações dentro de um sistema social de relações.
Em paralelo, o casal alemão
Matthias Varga von Kibéd e Insa Sparrer, trabalhou na estruturação do conceito
da Constelação Estrutural, onde a base deixa de ser fenomenológica para ser
construtivista. O foco em sentimentos passa para a busca de percepções e
soluções. Esse trabalho garantiu a adaptação dessa metodologia para o universo
corporativo. Entendeu-se que a ordem continua sendo importante, mas a
hierarquia pode ter diferentes contextos, além de o pertencimento ser
temporário.
Mesmo com o desenvolvimento
de todo esse trabalho e fundamentação teórica, é comum a prática ser relacionada
a religiões, linhas espiritualistas e, até mesmo, a astrologia. Mas, não existe
essa conexão. Todo esse equívoco se deve a um simples “erro” de tradução.
Uma prática,
muitas palavras - Por ter
sido nomeada na língua alemã, que se caracteriza por sua complexidade e criação
de palavras através da junção de termos e conceitos únicos, não foi possível
fazer uma tradução literal do nome Familienaufstellung. Dessa forma, na
língua inglesa, a prática foi chamada de Constellate e, automaticamente,
no português, de Constelação. Apesar das duas terem sentidos diferentes nos
dois idiomas.
Sendo assim, quando você
ouvir alguém relacionando o conceito de Constelação às estrelas ou algo místico
e esotérico, já sabe que a história é um pouco diferente. Mas, para ficar ainda
mais claro, é importante que você também entenda como ela é, de fato, aplicada.
Como funciona - Com o objetivo de esclarecer questões
complexas, sejam elas pessoais ou profissionais, uma constelação coloca as pessoas que estão presentes no processo para
representar membros da família, um grupo social ou um problema do cliente. Isso
acontece através da representação espacial do sistema.
O constelado define o que
gostaria de ver na sessão e o facilitador vai conduzindo as pessoas ou objetos
a fim de testar hipóteses e descrever as melhores alternativas para cada
questionamento. As informações adquiridas servem de base para a tomada de
decisão, por apresentarem com nitidez quais são as opções disponíveis.
A sensação se assemelha a
quando estamos em uma estrada e somos incomodados por uma densa neblina que
impede nossa visão. Mesmo sabendo da existência de caminhos a seguir, eles não
estão claros e, por isso, não sentimos confiança para arriscar qual a melhor
direção. Contudo, quando a névoa se vai e o céu clareia, tudo se torna simples
e, de forma natural e firme, podemos escolher a melhor decisão. É essa
transparência que as Constelações trazem, principalmente, quando aplicada em
empresas.
Alexandre
Tauszig - sócio da S100, consultoria estratégica de
recursos humanos com foco na otimização de resultados empresariais, e
especialista em treinamentos de gestão, comportamento e liderança.
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