A
família e os pilares que a sustentam sofreram fortes abalos a partir de meados
do século 20. Alguns deles foram determinantes e necessários para torná-la mais
transparente, autêntica, para a preservação de seus valores e para mantê-la,
como sempre foi chamada, um “ninho de amor” e porto seguro contra as
inevitáveis tempestades da vida.
No
afã de acumular dinheiro e riquezas, muitas vezes você pode se esquecer da
importância que a família ocupa em sua vida. É nela que está quem mais o ama –
a pessoa a quem se uniu, os filhos, pais, avós, tios, sobrinhos, primos.
É
muito importante termos determinação para conquistar o sucesso e construir uma
carreira bem-sucedida. Devemos, sim, buscar sempre o melhor e construir uma
poupança para nossa velhice e para a boa educação de nossos filhos. O autor
japonês Ryuho Okawa, que acaba de lançar As Leis da Invencibilidade, diz
que nem sempre o sucesso garante a felicidade. Por isso, devemos nos esforçar
para que sucesso e felicidade andem juntos.
Muitos
homens de negócios deixam de dar a devida atenção à felicidade de sua família e
se esforçam apenas para progredir na carreira. É preciso manter uma vida de equilíbrio,
ter aspirações nobres e trilhar o caminho do meio – nem sacrificando a
felicidade pessoal e a dos que nos cercam em nome do sucesso, nem tendo uma
atitude radicalmente oposta, ou seja, abrindo mão do sucesso por julgar que
isso garantirá a felicidade da família.
Quando
falamos em caminho do meio, falamos em uma vida de equilíbrio entre o tamanho
de nossa dedicação à carreira ou à empresa em que trabalhamos e o tamanho de
nossa dedicação à família, aos cuidados com nossa saúde e educação, sem nos
esquecer de investir no desenvolvimento de nossa própria espiritualidade.
Felicidade é viver a vida em todas as suas dimensões e em sua plenitude.
Essa
consciência se torna mais forte quando, afetados por crises, nos voltamos para
nossa vida privada, reavaliamos nossas condutas materialistas e a avidez pela
riqueza ou poder, e nos voltamos mais para valores religiosos. Com o tempo,
como diz Okawa, “as pessoas ficam mais introspectivas e começam a sentir que
deveriam colocar um freio em sua ambição”. Ele observa que, com menos dinheiro
para gastar com amigos e compromissos, naturalmente cresce a convivência com a
família e a redescoberta de seus valores.
“Essa
mudança pode proporcionar lições importantes. Assim como as pessoas somente dão
o devido valor à saúde quando adoecem, os workaholics podem transformar
o período de recessão em oportunidade para refletir sobre a vida que têm
levado”, diz o mestre. O foco para uma vida baseada em valores interiores,
deixando para trás uma vida de ostentação e extravagâncias, ajudará na
compreensão do verdadeiro valor da espiritualidade e na redescoberta dos
valores familiares.
Um
dos três últimos desejos de Alexandre Magno (rei da Macedônia, 356-323 aC.)
expressos pouco antes de sua morte, foi o de ser levado ao cemitério onde seria
enterrado com as mãos estendidas para fora do caixão – para que as pessoas
soubessem que viera ao mundo de mãos vazias e que de mãos vazias sairia, mesmo
depois de suas vitórias militares e grandes conquistas.
Verdade
ou lenda, o episódio confirma que devemos sempre lutar para buscar o sucesso,
mas com a consciência de que somente levaremos desta vida as riquezas
espirituais que acumularmos, em especial o amor e a felicidade que tivermos
compartilhado com nossa família e com as que pessoas com as quais convivemos. É
também a mais valiosa herança que deixaremos.
Kie
Kume - gerente da editora IRH
Press do Brasil, que publica em português
as obras de Ryuho Okawa. Um dos autores mais prestigiados no Japão, Okawa tem
mais de 2.100 livros publicados, ultrapassando 100 milhões de cópias vendidas,
em 28 idiomas.
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