Em
algum momento da vida, você, certamente, já se fez a seguinte pergunta: “devo insistir
em algo ou desistir e começar de novo?”. É preciso ser persistente, dedicado,
comprometido e paciente quando se tem um bom processo em andamento - e isso
vale para um relacionamento afetivo, aplicações financeiras, estudo, emprego,
carreira e amizades. No entanto, também há o outro lado da moeda, o de insistir
em apostas erradas para tentar recuperar o prejuízo.
Uma
boa carreira costuma demorar pelo menos dez anos para dar resultados
consistentes. Não se consegue um ótimo emprego sem merecimento e, quando
conquistado, precisa de manutenção diária para gerar bons frutos (promoção, aumento
de salário, reconhecimento) no futuro. Mesmo um bom relacionamento afetivo
demanda tolerância com as diferenças alheias e precisa ser construído aos
poucos.
Agora,
quantas vezes você já insistiu em algo só por teimosia, medo de ficar sem nada
ou vergonha de admitir o erro? Às vezes, mantemos posições equivocadas para
tentar reverter uma tomada de decisão infeliz, e continuar investindo tempo,
dinheiro e energia em situações das quais deveríamos desistir só piora o
prejuízo.
Falando
especificamente da vida profissional, muitas vezes, o problema não está no
emprego, pois a pessoa está na carreira ou profissão errada. Outras vezes, a
carreira é ótima, mas o emprego é ruim. Em outras, ainda, a vida afetiva
atrapalha tanto na carreira quanto no emprego.
Se
gosta do que faz na carreira, tem perspectivas de evolução nos próximos anos,
consegue usar seus talentos com frequência, está motivado para continuar
aprendendo, não se vê fazendo outra coisa, você está no caminho certo, com uma
carreira promissora, e deve investir toda sua energia para que fique ainda
melhor.
Agora,
se você odeia o que faz, tem pouca perspectiva de evolução, usa pouco seus
talentos, seus pontos fracos atrapalham muito, acha a profissão desagradável,
sente-se desmotivado a maior parte do tempo, seu dia a dia profissional é
monótono, pensa com frequência em fazer outra coisa e nunca recebe novas
propostas de trabalho, é hora de repensar sua carreira. O que está errado? É
uma fase ruim (conjuntura, economia fraca, cansaço, emprego ruim) ou um
problema mais grave? É possível melhorar alguns desses itens?
Ao
analisar esses prós e contras, você pode ter entrado em um dilema ainda maior.
Nesse caso, sugiro que concentre seus esforços na parte positiva e tente
ajustar, dentro do possível, a parte negativa. Mudança de carreira é coisa
séria e complexa, por isso você deveria fazer o máximo para ajustá-la antes de
tomar uma drástica decisão de mudar. Não existe carreira perfeita, pois sempre
haverá dificuldades, fases ruins, decisões equivocadas e gente desagradável.
Mas também haverá fases ótimas, boas decisões, gente interessante e resultados
positivos.
Faz
parte do jogo conviver com altos e baixos. Entretanto, tome cuidado com excesso
de indecisão: é muito ruim ficar dividido por um tempo prolongado, pois a
dúvida paralisa, trava a tomada de decisões e prejudica os resultados. Logo,
não fique em cima do muro. Siga em frente com sua carreira e melhore um pouco a
cada dia ou desenvolva um plano B para começar em uma nova profissão, mais
próxima de seus ideais.
Eduardo
Ferraz -
consultor em Gestão de Pessoas há mais
de 25 anos e autor do recém-lançado “Gente que convence”, pela Editora
Planeta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário