Há sempre mais para ser
explorado! Esse talvez seja o pensamento que deveríamos ter ao menos uma vez
por dia, para colocar sempre em pauta a necessidade de olharmos por cima do
muro do cotidiano e encontrar possibilidades em que antes acreditávamos existir
apenas o trivial. Vamos a um exemplo prático?
Imagine que está
escrevendo uma carta sobre a sua vida para um amigo que não vê há muito tempo.
Logo num primeiro momento, não lhe vêm à cabeça apenas as coisas que já são
conhecidas, ou seja, o que já realizou e faz no presente? Dificilmente, a
primeira ideia a apresentar nessa carta será o seu planejamento para o futuro e
as descobertas que tem feito ao longo dos dias. Por uma característica de
“sedentarismo mental”, buscamos sempre o estado de equilíbrio baseado nos fatos
e nas situações que já nos são familiares e confortáveis, ainda que dentro
desse cenário existam situações desagradáveis.
Refletindo sobre essa
questão, é imprescindível que a gente possa se maravilhar com as novidades da
vida constantemente. Deixe de lado, ainda que por alguns instantes no dia,
todas as certezas e busque as perguntas em vez de respostas. Lembre-se que na
história da humanidade tivemos a queda de grandes verdades, entre as quais o
pensamento de que a Terra era plana. Bem, se a curiosidade - e o empenho em
saná-la - nos fez evoluir nesse caso, por que não utilizá-la a nosso favor
também nas demandas de nossas existências? Felizmente, não temos a capacidade
de aprender algo a ponto de dominá-lo, o que exige uma renovação periódica do
que acreditamos conhecer.
Contudo, quando deixamos
de investir energia e tempo na tarefa de redescobrir, corremos o risco de cair
no mar do “conhecimento ignorante”. Essa é a situação vivenciada pelos
profissionais que viajam o mundo todo a trabalho sem se darem a oportunidade de
explorar de forma concreta as regiões por onde passam. Após algum tempo, eles
até poderão ter muitas histórias interessantes para contar sobre suas idas e
vindas, mas poucas terão realmente algo de original, pois é bem provável que
não saibam falar sobre a experiência da culinária local ou de como o povo se
comporta.
Quantas vezes na semana
você faz uma parada para pensar como estão se relacionando os fatos ligados a
diferentes dimensões da sua vida? Por exemplo, a sua última promoção no
trabalho se deu em um momento positivo no âmbito familiar? Além disso, como seu
comportamento com amigos e pessoas queridas é modificado quando algo não está bem
no escritório? Essas questões podem parecer simples, mas escondem algo
importante: a existência do plano macro, ou seja, de uma forma de visualizar o
mundo que está diretamente relacionada à sua totalidade e às conexões que se
fazem presentes por trás dos fatos.
Como sempre, é necessário
um bom planejamento, e essa visão macro lhe auxilia nesse processo. Estabeleça
seus objetivos e pontue as metas sem deixar de lado os efeitos que elas terão
no plano geral. Para isso, uma boa dica é ouvir a sua intuição. O que muitos
chamam de “aquela voz que fala comigo mesmo” pode ser, quando estimulada da
forma correta, uma potente ferramenta para as tomadas de decisão. Em outras
palavras, devemos confiar em nossa intuição, deixando que ela nos guie e, à
medida que essa relação se tornar mais contínua, os insights serão mais
precisos e constantes.
Quando ouve a sua própria
voz, você vê o que mais ninguém pode ver. Se o caminho para o sucesso pudesse
ser escrito de forma simples, encontraríamos a sua síntese ao dizer que ele
chega para os que enxergam o que ninguém viu, ainda que olhando para um mesmo
referencial. Inovações tecnológicas, novas formas de comportamento e tendências
no mercado surgem dessa forma. É fácil comprovar essa situação. Há poucos anos,
ninguém precisava de um telefone celular para dar conta de sua existência.
Atualmente, ninguém mais sai de casa sem seu aparelho pessoal, nem mesmo para
ir até a padaria. Para os que estão pensando “ok, isso já não é mais uma
novidade”, fica o convite: qual será o próximo meio de comunicação da
humanidade? Vislumbre essa resposta e você pode ser a mais nova personalidade
do mundo.
Aprenda a aprender! “Viver
e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um
eterno aprendiz”. Eternizada na voz de tantos talentos da nossa música, a
canção de Gonzaguinha é o resumo do que há por trás de pessoas que unem sonho e
vontade de fazer a diferença. Por isso, deixo aqui um pedido: crie um ambiente
bem aconchegante em sua casa para realizar o café da manhã do aprendizado,
deixe essa canção de fundo e escreva tudo o que você deve reaprender, abordando
tópicos complexos ou simples, como “aproveitar o amanhecer em um dia de folga”.
O importante é que você se reconecte com o espírito da boa desconfiança e aprenda
o novo, mesmo que ele já seja muito conhecido pelo hábito. Há sempre algo de
novo para conhecer e enxergar! Fazer diferente para fazer a diferença!
Eduardo Shinyashiki -
mestre em neuropsicologia, liderança educadora e especialista em
desenvolvimento das competências de liderança organizacional e pessoal. Com
mais de 30 anos de experiência no Brasil e na Europa, é referência em ampliar o
poder pessoal e a autoliderança das pessoas, por meio de palestras, coaching,
treinamentos e livros, para que elas obtenham atuações brilhantes em suas
vidas. Mais informações: www.edushin.com.br
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