Segundo
Ivanoska Filgueira, procedimentos invasivos devem ser recomendados para o
público jovem em casos específicos, como em cirurgias reparadoras
Com a busca incessante pelo enquadramento em
padrões estéticos
imposto por desfiles de moda, novelas e campanhas publicitárias, tem
estimulado a procura de adolescentes por procedimentos invasivos afim do corpo
ideal. É crescente o
número de cirurgias plásticas realizadas em jovens com idades entre 14 e 18
anos. De acordo com os últimos dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP), o número mais do que dobrou em apenas quatro anos – saltou de
37.740 procedimentos em 2008 para 91.100 em 2012 (141% a mais). No
entanto, os pais precisam ter cautela e, a depender do caso, até desestimular o
desejo dos filhos de antecipar esse amadurecimento.
A avaliação é da cirurgiã plástica Ivanoska
Filgueira, que alerta sobre os riscos que uma decisão como esta pode causar
interferências na fase considerada de transformação corporal. “Na adolescência, as meninas
adquirem suas novas curvas com o surgimento dos seios, alargamento dos quadris.
Nos meninos, o mais marcante é o desenvolvimento da musculatura. Em meio a
tantas mudanças, com muita frequência, o adolescente perde a sua referência de
corpo e começa a querer acelerar esse processo”, explica a médica.
As
cirurgias mais procuradas são as de orelha, nariz, redução e aumento de mamas.
Segundo Filgueira, as motivações para o procedimento devem ser cuidadosamente
avaliadas pelos pais, primeiramente dentro de casa e, se houver persistência,
procurar um médico especialista para serem analisadas. “Alguns adolescentes têm
indicação de cirurgia plástica, como os que possuem características que
provoquem transtornos do comportamento, da autoestima ou até mesmo da saúde”,
ressalva.
Ivanoska
exemplifica casos de jovens meninas que desenvolvem seios demasiadamente
grandes, que resultam em problemas na coluna, ou mesmo os jovens com alterações
faciais e problemas respiratórios. “Nesse caso, vale destacar que as cirurgias
são corretivas e não meramente estéticas”, acrescenta.
A
cirurgiã explica que as cirurgias dos seios, tanto a redução quanto a colocação
de próteses, devem esperar o fim do desenvolvimento mamário, que costuma
acontecer cerca de dois a três anos após a primeira menstruação. “Mesmo assim,
cada caso precisa ser avaliado, ainda mais quando o quadro pode de alguma
maneira prejudicar a vida social ou mesmo a saúde do paciente”, enfatiza.
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