Pesquisar no Blog

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Brasil chega à sua pior posição competitiva em 20 anos



Suíça, Singapura e Estados Unidos permanecem nos primeiros lugares


Nova Lima (MG) - O Brasil sofre relevante queda de seis posições no ranking que avalia a competitividade de 138 países, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC).  O país perdeu 33 posições nos últimos quatro anos e chega este ano à 81a colocação, revelando sinais claros de forte crise econômica e declínio da produtividade. O resultado disso é uma menor sofisticação dos negócios e baixo grau de inovação e um distanciamento significativo dos demais países do grupo dos BRICs e do G20. O Brasil perde espaço internacional e agrava inúmeros indicadores de competitividade. 

Esta posição coloca o país abaixo de alguns de seus principais concorrentes e aponta para um agravamento da desaceleração do crescimento e da produtividade, indicando uma recessão de 4,5% do PIB para 2016. 

Suíça, Singapura e Estados Unidos ficaram, respectivamente, no primeiro, segundo e terceiro lugar, repetindo o mesmo ranking do ano passado. 

Uma das explicações para o baixo desempenho brasileiro é, segundo Carlos Arruda, professor da FDC e coordenador da pesquisa no Brasil, além do cenário de desaceleração da economia mundial que oferece forte resistência desde a crise de 2008, é "a polarização política pós-crise e a perda de produtividade global". "Há também um destaque para o fim do ciclo da produtividade baseado na microeletrônica e na automação, o que chama a atenção para a emergência de um novo paradigma tecnológico caracterizado pelo crescimento exponencial da digitalização: a denominada Industria 4.0 ou Smart Industry", pontua o coordenador do Núcleo de Inovação da FDC.

Apesar da queda brasileira no ranking, a pesquisa de competitividade aponta oportunidades promissoras para o país, com destaque para: a maior inserção internacional; espaço para o investimento privado; a internacionalização das empresas brasileiras; nova pauta de inovação tecnológica; e simplificação e modernização dos marcos regulatórios.

Segundo Carlos Arruda, a pesquisa revela a falta de clareza sobre o momento atual do Brasil e para onde o país pretende ir. "Sem orientações definidas, sem uma perspectiva do que fazer e dentro de um processo de isolamento, são impossíveis soluções de curto prazo, quiçá de médio e longo prazos". No entanto, o pesquisador salienta que, "apesar das baixas taxas de investimento e instabilidade econômica, as instituições e a sociedade começam a dar sinais de recuperação". Para ele, o desenvolvimento da competitividade brasileira só será possível a partir da incorporação de tecnologias, amadurecimento das empresas e empresários, aumento da produtividade e ganhos de comércio internacional, via uma agenda clara e transparente.

Sobre o Relatório Global de Competitividade
O Fórum Econômico Mundial define competitividade como o conjunto de instituições, políticas e fatores que determinam o nível de produtividade de um país. As notas e os rankings são calculados a partir de dados estatísticos e de pesquisa de opinião realizada com executivos dos 138 países participantes. Cento e dezoito variáveis são analisadas e agrupadas em 12 categorias: instituições; infraestrutura; ambiente macroeconômico; saúde e educação primária; educação superior e treinamento; eficiência do mercado de bens; eficiência do mercado de trabalho; desenvolvimento do mercado financeiro; prontidão tecnológica; tamanho de mercado; sofisticação empresarial; e inovação.

Para coletar os dados de maneira eficiente, o Fórum Econômico Mundial conta com o apoio de uma rede de mais de 160 instituições parceiras. No Brasil, a FDC é responsável pela organização de dados estatísticos e pela pesquisa de opinião realizada junto à comunidade empresarial. Este ano foram coletadas respostas de 128 executivos no período entre março e maio de 2016.

Sobre a Fundação Dom Cabral
A Fundação Dom Cabral é uma escola de negócios brasileira que há 40 anos tem a missão de contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade, por meio da educação, capacitação e desenvolvimento de executivos, empresários e gestores públicos. Circulam anualmente pelos seus programas abertos, fechados, de parcerias e de pós-graduação (especialização, MBA e mestrado) cerca de 40 mil executivos de empresas e organizações de pequeno, médio e grande porte do Brasil e de vários países. No campo social, a FDC desenvolve iniciativas de desenvolvimento, capacitação e consolidação de projetos, líderes e organizações sociais, contribuindo para o fortalecimento e o alcance dos resultados pretendidos por essas entidades. A FDC é a melhor escola de negócios da América Latina segundo o Ranking da Educação Executiva 2016 do jornal inglês Financial Times há 11 anos consecutivos.



MITOS E VERDADES DAS ENTREVISTAS DE EMPREGO




Qualificação profissional é fundamental para se destacar em um processo seletivo



A busca por uma colocação no mercado de trabalho reserva alguns desafios. Além de encontrar vagas que se adequem ao seu perfil e estar preparado para se destacar em meio aos outros candidatos, a hora da entrevista pode apresentar algumas dificuldades. Porém, com qualificação profissional e algumas dicas de comportamento, o concorrente conseguirá seu espaço no universo corporativo.  Guilherme Maynard, diretor da Prepara Cursos, maior rede de cursos profissionalizantes do país, comenta alguns mitos e verdades sobre o momento da seleção.

      MITO! É PRECISO SE VESTIR FORMALMENTE: A aparência realmente é um ponto levado em consideração pelos recrutadores, porém, exagerar na formalidade pode demonstrar que você está preocupado. “O candidato deve avaliar o tipo de vestimenta que combina com a vaga em questão, se você  se candidatou para um emprego menos formal, não é necessário ir de terno e gravata”, afirma.

      VERDADE! É IMPORTANTE SE INFORMAR SOBRE A EMPRESA: Maynard recomenda que, antes de ir para a entrevista, o candidato faça uma pesquisa sobre a empresa na internet. Assim, saberá o que falar quando o entrevistador entrar em assuntos mais específicos. Além de demonstrar interesse pela vaga.

      MITO! FALE MAIS PARA SE DESTACAR EM ENTREVISTAS EM GRUPO: É importante participar das atividades em dinâmicas de grupo, mas, falar mais que os outros candidatos não ajuda a se destacar. “Dê opiniões contundentes e fale quando sentir necessidade. Falar pelos “cotovelos” pode demonstrar insegurança”, comenta Maynard.

      VERDADE! TOME CUIDADO COM A LINGUAGEM: No  dia a dia, usamos gírias e, algumas vezes, não prestamos atenção à gramática de cada palavra que falamos ou escrevemos, mas, durante uma entrevista de emprego é fundamental demonstrar o domínio da língua portuguesa. “Esse é um ponto em que muitos candidatos pecam e pode ser crucial”, analisa.

      MITO! QUEM TEM MAIS EXPERIÊNCIA SAI NA FRENTE: Apesar de ser importante ter passado por outros empregos e ter experiência no mercado, esse não é um critério definitivo na hora da seleção. “Quem tiver o perfil mais parecido com aquilo que a empresa procura, será escolhido mesmo sem a bagagem profissional dos demais concorrentes, o momento da entrevista é a hora certa para mostrar outras competências, como cursos ou habilidades pessoais, que irão se sobressair à falta de experiência”, completa Maynard.

      VERDADE! QUALIFICAÇÃO É FUNDAMENTAL: Além de todas essas dicas, o mais importante é se preparar para o mercado de trabalho. As aptidões trazem credibilidade ao seu currículo e, dessa forma, você chega na entrevista com vantagem. “No fim das contas, o que os recrutadores procuram é mão de obra qualificada  que auxiliará no cotidiano da empresa”, finaliza o diretor da Prepara Cursos.

      MITO! DEMONSTRAR AMBIÇÃO COM O FUTURO: É comum no meio do processo seletivo, o entrevistador perguntar em que posição o candidato deseja estar daqui cinco anos. Com medo de desapontar a empresa, o candidato monta um castelo de ideias, e alguns até ousam estar no cargo da presidência. Calma, meu amigo. Cinco anos não são 50, por isso, o correto é responder que estaria muito feliz em estar traçando um plano de carreira nesta empresa a cada dia somando com a equipe. “Às vezes, mais é menos, e a ganância é um dos principais inimigos neste momento, comenta.  

      VERDADE! REDES SOCIAIS SÃO AVALIADAS: “Isso mesmo. O candidato deve lembrar que toda a mídia utilizada pelos estudantes para se comunicar também é usada pela empresa e pelas consultorias para conhecer mais os candidatos, principalmente as redes sociais. A internet é um local público e todos têm acesso a suas brincadeiras e postagens inadequados. Tomar cuidado com o que publica é recomendável. Minha dica é nunca colocar na mídia social um pensamento não falaria publicamente”, finaliza.



Prepara Cursos

Saúde oferecerá melhor tratamento do mundo para HIV/Aids



Para ofertar o Dolutegravir, considerado um antirretroviral inovador, o Ministério da Saúde conseguiu negociar a redução em 70% no preço e atenderá 100 mil pacientes no primeiro ano 


Considerado como o melhor tratamento contra o HIV/aids no mundo, o Brasil passa a contar com o novo antirretroviral Dolutegravir. Cerca de 100 mil pacientes portadores do vírus receberão o tratamento a partir de 2017. Com a oferta, recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), o Ministério da Saúde reafirma a posição de liderança no combate à epidemia de HIV/aids e o compromisso de oferecer um tratamento inovador. A disponibilidade do tratamento na rede pública de saúde é mais um resultado do compromisso assumido pelo Ministério da Saúde de otimizar os recursos, transformando em benefício para a população.

“Estamos ousando oferecer o melhor tratamento do mundo pelo menor preço possível”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a cerimônia de anúncio do novo medicamento. Segundo o ministro, esse é um desafio para todas as áreas da pasta, e não apenas para o combate ao HIV e aids. “Temos a clareza de que é possível fazer mais com os recursos que temos disponíveis. A nossa política é ousar e, a marca de nossa gestão, é oferecer mais eficiência, possibilitando melhorar o tratamento e a oferta de medicamentos no SUS com menor custo, sem onerar o orçamento”, ressaltou o ministro.

A partir da negociação com a indústria farmacêutica GSK, a pasta conseguiu reduzir em 70% o preço do medicamento, de USD 5,10 para USD 1,50. Assim, a incorporação do Dolutegravir não altera o orçamento atual do Ministério da Saúde para a aquisição de antirretrovirais, que é de R$ 1,1 bilhão. Mantida as negociações atuais, para todos os tratamentos com antirretrovirais, a estimativa do Ministério da Saúde é de uma economia de R$ 5 milhões. Nos primeiros 100 dias de gestão, o Ministério da Saúde obteve uma eficiência/economia de R$ 1.056 bilhão. Vale ressaltar que o ritmo de incorporação do medicamento está compatível com a capacidade de produção do laboratório.

Para a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Adele Benzaquen,  mais importante do que reafirmar o papel do Brasil na vanguarda na condução da política de combate ao HIV e aids, a incorporação do Dolutegravir reforça o compromisso maior do Ministério da Saúde de oferecer às pessoas que vivem com HIV e aids a melhor tecnologia existente de forma sustentável.

“O dolutegravir apresenta uma série de vantagens para essas pessoas. Além de potência muito mais alta, o novo medicamento apresenta um nível muito baixo de eventos adversos” esclareceu a diretora. Além disso, a diretora reforçou que o novo medicamento também apresenta maior eficácia ao longo do tempo, o que acarreta o menor aparecimento de vírus resistentes ao longo do tratamento. “Isso possibilita maior qualidade de vida aos pacientes ao longo dos anos”, reforçou a diretora.

O novo medicamento apresenta um nível muito baixo de eventos adversos, o que é importante para os pacientes que devem tomar o medicamento todos os dias, para o resto da vida. Com menos eventos adversos, os pacientes terão melhor adesão e maior sucesso no tratamento.

O diretor do Departamento de HIV, da Organização Mundial de Saúde (OMS), Gottifried Hirnschael, por meio de mensagem em vídeo, destacou que desde os primeiros dias da epidemia Global de HIV, o Brasil foi pioneiro ao introduzir as mais inovadoras intervenções, com criatividade e eficiência. De acordo com ele, “o Brasil também esteve entre os primeiros países, no fim de 2013, a introduzir a política de ‘tratar todos’ e oferecer tratamento a todas as pessoas HIV positivas o mais cedo possível”, disse Gottifried Hirnschael.

Sobre a incorporação do novo medicamento no SUS, Gottifried ressaltou que a OMS está feliz com o anúncio de que o Brasil é um dos primeiros países a introduzir o dolutegravir, um dos mais recentes tratamentos, no seu programa nacional. A OMS recomenda o uso desse medicamento para aumentar ainda mais a qualidade do tratamento do HIV”, afirmou. Para ele, com a implementação dessa nova política, o Brasil será capaz de melhorar a saúde e o bem-estar de milhões de pessoas vivendo com HIV e irá inspirar outros países afazer o mesmo.

TRATAMENTO - Inicialmente, o novo medicamento será ofertado no SUS a todos os pacientes que estão começando o tratamento e também aos pacientes que apresentam resistência aos antirretrovirais mais antigos. A expectativa é que, em 2017, cerca de 100 mil pacientes iniciem o uso do novo tratamento. Já incorporado ao SUS pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), o medicamento será incluído ao novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Manejo da Infecção pelo HIV, que será atualizado ainda este ano.

Atualmente, o esquema de tratamento das pessoas na fase inicial é composto pelos medicamentos tenofovir, lamivudina e efavirenz, conhecido como 3 em 1. A partir de 2017, o dolutegravir associado ao 2 em 1 (tenofovir + lamivudina) será indicado no lugar do efavirenz para pacientes que iniciem tratamento e aqueles que apresentam resistência aos medicamentos mais antigos.

Nos últimos anos, o Brasil tem se mantido na vanguarda do tratamento contra a epidemia de aids. Além de ser um dos primeiros a adotar a política de acesso universal ao tratamento antirretroviral na década de 90, o país também foi pioneiro na recomendação do tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV e aids, independente de critérios clínicos e imunológicos. Isso foi definido em 2013, com a publicação do primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Manejo da Infecção pelo HIV em adultos.

Com a oferta da medicação às pessoas vivendo com HIV, houve um aumento no número de  tratamento. No período de 2005 a 2016, por exemplo, o país triplicou o total de brasileiros em tratamento, passando de 165 mil pra 483 mil. Apenas em 2016, até agosto, 48 mil pessoas iniciaram terapia antirretroviral no Brasil. Esses números reforçam o sucesso das ações do ministério em adotar o tratamento de todas as pessoas soropositivas como medida de saúde pública para o controle da transmissão do HIV no país.

PANORAMA - Desde o começo da epidemia, o Brasil registrou798.366 casos de aids, acumulados no período de 1980 a junho de 2015. No período de 2010 a 2014, o Brasil registrou 40,6 mil casos novos/ano, em média. Em relação à mortalidade, houve uma queda da taxa de mortalidade por aids de  10,9%, nos últimos anos, passando de 6,4 por 100 mil habitantes em 2003 para 5,7 em 2014.



Nivaldo Coelho
Agência Saúde

Posts mais acessados