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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Dia Internacional de Luta contra a AIDS: Blued, entidades e empresas lançam a campanha "#BePositive Quebre os Tabus do HIV"

Além do aplicativo, RNP+BRASIL, Viveração, Rede de Jovens SP+, Aliança Nacional LGBTI+, Prudence, DKT Internacional e especialistas promoverão debates sobre a AIDS e o HIV

 

Na próxima quarta-feira, 1º de dezembro, Dia Internacional de Luta contra a AIDS, o Blued, aplicativo móvel líder mundial para pessoas gays, bi, trans e queer, se juntará a grandes empresas, entidades, médicos e especialistas na campanha #BePositive Quebre os Tabus do HIV, que promoverá debates de conscientização sobre a luta contra o HIV e a AIDS. Entre os nomes confirmados então a RNP+BRASIL BRASIL (Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS), Podcast Viveração, Rede de Jovens SP+, Aliança Nacional LGBTI+ e Prudence, marca brasileira líder em preservativos, além do Dr. Eduardo Ditzel (infectologista), Dr. Vinícius Borges (infectologista), Augusto Menna (jornalista, tradutor e ativista LGBTQIA) e Welton Gabriel (palestrante, consultor em saúde e educação sexual e ativista). 

Infelizmente, a desinformação provocada pela falta de conhecimento pode trazer danos irreversíveis para a sociedade. Sabemos que o HIV e a AIDS não têm cura, apesar do tratamento correto e realizado no início do contágio ter eficácia para uma vida saudável. Ainda existe muita desinformação sobre prevenção, tratamento e relacionamento com pessoas que vivem com HIV. Por isso, a campanha Quebre os Tabus do HIV quer estimular a conscientização sobre a doença, a partir do Dia Internacional de Luta Contra a AIDS, comemorado em 1º de dezembro. 

Por possuir, entre as suas funcionalidades exclusivas, a realização de Lives e Chats dentro do aplicativo, o que destaca o Blued dentre os demais, todas as ações da campanha serão realizadas no aplicativo. No início deste ano, a BlueCity começou a convidar organizações a se registrarem no Blued e fornecer serviços críticos relacionados ao HIV para os mais de 6 milhões de usuários ativos mensais do aplicativo em 170 países e regiões ao redor do mundo. As organizações que são verificadas pelo Blued receberão apoio no aplicativo e na mídia social para fornecer seus serviços dentro de sua região, aumentando sua visibilidade, bem como a conscientização sobre ações preventivas. Os usuários podem contatar diretamente essas organizações para receber aconselhamento, marcar compromissos para testes de HIV, acesso ao PrEP e PEP e entregas de kits domésticos, e muito mais. 

Além disso, haverá três Lives mediadas pelo Podcast Viveração. A primeira no perfil da Rede Jovens SP+, com participação de Ricardo de Mello e debaterá sobre “O acolhimento de quem vive com HIV”; a segunda no perfil da RNP+BRASIL, com Paulo Giacomini, representante da entidade no Estado de SP, sobre “A luta contra o estigma social do HIV”. Finalizando o dia; e a última será com o médico infectologista Eduardo Ditzel sobre “Tratamento e prevenção, o caminho para ser i=i (indetectável = intransmissível)”. 

Para Blued, o projeto vem reforçar a importância da educação sobre o HIV e a AIDS. “Precisamos romper preconceitos além de promover saúde e vida normal com HIV. Queremos, a partir da iniciativa, promover ainda mais debates, conversas, trocas de experiências dentro do APP. Acreditamos que apenas assim, proporcionando um ambiente saudável para discutir o tema, é que vamos integrar a sociedade para a causa, agindo com informação para prevenir e tratar”, explica Liam, head of Blued International. 

Além das Lives, serão abertas duas Salas de Chat por voz no app Blued para discutir o tema e trazer entidades e pessoas que vivem com HIV para a conversa. No dia 1 de dezembro às 17h30, o perfil da Aliança Nacional LGBTI+ abrirá a conversa com Gregory Rodrigues, coordenador nacional de Comunicação. Já no dia 03 de dezembro, as 17h, o perfil do Podcast Viveração será liderado por Augusto Menna Barreto, coordenador e idealizador do projeto que é focado em saúde, sexualidade e direitos humanos, financiado neste ano por um edital de uma agência da ONU. O objetivo de ambas é engajar e informar os usuários da plataforma. 

Para o Dr. Eduardo Ditzel, infectologista especialista em infectologia hospitalar e clínica, HIV e Infecções Sexualmente Transmissíveis, “existem várias formas de prevenir o HIV e as infecções de transmissão sexual, precisamos entender que fazer uso de preservativos é fundamental e uma das principais formas, mas também tratar quem tem a infecção através da PREP e da PEP além de testagens frequente. Pessoas HIV positivas possuem uma vida normal”. 

Médico infectologista e idealizador do canal doutor Maravilha, Dr. Vinicius Borges destaca que uma pessoa vivendo com o HIV com carga indetectável por no mínimo 6 meses não transmite o vírus por via sexual. “Há pessoas que nunca se testaram, podem ter o HIV com a carga viral alta que facilita a transmissão. Portanto, nunca ter feito exames é ‘mais arriscado’ do ponto de vista epidemiológico que ter e tratar”, afirma. Mas o médico reforça, “o acesso ao diagnóstico, ao tratamento e a possibilidade de estar indetectável envolve várias vulnerabilidades e desigualdades. Precisamos vencer a sorofobia e trazer mais qualidade de vida a quem vive e convive com o HIV”. 


Campanha Quebre os Tabus do HIV

Programação 01/12

Live Rede Jovens SP+ com Ricardo de Mello e mediação do Podcast Viveração
Tema: O acolhimento de quem vive com HIV
Horário: às 12h

Live RNP+Brasil com Paulo Giacomini, representante da entidade no Estado de SP e mediação do Podcast Viveração
Tema: A luta contra o estigma social do HIV
Horário: às 16h

Sala de chat de voz do perfil Aliança Nacional LGBTI 🇧🇷, com Gregory Rodrigues, coordenador nacional de Comunicação
Horário: às 17h30

Live com Dr. Eduardo Ditzel, médico e infectologista
Tema: Tratamento e Prevenção, o caminho para o i=i (indetectável = intransmissível)
Horário: às 19h

Programação 03/12

Sala de chat de voz o perfil Viveração Podcast, com Augusto Menna Barreto, coordenador e idealizador do projeto
Horário: às 17h


HIV/AIDS: a incansável luta pelo fim do estigma e desinformação

Após quase 40 anos do aparecimento dos primeiros casos de AIDS no mundo, os grandes avanços da medicina transformaram o prognóstico da doença antes considerada fatal para uma condição crônica e gerenciável. O HIV, vírus da imunodeficiência adquirida, não tem cura, mas já possui medicações antirretrovirais eficazes e cada vez mais livres de efeitos colaterais, que possibilitam excelente controle, ao bloquear o vírus impedindo que a doença se manifeste.

O primeiro passo para a luta efetiva contra a desinformação é enfrentar a discriminação relacionada ao vírus. Falar sobre o assunto, identificar as lacunas no diagnóstico e no tratamento e dar um fim ao tabu podem livrar o mundo da epidemia que já matou milhares de pessoas.

Atualmente, 38 milhões de pessoas vivem com o vírus no mundo. No Brasil, o número chega a 920 mil, segundo Boletim Epidemiológico de 2020, disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Do total no país, cerca de 642 mil têm carga viral indetectável, ou seja, esse grupo não transmite o vírus. E essa é uma das informações que grande parte da sociedade ainda desconhece. Não existe mais falar de "sobrevida", mas sim "expectativa de vida" que, inclusive, pode ser tão grande ou maior quanto à de um indivíduo soronegativo.

Sendo assim, na briga contra o estigma é preciso, antes de mais nada, entender que a doença não é o fim do mundo. Não é uma sentença de morte. Tomando os medicamentos corretamente, haverá bloqueio do vírus no sangue e, consequentemente, estabilização do quadro, o que impedirá a transmissão para seu parceiro(a). Já é possível até mesmo engravidar sem transmitir o vírus para o bebê! Para isso, é necessário que a mulher siga impecavelmente o tratamento, no intuito de manter o vírus bloqueado, ou seja, a carga viral indetectável, além de realizar o pré-natal na frequência certa, para garantir a segurança e a saúde do feto.

Porém, mesmo com o avanço da medicina e todo acesso ao conhecimento atual, ainda é essencial que as pessoas se cuidem, no intuito de frear a contaminação. Para se tornar soropositivo, basta ter relações sexuais sem preservativo ou colocar o próprio sangue em contato com o de alguém infectado. Por isso, a prevenção é simples: use preservativo em todas as formas de relação sexual, não compartilhe instrumentos afiados ou injetáveis - agulhas, seringas, alicates, lâminas de barbear ou objetos que tenham sangue - e utilize luvas se for cuidar de feridas de desconhecidos.

Outra medida preventiva é a Profilaxia Pré-Exposição (PREp), que consiste na tomada de medicamento antiviral para prevenir a entrada do vírus. A PREp é indicada para pessoas mais vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens, mulheres transsexuais, profissionais do sexo e parceiros de indivíduos HIV+. Também é essencial tratar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como a sífilis, por exemplo, uma vez que feridas genitais facilitam a entrada do vírus.

E, caso haja suspeita de contaminação, o exame laboratorial que detecta a AIDS é a contagem de células de defesa, chamado CD4. Diante do resultado HIV reagente, é fundamental marcar uma consulta com o infectologista, que avaliará seu quadro e, então, dará início ao tratamento diário, que te acompanha ao longo da vida. Estes medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS em postos especializados, nas farmácias dos SAEs ou CRs, mesmo para os pacientes que fazem tratamento particular.

No mais, no contexto atual da pandemia da Covid-19, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) orienta que todas as pessoas vivendo com HIV procurem seus profissionais de saúde para garantir estoques adequados de medicamentos essenciais.

 


Dra. Silvia Regina Julian - médica formada pela Santa Casa de São Paulo, especializada em Infectologia pelo Hospital do Servidor Público Estadual, com título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Infectologia, membro da Doctoralia e 25 anos de experiência na área de HIV-AIDS e Hepatites Virais.

Instagram - @drasilviajulian

Canal You Tube - Silvia Julian


40 anos da Aids no Brasil: conheça os avanços na prevenção e no cotidiano dos pacientes

Medicamentos continuam sendo elaborados para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV, mas vacina ainda é o foco principal


Há 40 anos, no dia 1º de dezembro, era descoberto o primeiro paciente com aids no Brasil, e de 1981 até o momento, houve grande evolução para o tratamento da doença e a prevenção do vírus do HIV, com os coquetéis na década de 1990, além dos antirretrovirais e testes rápidos mais recentemente.

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é a doença no estágio mais avançado da infecção causada pelo vírus do HIV – vírus da Imunodeficiência Humana em português -, que ataca o sistema imunológico agindo nas células de defesa do corpo. O HIV é transmitido em relações sexuais, transfusão de sangue contaminado, compartilhamento de seringas, agulhas ou objetos infectados, e na transmissão vertical (da mãe para o bebê durante o parto ou amamentação).

Desde a década de 1980 existem os medicamentos antirretrovirais para as pessoas que vivem com HIV ou aids, inibindo a multiplicação do HIV no organismo e evitando o enfraquecimento do sistema imunológico. O avanço para a prevenção da transmissão de HIV e aids também avançou com a possibilidade da chamada “Prevenção Combinada”, que associa o uso do preservativo com a PrEP e PEP, além de contar com a prevenção da transmissão vertical durante a gravidez, tratamento das infecções sexualmente transmissíveis e o tratamento das pessoas que vivem com HIV ou aids.

Segundo João Prats, infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, os avanços obtidos nestes 40 anos impactaram positivamente na prevenção e no tratamento das pessoas que vivem com HIV ou aids, mas a busca por uma vacina e uma cura continuam sendo essenciais.

“A busca por um imunizante é importante, porém difícil. O vírus tem várias mutações, se esconde no sistema imunológico após a infecção e pode agir de maneiras diferentes em cada pessoa. Além da vacina, que precisa ter 100% de eficácia para realmente proteger as pessoas, também é necessário encontrar a cura para os já infectados”, diz o médico da BP.

Mesmo com as conquistas, por meio de medicamentos desenvolvidos ao longo dos anos, ainda não existe uma vacina com eficácia comprovada para a proteção da população ou a descoberta da cura para os infectados. Entretanto, há estudos em andamento para a criação de uma vacina como, por exemplo, o Mosaico, pesquisa Janssen Vaccines and Prevention B.V. com a HIV Vaccine Trials Network (HVTN) e o Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, que ainda está em fase de testes de sua eficácia no Brasil e em outros países.

De acordo com o Ministério da Saúde, há cerca de 920 mil pessoas que vivem com HIV no Brasil, com um decréscimo de 18,7% na detecção de aids entre os anos de 2012 e 2019, assim como uma queda de 17.1% na mortalidade entre 2015 e 2019. Atualmente, a maior concentração de casos de aids no país está entre os jovens de 25 a 39 anos, com 492,8 mil registros até 2019, o que reforça a importância da prevenção à aids e da busca pelo diagnóstico precoce e tratamento da doença.

Apesar da espera por uma vacina, o desenvolvimento de medicamentos para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV ou aids continua. O primeiro medicamento injetável aprovado nos EUA e em outros países é um exemplo e, apesar de não estar ainda disponível no Brasil – país referência no tratamento e na prevenção –, é importante o acompanhamento da evolução de medicamentos e nos índices nacionais.

 


BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo 


Experimento mostra ser possível estimular o sistema imune de recém-nascidos a combater o HIV

Em laboratório da USP, células do cordão umbilical foram tratadas com um composto capaz de ativar a primeira linha de defesa do organismo e se tornaram mais aptas a combater o vírus causador da Aids. Estratégia pode proteger contra outras doenças infecciosas e potencializar a resposta a vacinas (foto: Pixabay)


Estudo conduzido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) mostrou ser possível potencializar a resposta imune de recém-nascidos contra o vírus HIV, causador da Aids. A descoberta, realizada em cultura celular e descrita no Journal of Infectious Diseases, amplia a possibilidade de novas intervenções terapêuticas para a proteção contra doenças infecciosas nesse período da vida.

No experimento, os pesquisadores estimularam a resposta inata (primeira linha de defesa imune, que não é específica para um patógeno e envolve células como macrófagos, monócitos e neutrófilos) em células oriundas do cordão umbilical de bebês cujas mães não tinham HIV por meio de um composto sintético denominado CL097. Em seguida, a equipe do Laboratório de Investigação Médica 56 incubou o vírus nas células in vitro. O composto se mostrou eficiente em promover respostas antiviral e inflamatória, inibindo a replicação do HIV nas células do cordão umbilical.

“Os resultados reforçam o conhecimento que já tínhamos de que os recém-nascidos têm uma imunidade imatura, portanto, são mais suscetíveis a vírus como o HIV. No entanto, descobrimos que eles não são tão imunodeficientes quanto se imaginava, pois suas células são capazes de responder muito bem a esse tipo de estímulo com agonistas de imunidade inata [substâncias que estimulam a primeira linha de defesa]. Um dos diferenciais do estudo foi o uso desse tipo de agonista [CL097], pois ele mimetiza o patógeno e permite reduzir a infecção viral”, afirma Maria Notomi Sato, professora da FM-USP e autora principal do estudo.

A pesquisa foi apoiada pela FAPESP por meio de bolsa de mestrado concedida a Anna Julia Pietrobon, orientanda de Sato.

De acordo com os pesquisadores, a estratégia de aprimoramento das vias de defesa pode ser aplicada também no caso de outras infecções virais, bem como para melhorar a eficácia das vacinas em neonatos.

“Esse achado sem dúvida colabora para o desenvolvimento de tratamentos antivirais alternativos para os bebês. Os testes foram realizados com o HIV, mas é muito provável que isso se dê da mesma forma com outras doenças virais ou bacterianas. Ainda precisamos de mais estudos, mas, no futuro, poderíamos oferecer esses compostos para os nenéns a fim de ativar a resposta antiviral, fazendo com que eles respondessem tão bem quanto adultos, a ponto de prevenir a própria infecção e combater as células infectadas”, explica Sato.


A imunidade dos bebês

Por ainda não ter a imunidade completamente formada, recém-nascidos são mais suscetíveis a infecções por vírus, bactérias, fungos e outros patógenos. Isso ocorre porque, em geral, os monócitos, macrófagos e as células dendríticas dos bebês secretam quantidade menores de citocinas – proteínas reguladoras da resposta imune e inflamatória.

Há ainda outros fatores que contribuem para a imaturidade da resposta imune adaptativa (específica para cada patógeno) nos recém-nascidos, como, por exemplo, a falta de um microambiente para a interação entre as células T (linfócitos responsáveis pela imunidade celular) e as células B (linfócitos produtores de anticorpos).

“Leva algum tempo até que a imunidade dos bebês esteja inteiramente madura. Isso porque, embora muito dos anticorpos venha da mãe, a parte celular da resposta imune surge mais devagar. Por isso, há essa maior suscetibilidade a vários tipos de infecção no período pós-natal. Sabendo disso, fomos à procura de adjuvantes que pudessem estimular essa resposta imune imatura”, explica Pietrobon.

A pesquisadora ressalta que, em bebês, a forma mais comum de transmissão do HIV é a vertical – quando a mãe infectada contamina o filho durante a gravidez, o trabalho de parto ou a amamentação. “Estima-se que esse tipo de transmissão seja responsável por 9% dos casos de Aids no mundo”, informa.

Mas vale ressaltar que, atualmente, tratamentos com AZT ou coquetéis antirretrovirais durante a gravidez e o parto têm reduzido o risco de transmissão vertical. “No Brasil, felizmente, quase 100% das mulheres que necessitam têm acesso. No entanto, nem todos os países oferecem esse tipo de cuidado para gestantes HIV positivo e é importante buscar alternativas terapêuticas”, afirma Sato.


Macrófago ativado

O estudo conduzido na FM-USP teve como foco os macrófagos, que são células-alvo do HIV e, ao serem infectados, tornam-se um reservatório para o vírus. “Isso acaba sustentando a carga viral desses pacientes. Outro problema é que os macrófagos são um pouco mais resistentes à ação dos antirretrovirais. Por esses fatores, têm uma participação e uma contribuição muito grande na patogênese da doença e na dificuldade de encontrar uma cura para o HIV”, explica Pietrobon.

No experimento com células de recém-nascidos, a equipe demonstrou ser possível ativar vias de combate viral nos macrófagos com adjuvantes potencializadores da resposta imune inata a ponto de prevenir a infecção e a replicação viral.

“Como os neonatos ainda não têm células T de memória, imagina-se que, ao entrar em contato com um vírus – seja ainda dentro da barriga da mãe, durante o parto ou após o nascimento –, os macrófagos sejam os principais alvos de infecção. Por isso, é muito positivo ter essa alternativa para potencializar a defesa dos bebês”, diz.

O artigo Antiviral Response Induced by Toll-Like Receptor (TLR) 7/TLR8 Activation Inhibits Human Immunodeficiency Virus Type 1 Infection in Cord Blood Macrophages (doi: 10.1093/infdis/jiab389) de Anna J. Pietrobon, Fábio S. Y. Yoshikawa, Luana M. Oliveira, Natalli Z Pereira, Tais Matozo, Bruna C. de Alencar, Alberto J. S. Duarte e Maria N. Sato, pode ser lido em: https://academic.oup.com/jid/advance-article-abstract/doi/10.1093/infdis/jiab389/6342784?redirectedFrom=fulltext.


 

Maria Fernanda Ziegler

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/experimento-mostra-ser-possivel-estimular-o-sistema-imune-de-recem-nascidos-a-combater-o-hiv/37435/


O impacto das soluções de suporte à decisão clínica para a redução dos casos de eventos adversos nas instituições de saúde

Os casos de eventos adversos têm sido um dos maiores desafios para os sistemas sanitários em todo o mundo. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), é estimado que, anualmente, quase 43 milhões de pessoas sejam afetadas por estas ocorrências. Nesse sentido, as soluções de suporte à decisão clínica tornaram-se grandes aliadas no combate aos erros médicos e na redução do ainda expressivo número de eventos adversos dentro das instituições de saúde.

Vale ressaltar que eventos adversos são considerados, por definição, quaisquer ações que possam resultar em danos desnecessários a pacientes do sistema de saúde, seja público ou privado. Neste sentido, essas ocorrências têm impacto significativo, não apenas no que se refere à qualidade do cuidado ao paciente, mas também para os custos e desperdícios dentro das organizações.

Quando o assunto são as prescrições de medicamentos, embora muitas instituições já utilizem soluções que visam reduzir estes erros, na maioria das vezes, o nível de maturidade destas ferramentas é muito diferente. Quanto mais alto o nível de maturidade, maior também a personalização da análise da prescrição, ou seja, avaliações mais complexas e que dificilmente seriam realizadas individualmente. Diante deste contexto, quanto mais uniforme e elevado o nível de maturidade das soluções, maior seria a redução do volume destes eventos.


Diferentes níveis de maturidade das soluções de suporte à decisão clínica

O mercado de saúde está repleto de soluções tecnológicas que suportam as decisões clínicas no que diz respeito às prescrições médicas. No entanto, a variabilidade da maturidade destas soluções interfere diretamente no resultado esperado pelas instituições ao aderirem este tipo de recurso.

Neste contexto, nos primeiros dois níveis de maturidade, as soluções não são otimizadas, uma vez que as interações analisadas ainda são muito básicas. Isto quer dizer que levam em consideração apenas as informações referentes aos medicamentos e a interação entre eles. Neste tipo de operação, os dados relacionados ao paciente são escassos. Além disso, o impacto é limitado devido ao número excessivo de alertas de pouco valor, o que pode resultar no que chamamos de fadiga por alertas. Na maioria dos casos, estas soluções são implementadas nas instituições, mas não são utilizadas pelo corpo clínico.

A partir do nível 3, estas soluções de análise de erros tornam-se importantes ferramentas de suporte à decisão clínica, com qualidade de alertas e complexidade de triagem muito mais elevados. Isto acontece porque as informações referentes ao paciente, como peso, morbidades, entre outros, são muito mais completas e garantem uma análise mais detalhada. A assertividade alcançada neste nível de maturidade pode gerar uma redução expressiva de custos para as instituições. Já no nível 4, isso se transforma em um processo contínuo de aumento de informações do paciente, com alertas ainda mais eficazes e personalizados.


Principais características das soluções de alto nível de maturidade

Com objetivo de atingir os requisitos de suporte à decisão clínica , muitas instituições optam pela implementação de soluções a curto prazo, o que significa investir em ferramentas com maturidade de nível 2. Em um primeiro momento, pode até ser que esta tecnologia contribua com os objetivos iniciais da instituição. No entanto, as características observadas nestes sistemas inviabilizam a utilização ao longo do tempo, penalizando o cumprimento de objetivos a longo prazo.

Neste sentido, além da checagem dos erros de medicamento e o conteúdo baseado em evidências, existem características técnicas que podem transformar estas soluções, desde o nível básico ao avançado. A primeira e principal característica que diferencia os níveis destas soluções é a forma como os alertas são integrados no workflow do prontuário eletrônico. Nos níveis mais baixos, os alertas chegam ao fim do fluxo de prescrição. Já nos níveis avançados, o alerta é produzido em todas as etapas do processo de prescrição.

Este detalhe garante assertividade no suporte à decisão clínica, uma vez que promove uma experiência de uso totalmente integrada ao prontuário. A partir disso, diversos impactos podem ser notados. Além dos médicos terem a experiência de uso desde o primeiro prontuário, a característica pode melhorar a eficiência, reduzindo possíveis erros na tomada de decisão, bem como auxiliar o corpo clínico a aderir práticas mais eficazes e atualizadas.

Outro ponto importante na diferenciação das soluções avançadas é a possibilidade de aumentar o impacto clínico de prescrição, coletando e interpretando os dados do sistema e, assim, personalizando e adaptando os detalhes do caso, ou as exigências do usuário. Neste sentido, os usuários juniores recebem mais alertas, enquanto os seniores têm a possibilidade de receber as mensagens apenas para alertas mais graves.

Por fim, e talvez o fator mais importante, é a existência de uma integração destas soluções a uma base de dados que receba atualizações constantes, já que a evidência médica continua se atualizando a cada dia. Para um hospital, é impossível manter uma base de conhecimento tão complexa e atualizada, individualmente. Por isso, contar com o apoio efetivo da tecnologia e dos recursos de suporte à decisão clínica pode ser a chave para uma operação mais eficiente. Não só os profissionais da saúde estarão melhor informados e amparados, mas também os gestores poderão traçar perspectivas mais assertivas sobre a qualidade do cuidado e a segurança do paciente.

 

 

Christian Cella - VP Medi-Span International, Clinical Effectiveness da Wolters Kluwer


Imunidade X Massagem

 Prática terapêutica permite a eliminação das toxinas do corpo humano e diminui o estresse, fatores que contribuem para o fortalecimento do sistema imune


Não é novidade que a melhor forma de combater doenças é investir no fortalecimento do sistema imunológico, que exerce o papel de proteger diariamente o corpo humano contra possíveis infecções. Também conhecido como imune ou imunitário, ele é formado por uma vasta quantidade de células, tecidos, órgãos e moléculas que, com diferentes funções, garantem a defesa do organismo.

O que talvez seja novidade para a maioria das pessoas é que uma prática bastante comum pode contribuir bastante para o fortalecimento desse sistema: A massagem! Pesquisas afirmam que ela é uma das ferramentas mais antigas utilizadas pela humanidade no tratamento de doenças, com registros encontrados na China cerca de 2800 a.C.

Segundo o ginecologista e obstetra dr. José Bento, a massagem contribui para a diminuição do estresse, por exemplo. “Ela produz relaxamento e, portanto, diminui o cortisol. E ainda tem o poder de fortalecer o sistema imunológico”, afirma. Renata França, expert em massagem de resultado imediato, também ressalta: “Ela ajuda a eliminar as toxinas do organismo, o que automaticamente melhora a imunidade”.


Benefícios gerais

“A massagem ainda promove equilíbrio entre corpo e mente, alivia dores musculares, diminui o estresse, trazendo relaxamento para o corpo humano”, acrescenta Renata, que é criadora da famosa Miracle Touch e de mais cinco protocolos exclusivos. 

Os benefícios não param por aí. Adeptos da massagem também contam com melhores noites de sono, segundo estudos. Uma massagem relaxante, por exemplo, alivia dores musculares e relaxa as tensões acarretadas por um dia de trabalho. Dessa forma, é natural que a pessoa durma melhor à noite e comece o dia muito mais revigorada. O saldo é um melhor desempenho físico, evitando, inclusive, doenças como a Depressão. 

Já quem opta por receber uma drenagem linfática tem a garantia de muito menos edemas, conhecidos popularmente como inchaços, que ocorrem em braços, pernas, pés e até mesmo no rosto. “A drenagem ativa a circulação sanguínea e potencializa uma rede complexa de vasos que movem os fluídos do nosso corpo”, detalha Renata. O resultado é alívio e sensação de bem-estar, que também promovem saúde.

Para que os benefícios sejam efetivos, é necessário que a massagem ocorra de forma regular.

 


Método Renata França

sparenatafranca.com


Dezembro Laranja: conheça os sinais de alerta para o câncer de pele no mês de prevenção da doença

Tipo de tumor maligno que mais afeta a população brasileira pode ter suas chances de incidência amplamente reduzidas com cuidados relacionados à exposição aos raios solares


A proximidade do verão, período que marca a alta nas temperaturas em todo o país, acende um importante alerta: a exposição prolongada ao sol sem proteção adequada pode levar a consequências importantes à saúde. Além de causar o envelhecimento precoce, o contato direto com raios nocivos aumentam em até 10x o risco de câncer de pele, o mais incidente entre os brasileiros, correspondendo a um total que ultrapassa a marca de 185 mil novos casos a cada ano - cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

E apesar de uma considerável parcela da população acreditar que sabe lidar com o sol por viver em um país tropical, campanhas de conscientização como o Dezembro Laranja são essenciais para que informações precisas sejam transmitidas e assim seja possível reduzir os índices deste tipo de câncer, evitável na maioria das situações.

"Os melanócitos e queratinócitos (células da pele) são os principais envolvidos no processo de fotoproteção e quando expostos à radiação solar podem aumentar em número e tamanho. O câncer de pele ocorre quando há um crescimento anormal e excessivo dessas células que compõem a pele e pode ser de dois tipos: melanoma e não-melanoma, sendo o primeiro responsável por 95% dos tumores cutâneos identificados entre os brasileiros", explica Sheila Ferreira, oncologista da Oncoclínicas São Paulo.

De acordo com a especialista, esse índice está diretamente relacionado à constante exposição à radiação ultravioleta (UV) sem uso de proteção adequada. Por isso, é preciso estar atento aos sinais de alerta.

"Os principais sinais e sintomas de câncer não-melanoma são a presença de lesões cutâneas com crescimento rápido, ulcerações que não cicatrizam e que podem estar associadas a sangramento, coceira e algumas vezes dor e geralmente surgem em áreas muito expostas ao Sol como rosto, pescoço e braços", diz a médica.


De olho na prevenção

Para pessoas que costumam ficar expostas ao sol, é preciso reforçar o uso do protetor solar diariamente, principalmente no rosto. Se a exposição aos raios solares for maior, como na praia ou piscina, é importante abusar do protetor no corpo todo, usar chapéus e evitar horários em que a incidência solar esteja mais forte.

"Pessoas de pele clara, cabelos claros ou ruivos, com sardas e olhos claros são mais propensas a desenvolver o câncer de pele. A idade é um fator que também deve ser considerado, pois quanto mais tempo de exposição da pele ao sol, mais envelhecida ela fica, aumentando também a possibilidade de surgimento do câncer não-melanoma", destaca Sheila.

É importante a avaliação frequente de um especialista (dermatologistas) para acompanhamento das lesões cutâneas. A análise da mudança nas características destas lesões é de extrema importância para um diagnóstico precoce. O dermatologista tem o papel de orientar uma proteção adequada para descobrir os possíveis riscos que os raios solares de verão podem causar na pele.


Entenda os diferentes tipos de câncer de pele e os possíveis tratamentos

O câncer de pele não-melanoma pode ser classificado em: carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. O primeiro é o tipo mais frequente, com crescimento normalmente mais lento. O diagnóstico se dá, usualmente, pelo aparecimento de uma lesão nodular rosa com aspecto peroláceo na pele exposta do rosto, pescoço e couro cabeludo. Já no carcinoma espinocelular, mais comuns em homens, ocorre a formação de um nódulo que cresce rapidamente, com ulceração (ferida) de difícil cicatrização.

"Tanto o carcinoma basocelular quanto o espinocelular estão relacionados à alta exposição dos raios solares. Eles devem ser prevenidos com protetor solar e consultas frequentes com o dermatologista, sendo fatores fundamentais para detecção do câncer na sua fase inicial", aponta a oncologista.

Já o chamado câncer de pele do tipo melanoma, apesar de considerado como sendo de baixa incidência - ele é responsável por 8.450 novos diagnósticos por ano -, é o mais agressivo e requer atenção redobrada. São geralmente os casos que se iniciam com o aparecimento de pintas escuras na pele, que apresentam modificações ao longo do tempo. As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o "ABCDE"- Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro, Evolução. "A doença é mais facilmente diagnosticada quando existe uma avaliação prévia das pintas", finaliza Sheila Ferreira.

É recomendável a ressecção cirúrgica destas lesões por especialista habilitado para adequada abordagem das margens ao redor da mesma. Posteriormente, dependendo do estágio da doença, pode ser necessária a realização de tratamento complementar. Quando diagnosticada precocemente, quimioterapia ou radioterapia são raramente necessárias e a cirurgia é capaz de resolver a maioria dos casos.


Saúde feminina: Empresárias se cuidam menos?

De acordo com dados divulgados, cerca de 80% das executivas que procuram auxílio médico apresentam alto nível de estresse


Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), até 2030 a tendência é que a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro cresça mais que a masculina. Isso se dá pois o sexo feminino é conhecido por realizar diversas funções ao mesmo tempo, seja na vida profissional ou pessoal. Além disso, de acordo com a pesquisa, atualmente mulheres buscam se qualificar mais que os homens, se tornando assim, uma mão de obra mais qualificada.

 

Contudo, com o aumento das responsabilidades e dedicação ao campo profissionais, muitas empresárias estão deixando a saúde de lado, aponta levantamento feito pela Universidade de Harvard. Cerca de 80% das mulheres que buscam auxílio médico, apresentam grandes níveis de estresse. De acordo com a empresária, sócia-proprietária da Quare Desenvolvimento e especialista em desenvolvimento de líderes e times, Caroline Valle Schrubbe, investir na saúde é essencial. “Líderes e gestores que desenvolvem ações internas que incentivam a qualidade de vida da sua equipe, garantem uma produtividade melhor de todos”, comenta.

 

“O estresse e a ansiedade estão sendo consideradas a doenças do século, então dar atenção a isso é essencial. Várias empresas fazem campanhas para estimular cuidados com a saúde, o que deveria ser um facilitador para realização de check ups, mas aparentemente estresse e a correria do dia a dia tem feito que uma parte das executivas deixem a saúde em segundo plano”, ressalta.

 

A especialista comenta que a ideia dessa mulher que consegue fazer tudo ficou romantizada e levada a níveis de perfeição. “Atualmente é mais fácil ver uma mulher cuidando da estética ao invés da saúde e na busca por esse ideal nada saudável, a saúde das mulheres é sacrificada sem o tempo que deveria ser para cuidar de si mesmas. Assim, muitas acabam adoecendo”.


 

Mulheres à frente dos negócios

 

Uma pesquisa recente feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que as mulheres trabalham, em média, o dobro de horas semanais que homens. Apesar disso, ainda existem muitas empresas que preferem contratação do sexo oposto. Exemplo disso, é a pesquisa feita pelo Instituto Ipsos em parceria com os jornais Valor Econômico, O Globo, as revistas Época, Marie Claire e a ONG Women in Leadership in LatinAmerica, 52% dos CEOs afirmam que o tema é prioritário, mas somente 26% das empresas que responderam à pesquisa possuem uma área dedicada a igualdade de gênero.

 

“Há um grande interesse das empresas em exercer a igualdade dentro de suas organizações, porém, é preciso aplicar políticas eficientes e efetivas, para que o interesse saia do papel”, comenta Carolina.

 

A pesquisa ainda revela que a presença feminina em cargos de liderança nas 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil, evoluiu de 11% para 42%. A especialista em desenvolvimento de lideranças ressalta que ainda há um longo caminho a ser percorrido. “As empresas que estrategicamente investem na liderança feminina, desenvolvem um ambiente corporativo diferenciado, com uma maior diversidade de hábitos e visões”. 

 

Clareamento dental pode ser feito em casa com bicarbonato de sódio: mito ou verdade?

Especialista explica que produto possui diversas aplicações na odontologia, mas não recomenda a utilização sem orientação profissional 


O sorriso tem sido cada vez mais valorizado na sociedade. De acordo com uma pesquisa da Technavio, o mercado global de clareamento dental deve registrar um crescimento de 840 milhões de dólares até 2024. Essa tendência tem sido impulsionada, principalmente, pela grande popularidade do procedimento entre celebridades e influenciadores. Uma busca rápida na internet permite encontrar uma série de receitas caseiras para deixar os dentes mais brancos. Porém, os especialistas alertam que a prática exige cuidados. 

Laís Munari é professora de odontologia laboratorial no Centro Universitário Newton Paiva . Ela explica que, com o tempo, o esmalte dos dentes se desgasta e faz com que o tecido interno - chamado dentina - fique mais visível. Além disso, fatores externos também contribuem para esse processo, como o consumo constante de açaí, café e alimentos com grandes concentrações de corantes artificiais. Para obter, novamente, a coloração natural dos dentes, existem vários tipos de produtos que podem ser utilizados, como o gel clareador. 

Na busca por dentes mais brancos, muitas pessoas acabam optando por realizar o procedimento em casa, utilizando bicarbonato de sódio. Mas, segundo Laís, a eficácia deste produto é bastante variável. "Em concentrações específicas e quando associado a produtos odontológicos, como dentifrícios ou agentes clareadores, o bicarbonato de sódio se mostra efetivo na remoção de manchas extrínsecas. No entanto, esse não é o caso dos produtos comercializados em farmácias e supermercados", explica Lais. 

A especialista explica ainda que não são todas as pessoas que podem utilizar o produto. "No caso de pacientes com doenças sistêmicas que comprometem o metabolismo de sódio e potássio, existe a possibilidade de o bicarbonato interferir no tratamento. Por isso é importante que o cirurgião-dentista participe da escolha dos produtos mais adequados para cada paciente e realize supervisão ao longo de todo o tratamento", afirma a professora da Newton Paiva. 


Outras aplicações 

Apesar de não ser o mais indicado para o procedimento de clareamento, Lais ressalta que o bicarbonato de sódio é importante para a odontologia por possuir inúmeras outras aplicações. Segundo ela, o produto pode ser utilizado na prevenção de lesões cariosas e doença periodontal, devido sua propriedade bactericida; limpezas de próteses totais e removíveis; tratamento de mucosite em pacientes irradiados por câncer; profilaxia antes de exame clínico e moldagens; halitose; e ainda favorece a osteointegração de implantes. 


Neurocirurgião pediátrico alerta para os traumas em época de festas e férias

Conheça os sintomas de um traumatismo craniano

Veja algumas medidas preventivas de acidentes em crianças (e adultos)


“Nessa época do ano aumentam os casos de traumatismos cranianos em razão da maior circulação de carros e da falta de dispositivo de retenção infantil (cadeirinhas) e uso do cinto de segurança no banco traseiro, sem falar dos equipamentos de proteção em determinadas situações de lazer”, alerta o Dr. Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião pediátrico.

 

As crianças apresentam fragilidades diferentes dos adultos, como por exemplo a estrutura óssea na cabeça e, nos bebês, a fontanela (moleira). As características ósseas e o processo natural de desenvolvimento do andar e do equilíbrio, tornam as crianças mais predispostas a traumatismos, especialmente na cabeça, levando frequentemente a procurar atendimento médico.

 

“Na maioria dos casos o traumatismo cranioencefálico pode ser considerado leve. Entretanto, nos casos graves a criança pode chegar no hospital em coma e precisar de cirurgia de emergência para tratar hematomas, descomprimir o cérebro ou monitorar a pressão intracraniana”, explica o neurocirurgião pediátrico.

 

Segundo o especialista, as estatísticas mostram que o traumatismo craniano é mais frequente dos 0 até os 4 anos em razão de quedas; dos 14 aos 24 anos por causa de acidentes de trânsito; e nos indivíduos acima de 65 anos também por causa de quedas.

 

Dr. Ricardo alerta para os sintomas que chamam atenção para o traumatismo craniano:

 

- Vômitos;

- Dor de cabeça;

- Sonolência;

- Perda de força ou dificuldades para andar;

- Alterações visuais;

- Confusão;

- Desmaio ou perda de consciência;

- Alterações na memória ou no comportamento;

- Deformidades na cabeça ou afundamentos;

- Qualquer alteração neurológica nova. 

Quando algumas das características acima estiverem presentes, o atendimento médico deve ser realizado com urgência. 

Algumas medidas podem prevenir os acidentes, principalmente, em crianças:

 

Nos esportes e brincadeiras:

- Uso de capacetes para o ciclismo, skate, patins, hipismo e patinete, por exemplo.

- Superfícies lisas e brinquedos com peso reduzido nos locais de recreação.

 

Quedas

- Colocação de redes ou barras nas janelas.

- Não utilizar andadores.

- Evitar lajes ou vãos livres altos.

- Evitar portões próximos às escadas.

 

Veículos automotores

- Uso de capacetes para motociclista e acompanhantes.

- Uso de cinto de segurança nos automóveis, e próprio para crianças, no banco traseiro.

- Airbags como equipamento obrigatório nos veículos.

- Não beber ou usar drogas ilícitas, principalmente se for dirigir.

 

 

Dr. Ricardo de Oliveira - Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP). Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorados pela Universidade René Descartes, em Paris, na França e pela FMRPUSP. É orientador pleno do Programa de Pós-graduação do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. 

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