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domingo, 30 de setembro de 2018

Queda em idosos é sinal de alerta


O tratamento clínico, aliado a medidas preventivas, proporciona mais qualidade de vida e segurança na realização de atividades diárias


A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia considera as quedas como primeira causa de acidentes em pessoas acima de 60 anos de idade. Dentre as causas mais comuns estão: a dificuldade de locomoção, osteoporose, fraqueza muscular, sedentarismo e alterações da visão ou audição. Segundo o Dr. Omar Jaluul, Coordenador do Instituto de Geriatria e Gerontologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a queda é um sinal de alerta e tem que ser tratada. Inicialmente, é preciso avaliar a condição visual, neuro-psicológica, cardio-vascular, metabólica, endócrina, ortopédica para mapear a origem do problema.

Embora seja comum durante o processo de envelhecimento, a queda pode sinalizar o início da fragilidade ou indicar outros problemas de saúde, como labirintite e Parkinson. “Uma vez estabelecido um diagnóstico, inicia-se a retomada das condições orgânicas e psíquicas da pessoa idosa, como revisão de medicamentos e realização de atividades físicas de baixo impacto”, afirma Dr. Jaluul. 

O médico reforça ainda que a queda pode ocasionar fraturas não aparentes e a movimentação inadequada pode levar a consequências irreversíveis. A melhor opção é chamar ajuda especializada imediatamente. “Além dos problemas médicos, as quedas apresentam custo social, econômico e psicológico enormes, aumentando a dependência e a institucionalização”, alerta o especialista.

Vale a pena ressaltar que a queda pode ser evitada, desde que o idoso e sua família estejam atentos aos fatores que a predispõe, e estabeleçam estratégias de prevenção. Algumas medidas preventivas são:

  • Não utilizar medicações sem orientação médica
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
  • Evitar o excesso de peso corporal (obesidade)
  • Procurar consumir alimentos ricos em cálcio e com pouca gordura, como leite desnatado, queijos brancos e iogurtes, pelo menos três vezes ao dia
  • Ficar exposto ao sol antes das 10 horas ou após as 16h para auxiliar na absorção de cálcio no organismo
  • Usar calçado com solado de borracha ou antiderrapante
  • Instalar corrimão e faixa antiderrapantes em escadas ou rampas
  • Evitar roupas longas que facilitam tropeçar
  • Não andar em pisos úmidos ou molhados
  • Colocar piso antiderrapante no espaço do chuveiro
  • Utilizar suportes de apoio no espaço do chuveiro e vaso sanitário
  • Evitar o uso de tapetes soltos pela casa
  • Não subir em bancos e escada
  • Evitar transportar objetos pesados
  • Manter iluminação adequada em escadas e corredores
  • Evitar deixar objetos pelo chão (brinquedos, jornais, fios elétricos e outros)




Hospital Alemão Oswaldo Cruz – www.hospitalalemao.org.br


Catarata aumenta depressão entre idosos


Maior demanda pela cirurgia e o déficit de atendimento estão tornando a depressão uma epidemia nacional.

Cirurgia melhora o estado emocional, mostra levantamento.


 A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que em 2025 o Brasil deve ocupar a sexta posição no mundo em número de idosos  com 32 milhões de pessoas acima de  65 anos. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o envelhecimento da população aumenta o número de pessoas com catarata. Maior causa de cegueira tratável no mundo, a doença lentamente embaça  o cristalino,  lente natural do nosso olho. Quando mais avançada a idade, maior a chance de ter catarata. Só para se ter uma idéia, segundo o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) a prevalência é de  17% entre os menores de 65 anos, 47% em quem tem de 65 a 74 anos e 73% em quem tem mais de 75 anos. O médico diz que não é possível impedir a progressão por se tratar de um processo natural do envelhecimento ocular. Mas adverte que quanto mais avançada, maior a dificuldade para realizar atividades corriqueiras e a chance de entrar em depressão.

Engana-se quem pensa que para resolver o problema basta tomar um antidepressivo. Isso porque, explica, um estudo realizado no Canadá mostra que os medicamentos que agem como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) aumentam em 15% o risco de desenvolver catarata. "No Brasil que tem 120 mil novos casos/ano, significa 18 mil casos adicionais/ano só por conta desta classe de antidepressivos", afirma.  Por isso, e por causa dos riscos da remoção da catarata madura, hoje a cirurgia é indicada quando o paciente começa a ter limitações para dirigir, ler, usar o computador ou realizar qualquer outra atividade, ressalta.


Brasil é líder em depressão

A má notícia é que a depressão é a quarta morbidade mais grave no mundo segundo um estudo epidemiológico realizado em 18 países pela   OMS. O estudo aponta o Brasil como o primeiro no ranking do distúrbio com uma prevalência de 10,8%, considerando todas as idades.O último censo  do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que entre idosos a prevalência é de 9,2%. Para Queiroz Neto este alto índice de depressão em parte tem uma relação direta com a catarata. Isso porque, um levantamento feito pelo médico nos prontuários de 132 pacientes do hospital, mostra que 64% tiveram melhora do estado emocional depois da cirurgia de catarata.

O problema, ressalta, é que  a maior parte da população depende do atendimento do SUS e desde 2006 os mutirões de catarata foram reduzidos em todo o país. Por isso,  a cegueira causada pela doença vem crescendo no Brasil com uma prevalência 50% maior entre mulheres.


Dicas de prevenção

As dicas do médico para adiar a catarata são:

·         Usar lente com proteção UV (ultravioleta) nas atividades externas.

·         Proteger os olhos da luz azul invisível emitida pelos equipamentos eletrônicos

·         Controlar o consumo de sal que forma depósitos no cristalino evitando carnes embutidas, saleiro na mesa e sopas prontas.

·         Controlar os níveis de glicose e colesterol com exames de sangue.

·         Evitar cigarros e bebidas alcoólicas.

·         Dormir de 6 a 8 horas/noite.

A boa notícia é que atualmente a cirurgia é mais segura e precisa. Isso porque as incisões podem ser feitas com o laser de femtosegundo que revolucionou a cirurgia refrativa para corrigir miopia, hipermetropia e astigmatismo. O especialista ressalta que a exposição ao calor do ultrassom também é menor.Por isso a perda de células irrecuperáveis da córnea é menor.


Cirurgia no quadril devolve mobilidade aos idosos


·        Segundo ortopedista, em muitos casos, as lesões localizadas ocorrem de maneira espontânea, sem que haja histórico de trauma.

O envelhecimento da população brasileira e o crescimento das taxas de acidentes no trânsito contribuíram com o aumento do número de fraturas no quadril, na última década, tornando-se um problema de saúde pública, que captura uma parcela importante dos recursos gastos com saúde no país.  Estudos mostram que cerca de 20% das pessoas que sofrem fratura no quadril morrem até um ano após a lesão, em virtude de complicações. 

Os idosos são os que mais sofrem com este tipo de lesão, devido à diminuição na qualidade óssea, diminuição da força muscular, perda da coordenação motora, redução dos reflexos e problemas de visão. Segundo o ortopedista Dr. Pedro Teodoro, especialista do Centro Médico São José de Cerquilho (SP), este problema também pode acontecer de forma espontânea, sem que se tenha histórico de trauma. “Nos pacientes idosos, temos um fator de risco importante: a osteoporose. Esse problema acomete a estrutura óssea do paciente, diminuindo sua concentração de cálcio, e culminando numa menor resistência do osso. Nestes indivíduos, é comum encontrarmos fraturas decorrentes de trauma de baixa energia (como queda de própria altura), ou mesmo fraturas que se desenvolvem espontaneamente, sem qualquer trauma causador, explica.

Este foi o caso da aposentada Vera Cecília Canavan, de 85 anos. Durante uma conversa com a filha, a idosa virou-se bruscamente, em direção a ela, e acabou caindo no chão. “No primeiro momento, não senti dor alguma. Levantei com a ajuda de uma cadeira e voltei a fazer meus afazeres. Logo depois do almoço, percebi que a minha perna esquerda estava dura e minha filha me levou para o hospital”, relembra Vera.

Para a surpresa de todos, a idosa havia fraturado o quadril e precisou ser internada para a cirurgia. “Não imaginava que um tombo tão bobo pudesse quebrar o meu quadril”, afirma a aposentada.

Durante o procedimento cirúrgico, Vera recebeu uma prótese de quadril e, três dias depois da cirurgia, recebeu alta do hospital. “Fiquei menos de um mês andando com a ajuda de um andador e mais 20 dias com uma bengala. Em menos de 60 dias, já estava andando normalmente, sem dores. Hoje, uso a bengala apenas como segurança e já consigo levar a minha vida normalmente”, comemora.

Segundo o ortopedista do Centro Médico São José, muitos pacientes e familiares têm medo da cirurgia, por se tratarem de pacientes idosos, com maior risco cirúrgico associado. “Quando avaliamos os riscos versus os benefícios, a balança pesa a favor da cirurgia. Não é incomum a realização de procedimentos bem-sucedidos em pacientes com mais de 90 ou 100 anos de idade”, afirma.

De acordo com o médico, as técnicas cirúrgicas dividem-se entre a fixação da fratura, com implantes ortopédicos específicos, ou a substituição da articulação fraturada por uma prótese. “Nos pacientes jovens, indica-se a fixação da fratura. Já, entre os idosos, pode-se lançar mão de ambas as técnicas, o que será definido, basicamente, pelo padrão da lesão, a idade do paciente e sua qualidade óssea”.

O tratamento cirúrgico deve ser indicado, tão logo às condições clínicas do paciente permitam a realização do procedimento. A existência deste tipo de fratura está associada a algumas complicações, como: eventos tromboembólicos, formação de escaras, infecções (pneumonia e infecção urinária), estados confusionais e necrose do osso fraturado. A realização do procedimento cirúrgico pode diminuir a ocorrência de tais eventos.

O tempo de recuperação é variável, mas, em linhas gerais, pode levar de 6 a 12 meses. Um estudo americano mostrou que, após um ano, 40% dos pacientes recuperaram a capacidade de andar prévia; 40% voltaram a andar, mas passaram a necessitar de uma bengala; 12% passaram a se locomover, com dificuldade, apenas em casa (com auxilio de bengala ou andador) e 8% não conseguiram restabelecer a capacidade de andar.


Prevenção

Segundo enfatiza Dr. Pedro Teodoro, é muito importante nos focarmos em estratégias para prevenir este tipo de lesão. Algumas medidas são simples, e podem ser aplicadas no nosso cotidiano, como: o aumento da ingestão de cálcio, introduzindo o consumo de leite, queijo ou iogurtes na dieta, além da prática de atividade física e a exposição controlada ao Sol (30 minutos por dia, antes das 10h ou após as 16h). Ainda, são recomendados: o uso de tapetes antiderrapantes nos banheiros, a colocação de interruptores elétricos próximo das camas e de corrimão nas escadas, evitar-se uso de tapetes nos ambientes do domicílio, e diminuir o número de degraus pela casa, a fim de ajudar os idosos a evitar possíveis quedas. “Em alguns casos, é indicada terapias de reposição hormonal, suplementação de cálcio e vitamina D e o uso de bifosfonados para auxiliar na prevenção e no tratamento da osteoporose, o que deve ser prescrito por um médico”, finaliza o ortopedista do Centro Médico São José.




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