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quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Vida com marca-passo: mitos e verdades

 Cardiologista, especialista em estimulação cardíaca, da BP fala sobre o funcionamento dos aparelhos cardíacos e os cuidados necessários para evitar danos e interferências.

 

No Brasil, mais de 300 mil pessoas utilizam marcapassos, com aproximadamente 50 mil novos dispositivos implantados a cada ano, de acordo com o Censo Mundial de Marca-passos e Desfibriladores. Ao receber um marca-passo cardíaco, é comum surgirem dúvidas sobre a vida cotidiana, como atravessar detectores de metais ou usar o celular. “De fato, é preciso adotar alguns cuidados, mas é possível ter uma vida normal sem grandes implicações”, tranquiliza a cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde de excelência do país, Cecília Monteiro Boya Barcellos, que é especialista em estimulação cardíaca eletrônica artificial. “Não é o uso do aparelho que define o que a pessoa pode ou não fazer no seu dia a dia e, sim, as condições clínicas de seu implante”, aponta. 

As versões mais utilizadas do marca-passo são compostas por eletrodos instalados no coração, interligados por fios a um gerador de pulsos afixado no peito, debaixo da pele. O dispositivo geralmente é colocado abaixo das clavículas, por isso a médica recomenda não praticar atividades físicas que demandem muita carga nos músculos do peitoral, como musculação, crossfit, escalada e rapel, para evitar danos nos eletrodos. “No entanto, um profissional pode orientar a prática segura da maioria dos esportes”, diz a especialista. Pancadas no peito raramente provocam danos aos geradores de pulsos, que são feitos de titânio, mas a pressão que o incidente exerce pode provocar traumas e hematomas, potencialmente levando a infecções. Por isso, deve-se evitar praticar esportes de contato, ou fazê-los utilizando uma proteção sobre o gerador. 

A cardiologista da BP esclarece que o forno de micro-ondas e outros utensílios domésticos, como o controle remoto e vídeo games, podem ser usados tranquilamente, pois não interferem no funcionamento do dispositivo cardíaco. Os detectores de metal em agências bancárias são seguros, mas a médica ressalta que o metal presente no marca-passo pode acionar os sistemas de travamento, então é importante avisar os responsáveis para não ficar preso nas portas. Com a evolução dos smartphones, os riscos relacionados ao seu uso deixaram de existir; Cecília recomenda apenas usar o celular na contralateral de onde o dispositivo está implantado, para garantir uma distância mínima de 10 centímetros. Os exames de tomografia e mamografia, que utilizam feixes de raios-x, também não oferecem perigo. 

Embora a maioria dos dispositivos seja compatível com ressonância magnética, a avaliação de um especialista é crucial para programar adequadamente o exame. Uma das contraindicações que Cecília faz é com relação aos imãs e grandes campos magnéticos, que podem provocar interferências nos dispositivos. Por isso, ela alerta que o portador não fique próximo de grandes caixas de som, como as utilizadas em shows e eventos públicos, por exemplo. Além disso, a médica aconselha quem trabalha com solda ou faz uso esporádico, redobrar atenção e os cuidados, pois a soldagem pode provocar interferências no funcionamento do marca-passo, embora raramente cause danos permanentes.
 

Para quem é indicado 

Dispositivos como o marca-passo, cardiodesfibriladores e ressincronizadores são recomendados para tratar quadros cardiológicos relacionados às arritmias, alterações no ritmo das batidas do coração. Esses equipamentos controlam a braquicardia, que ocorre quando o intervalo de batidas é mais lento que 50 por minutos, e a taquicardia, quando a frequência é mais rápida que 100 batidas. Atualmente, existem novas tecnologias nas quais o marca-passo é um sistema único implantado dentro do coração, sem fios, indicado especialmente aos pacientes com restrições à eletrodos. As versões mais modernas permitem ainda que as informações contidas no gerador do dispositivo sejam transmitidas para celulares, permitindo monitoramento remoto pelo médico. O menor marca-passo do mundo, inclusive, foi implantado pela primeira vez na BP em 2021. 

O marca-passo é utilizado em pacientes com braquicardia e pode ser implantado em qualquer fase da vida, inclusive em crianças ou bebês que nascem com bloqueio atrioventricular congênito. Já os cardiodesfibriladores são indicados para pacientes com arritmias ventriculares graves que já tiveram parada cardíaca ou têm grandes chances de sofrê-la. O aparelho emite um choque interno para reverter a arritmia. Por fim, os ressincronizadores são destinados a um quadro específico de insuficiência cardíaca, associada a um tipo específico de bloqueio cardíaco. 

Todos esses tipos de dispositivos demandam avaliação periódica por cardiologista especializado para verificar a duração da bateria, a integridade dos eletrodos, e realizar uma programação adequada a cada paciente na dependência de sua doença (ou patologia). Em média, esses aparelhos duram de 7 a 10 anos, na dependência de quanto e como estão sendo utilizados pelo coração. Os equipamentos, que são chamados programadores, informam quando o momento da troca está se aproximando para que esse procedimento ocorra da forma mais segura possível. Na consulta, o especialista também pode efetuar vários tipos de programação nos dispositivos, estabelecendo os ritmos da frequência cardíaca para diferentes circunstâncias, incluindo programação para o dia ou noite, para atividades físicas etc. No caso dos cardiodesfibriladores, é possível programar para cada faixa de frequência um tipo específico de ação terapêutica


BP –Beneficência Portuguesa de São Paulo

 

Nas alturas ou de pés no chão: qual é o melhor tipo de sapato para a saúde da sua coluna?

Salto alto, sapatilhas, rasteirinhas, tênis, chinelos ... há uma infinidade de opções de calçados, mas você sabe qual o impacto de cada um deles na saúde dos pés e do corpo? Confira dicas de uma médica da área de Ortopedia

  



Os sapatos são elementos do universo fashionista capazes de alterar completamente um look. Um salto, por exemplo, pode deixar uma produção mais sofisticada, enquanto uma rasteirinha pode trazer um ar de despojamento e um tênis, uma atmosfera de casualidade. Entretanto, o impacto dessas peças não reflete apenas na moda, mas também na saúde do organismo, conforme revela o estudo feito pelos cientistas Wagner Tedeschi Filho, Carlos Eli Piccinato, Takachi Moriya, Edwaldo E. Joviliano e Nei R. A. Dezotti, o qual identificou a influência dos calçados sobre funções venosas e implicações ortopédicas.

Médica da área de Ortopedia e Traumatologia do AmorSaúde, rede de clínicas parceira do Cartão de TODOS,Dra. Mariana Iara Magalhães, revela que cada tipo de sapato tem um efeito diferente nos pés e, consequentemente, na distribuição do peso corporal e na postura. Esse fator, segundo a Dra. Mariana, faz com que os médicos que atuam na área de Ortopedia recomendem determinados tipos de calçados para evitar dores na coluna, melhorar a postura e garantir o bem-estar dos pacientes. Confira algumas das principais dicas da profissional:



Descer ou não do salto?

Como em uma dieta, nada está proibido e tudo está liberado, mas sempre com moderação. “O salto alto prejudica a coluna se o uso for excessivo. Devido à alteração da biomecânica dos pés, acaba levando a alterações de biomecânica dos joelhos, quadril e coluna”, relata a médica da maior rede de clínicas populares do Brasil. Por isso, a dica é evitar usar saltos muito altos diariamente. Reserve-os para ocasiões especiais e intercale com calçados mais confortáveis.



Pés aterrados no solo

Perfeitas para compor looks casuais, as rasteirinhas fazem sucesso e tem gente que até dispensou totalmente os saltos em prol do conforto, porém elas não são tão inocentes quanto parecem e seu uso prolongado aumenta os riscos de dores na lombar, entre outros danos à saúde dos pés e do corpo, como um todo. “As rasteirinhas podem gerar problemas, pois não comportam um design anatômico para a sola dos pés. Por isso, podem gerar problemas como a fascite plantar, o famoso esporão”, explica a doutora Mariana. Por isso, é interessante procurar modelos com algum suporte no arco do pé e na parte de trás e com um pequeno salto, entre 1,2 e 3 centímetros.

O mesmo vale para as sapatilhas, cujo uso prolongado pode desencadear problemas de apoio e alinhamento dos pés. Assim, além do pequeno salto, opte também por peças com amortecimento adequado.



Dos esportes para todos os looks

Os tênis cada vez mais têm marcado presença não só na academia e na prática de esportes, mas em composições cheias de estilo. Sobre o calçado, a doutora Mariana dá a dica: “o tênis precisa ser com amortecimento e o mais anatômico possível”. Por isso, uma sugestão é apostar em uma palmilha de boa qualidade, acessório indispensável que absorve impactos e reduz o peso sobre o calcanhar.

A escolha do tênis precisa levar em conta as atividades que serão praticadas com ele, pois o modelo pode mudar se o objetivo for para caminhar, correr ou praticar musculação. E nada de tênis apertado, pois pode causar formação de bolhas, calos e até lesões mais graves.



Uma polêmica fashion

Amado por uns e odiado por outros, o Crocs tem sido utilizado por muitos profissionais para enfrentar longas horas de trabalho. “O Crocs tem um formato mais anatômico, gerando maior conforto e podendo ser mais benéfico”, avalia a Dra. Mariana.



Cuidando bem dos pés e da coluna

Com a escolha sensata dos calçados, é possível ser fiel não apenas ao próprio estilo, mas também à saúde do corpo. Assim, o sapato ideal não é apenas uma questão de moda, mas também de cuidado com a saúde. Qual seria, então, o melhor calçado para o dia a dia? “Um sapato confortável, anatômico, com solado para absorver impactos”, indica a médica, que ressalta que a preservação da coluna está diretamente ligada ao estilo de vida. “O melhor hábito para preservar uma coluna saudável é o seu fortalecimento e mobilidade preservados, através da prática de atividades físicas, associado a cuidados posturais”, explica a profissional do AmorSaúde.



Anvisa libera duas medicações para o tratamento da obesidade e diabetes.

Especialista explica as indicações e possíveis efeitos colaterais

·      Semaglutida está indicada a partir de 12 anos

 

 

Esta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou dois medicamentos indicados para o tratamento do diabetes e obesidade: Mounjaro e semaglutida para adolescentes a partir dos 12 anos de idade.


A endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato detalha a seguir as principais diferenças entre o Mounjaro e o Ozempic, que possui a mesma finalidade, e da semaglutida para adolescentes.

 


Quais as principais diferenças entre o Ozempic e o Mounjaro?


O Ozempic tem um peptídeo intestinal que é um análogo do GLP-1. O GLP-1. A medicação é um análogo sintético. O Mounjaro que é a tirizepatida e em uma mesma molécula há a ação de dois peptídeos intestinais, o GIP e o GLP-1, o que potencializa os efeitos do tratamento.


 

Há perfis de pacientes definidos para tratar com Ozempic ou Mounjaro?


Os perfis de pacientes são os mesmos para as duas medicações: pessoas que precisam tratar a obesidade e o diabetes.


 

Existe alguma contraindicação do Mounjaro?


A contraindicação clássica é a alergia a algum componente. No restante, não há contraindicações.


 

A semaglutida também foi liberada esta semana para o uso em crianças. Qual a indicação?


Na verdade, está indicada para adolescentes a partir dos 12 anos, quando houver excesso de peso, diabetes e necessidade de controle de peso.


 

Há efeitos colaterais da semaglutida no adolescente?


Alguns efeitos podem surgir como náuseas, constipação, diarreia e um pouco de sonolência.

 

E contraindicação da semaglutida nessa faixa etária, existe?

Não existe contraindicação, desde que seja usada para os fins que citei anteriormente e em adolescentes a partir dos 12 anos.


 

Como a Dra. avalia a liberação desses dois medicamentos pela Anvisa?


Considero muito positivo, pois quanto mais opções terapêuticas tivermos disponíveis e que sejam seguras e eficazes para tratar os pacientes melhor será o controle dessas doenças crônicas e, consequentemente, o paciente terá mais qualidade de vida.



Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
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www.amato.com.br

 

Trombose em pacientes com câncer: entenda relação e fatores de risco

Médico hematologista esclarece dúvidas sobre a ocorrência de tromboembolismo, 2ª maior causa de morte em pacientes oncológicos

A trombose em pacientes com câncer pode causar
 internações e atrasar o tratamento oncológico

Freepik


O tromboembolismo venoso é uma das principais complicações que podem acometer pacientes oncológicos, sendo a segunda maior causa de morte entre esses indivíduos e ficando atrás somente do próprio câncer. Apesar da gravidade e alta incidência, muitas pessoas ainda desconhecem os fatores de risco da trombose, seus principais sinais clínicos e formas de prevenção. 

Daniel Dias Ribeiro, médico hematologista, doutor em Epidemiologia Clínica pela Leiden University Medical Center, na Holanda, e diretor do Laboratório São Paulo, de Belo Horizonte (MG), explica que a trombose ocorre quando o sangue coagulado, denominado trombo, acaba obstruindo a passagem sanguínea no corpo humano. O tipo mais comum de trombose é a trombose venosa profunda (TVP), que costuma se manifestar nos membros inferiores e causa inchaço, vermelhidão e calor no local afetado. 

Ribeiro esclarece que, em determinados casos, o trombo pode se desprender e se deslocar através da circulação sanguínea até uma das artérias do pulmão, causando a embolia pulmonar (EP). Os sintomas da EP são falta de ar, dor no peito ao tossir ou inspirar profundamente e palpitações, sendo uma das causas mais frequentes de morte súbita. Devido a gravidade da trombose e suas complicações, profissionais de saúde de todo o mundo promovem no dia 13 de outubro o Dia Mundial da Trombose, com o objetivo de alertar a população sobre os perigos da doença. 

Os fatores de risco para a trombose incluem o uso de anticoncepcionais orais com estrógenos, cirurgias, obesidade, sedentarismo, hipertensão, diabetes e idade avançada. “Além desses fatores, pacientes com câncer devem ficar ainda mais atentos aos sintomas da trombose, uma vez que cerca de 20% a 30% dos casos da doença acometem pacientes oncológicos”, afirma o médico hematologista.  

De acordo com Ribeiro, isso ocorre pois o paciente com câncer apresenta maior probabilidade de desenvolver distúrbios de coagulação. Além disso, o tipo de tumor e o tratamento implementado podem influenciar no risco de desenvolvimento de trombose. “Casos de tromboembolismo costumam ser mais frequentes em pacientes com câncer de pâncreas, intestino, cérebro e pulmão. Alguns quimioterápicos também podem aumentar o risco de complicações vasculares”, aponta.   

A trombose em pacientes com câncer pode causar internações e atrasar o tratamento oncológico. Por isso, Ribeiro ressalta que a trombose é uma doença prevenível, podendo ser evitada a partir da adoção de um estilo de vida saudável, com prática de exercícios e alimentação balanceada. “No caso do paciente com câncer, o médico deve avaliar a necessidade de utilizar outros medicamentos para prevenir a ocorrência de trombose”, afirma. 

O tratamento da trombose é realizado com base no uso de anticoagulantes, que impendem a formação de novos trombos nas veias sanguíneas. Segundo o médico hematologista, é essencial que pacientes com câncer, seus acompanhantes e a sociedade como um todo tenham conhecimento dos fatores de risco e sinais clínicos da trombose, pois pode auxiliar no diagnóstico rápido e tratamento da doença.  

Sobre o Dia Mundial da Trombose No dia 13 de outubro é lembrado o Dia Mundial da Trombose, que tem como objetivo aumentar a consciência sobre a trombose entre profissionais da saúde, pacientes e entidades do governo e do terceiro setor. No entanto, devemos estar em alerta para essa afecção todos os dias. Em âmbito global, a campanha desta efeméride é liderada pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH, na sigla em inglês) e, no Brasil, por entidades médicas, entre as quais se destaca a Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH). Para saber mais, acesse o site do Dia Mundial da Trombose e também o site da SBTH.  

 

Mudanças bruscas de temperatura provocam reações no corpo; entenda e saiba como se proteger

Crianças, idosos e pacientes com doenças crônicas são mais vulneráveis


Após diversas regiões brasileiras baterem recorde de temperatura neste último fim de semana, o clima volta a ficar frio a partir desta quinta-feira (28), segundo o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).

 

De acordo com o Instituto, as capitais São Paulo e Rio de Janeiro são as que apresentarão as maiores quedas bruscas de temperatura, reduzindo a marca de 36° para 20°, e 41° para 23°, respectivamente.

 

Essa alternância súbita entre dias quentes e frios, provoca diversos efeitos no organismo. Clarissa Bercam, pneumologista do Hospital Metropolitano Vale do Aço, explica que alguns problemas de saúde podem surgir num movimento do próprio corpo a fim de se estabilizar.

 

“Nosso corpo precisa manter o mesmo padrão de temperatura, pressão, hidratação e outros níveis. Dependendo da forma que somos submetidos às mudanças climáticas, o organismo precisa abrir mão de recursos para garantir a temperatura estável e funcionamento do corpo”, destaca a profissional.

 

“Um exemplo disso acontece quando a temperatura muda de quente para frio. Nesse caso, há maior risco de hipertensão arterial, já que os vasos sanguíneos se comprimem para garantir que o sangue fique dentro do corpo e, com isso, perca menos calor”, completa a especialista.  

 

As variações abruptas de temperatura podem acentuar a necessidade de regulação térmica no corpo, sobrecarregando-o. Isso, combinado às flutuações de temperatura, pode levar à queda de imunidade e causar sintomas respiratórios, especialmente em grupos vulneráveis como crianças, idosos e pacientes com doenças crônicas.

 

4 formas de proteger a saúde

 

Para evitar problemas associados às variações de temperatura, é importante manter a imunidade em dia. Os principais aliados, nesse caso, são o sono de qualidade, alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas.

 

1. Alimentação adequada: frutas, verduras, legumes e grãos são boas opções de fibras e proteína. Já os itens de origem animal fornecem, além das proteínas, vitaminas e minerais.

 

2.   Hidratação: mudanças bruscas de temperatura podem aumentar a perda de líquidos do corpo, e a água é essencial para repor a hidratação e regular a temperatura corporal.

 

3. Higienização nasal: temperaturas elevadas, baixa umidade do ar e poluição acabam atrapalhando o sistema respiratório. Por isso, o ideal é realizar a higienização nasal com soro fisiológico, além de limpar, o processo facilita a respiração em tempo seco.

 

4. Acompanhamento médico: mentenha o acompanhamento médico em dia, principalmente quando há a presença de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.


Maior estudo sobre epilepsia do mundo revela ‘arquitetura genética’ da doença e indica novas terapias

 

Técnica do CEPID BRAINN durante as análises
foto: Mário Moreira da Silva/FCM-Unicamp

Foram analisados mais de 29 mil pacientes e identificadas 26 áreas do genoma ligadas ao distúrbio; Brasil foi o único representante da América Latina por meio do Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia, da Unicamp

 

Considerado o maior estudo genético sobre epilepsias do mundo, um trabalho publicado na revista Nature Genetics revela alterações específicas no DNA que sinalizam maior risco para o distúrbio cerebral. A identificação dessas alterações permitirá melhorar o diagnóstico e avançar na possibilidade de novos tratamentos para a doença.

Os pesquisadores identificaram 26 áreas (loci) distintas do genoma que estão ligadas à epilepsia, com 29 genes que provavelmente desempenham um importante papel no distúrbio. Desse total de genes, 17 foram associados à epilepsia pela primeira vez; dez estão ligados ao desenvolvimento da doença quando eles sofrem mutação ou alteração (chamados genes de epilepsia monogênica) e os outros sete são conhecidos por já terem medicamentos aprovados que atuam com foco no tratamento de transtornos do espectro do autismo.

A análise dos subtipos revelou “arquiteturas genéticas” significativamente diferentes entre, principalmente, dois subtipos de epilepsias – as focais e as generalizadas, sendo que variações comuns no DNA podem explicar entre 39,6% e 90% do risco genético para este último tipo.

Coordenada por um consórcio da Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE,  na sigla em inglês), que envolveu mais de 350 cientistas, a pesquisa comparou dados de 29.944 pessoas com a doença aos de outros 52.538 indivíduos-controle. Incluiu casos de epilepsia de ascendência europeia (92%), africana (3%) e asiática (5%).

O Brasil foi o único representante da América Latina por meio do Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia (BRAINN), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Nós do BRAINN estivemos envolvidos em todas as etapas do trabalho, desde a caracterização detalhada dos pacientes do ponto de vista clínico, de imagem, da neurofisiologia – que temos ótimas condições de fazer – até o planejamento das análises, sugestões de como poderiam ser realizadas e depois a verificação dos resultados. Nossa participação foi ativa também na escrita do artigo, submetido à revista há mais de um ano. Muitos estudos internacionais excluem pacientes do Brasil porque temos uma diversidade genômica muito grande. Mas, neste trabalho, foi feita uma metanálise que permite combinar populações com diferentes estruturas genômicas. Para o futuro, queremos ampliar ainda mais essa diversidade”, conta à Agência FAPESP Iscia Teresinha Lopes-Cendes, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e coautora do artigo pelo BRAINN.

Estima-se que haja cerca de 2 milhões de brasileiros com epilepsia, sendo que pelo menos 25% não estão com a doença controlada, segundo o Ministério da Saúde. No mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 50 milhões de pessoas são afetadas pelo distúrbio, sendo um terço resistente aos tratamentos disponíveis no mercado.

Doença neurológica altamente hereditária e sem cura, a epilepsia provoca crises convulsivas, chegando, nos casos mais graves, a 40 ou 50 convulsões por dia, com perda de sentido e queda. As crises não controladas, além de ter impacto na rotina do paciente, são um grave risco de morte súbita e prematura.

O tratamento é feito com uma combinação de medicamentos, que nem sempre é eficaz. A maior parte das medicações diminui a atividade dos neurônios de forma generalizada, controlando as crises, mas provoca efeitos colaterais. Uma alternativa é a cirurgia, em que é retirada a parte do cérebro afetada pela malformação.

Agora, os pesquisadores estão propondo algumas medicações que normalmente são usadas para outras situações, mas agem sobre os genes de risco para epilepsia apontados no estudo.

Conhecimento ao longo do tempo

Reconhecendo a complexidade de fatores genéticos e ambientais relacionados à epilepsia, o consórcio foi formado em 2010 para investigar grandes conjuntos de dados em colaboração com escala internacional.

“Este é um marco importante para o Consórcio ILAE sobre Epilepsias Complexas, demonstrando o que pode ser alcançado quando os cientistas colaboram abertamente e partilham dados de todo o mundo”, disse a presidente da liga, a professora Helen Cross, em comunicado à imprensa.

Para chegar aos resultados que sugerem arquiteturas genéticas diferentes entre as formas focais e generalizadas de epilepsia, foram combinados dados genéticos a bancos com informações fenotípicas, aumentando a amostra para mais de 51.600 pacientes e 1 milhão de “controles”. Essa descoberta do quadro genético diferente para os diversos tipos de epilepsias fornece pistas para entender as várias síndromes.

No trabalho, os cientistas apontam que as proteínas que transportam impulsos elétricos por meio das lacunas entre os neurônios do cérebro constituem parte do risco de formas generalizadas de epilepsia. Nesse sentido, enfatizam a importância de caracterizar ou classificar com precisão as síndromes epilépticas específicas (fenotipagem sindrômica) para melhor compreender a base genética da doença.

Defensora de estudos com os chamados “dados puros”, Lopes-Cendes diz que está trabalhando agora especificamente com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM) com atrofia hipocampal. “Temos gerado dados continuamente para uma pesquisa específica sobre o tema. Defendo que, em determinados estudos, misturar informações de tipos diferentes de epilepsia pode ‘diluir’ o dado, não destacando resultados que poderiam aparecer se o grupo de pacientes estudado fosse mais homogêneo. Acho que é preciso um equilíbrio”, completa.

No início do ano, a pesquisadora e seu grupo publicaram outro artigo aprofundando o entendimento sobre ELTM, considerada a mais comum e refratária ao tratamento farmacológico, ao avaliar, pela primeira vez, o perfil do RNA mensageiro (mRNA, molécula que contém a informação para a produção de proteínas) de tecido cirúrgico obtido de pacientes (leia mais em: agencia.fapesp.br/40847).

Por seu trabalho com genética, Lopes-Cendes foi convidada recentemente pela OMS para fazer parte do novo Grupo Consultivo Técnico sobre Genômica (TAG-G), responsável por contribuir com o processo de aceleração do acesso ao conhecimento e às tecnologias genômicas, especialmente em países de baixo e médio rendimento. No total fazem parte do grupo 15 cientistas de diversos países.

O artigo GWAS meta-analysis of over 29,000 people with epilepsy identifies 26 risk loci and subtype-specific genetic architecture pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41588-023-01485-w.

 


Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/maior-estudo-sobre-epilepsia-do-mundo-revela-arquitetura-genetica-da-doenca-e-indica-novas-terapias/44960

 

Mounjaro: Novo Remédio com Efeito Superior ao Ozempic, Aprovado Pela Anvisa

 

Será o fim da obesidade e da cirurgia bariátrica? Saiba tudo sobre a tirzepatida, medicamento aprovado no país que promete acabar com a obesidade

 

Na última segunda-feira (25/9), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu luz verde para o Mounjaro, desenvolvido pela Eli Lilly, como uma inovação no tratamento do diabetes tipo 2. Esse medicamento, cujo princípio ativo é a tirzepatida, já obteve aprovação nos Estados Unidos e na Europa, e sua eficácia é notavelmente semelhante à do Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk. Pesquisas que embasaram essa autorização revelaram que o Mounjaro supera o Ozempic em termos de controle da glicose no sangue e redução de peso. A nova medicação, agora disponível no país, é administrada por injeções semanais, evidenciando um desempenho superior na promoção da perda de peso quando comparada a outras alternativas medicamentosas. 

A princípio, a tirzepatida está indicada apenas para tratar diabetes, mas ela também passa por estudos que a avaliam como uma possível terapia contra obesidade, apneia do sono, doença renal crônica e insuficiência cardíaca. 

Também está sob investigação para tratar esteatose hepática, uma condição que afeta o fígado e que, quando negligenciada, pode levar a complicações graves.

A tirzepatida é uma substância que opera imitando as funções de dois hormônios intestinais, o GLP-1 e o GIP. Esses hormônios, conhecidos como "incretinas", desempenham um papel crucial na conexão entre a ingestão de nutrientes pelo trato gastrointestinal e a liberação de hormônios pancreáticos. Normalmente, eles são liberados durante a digestão, após a absorção de glicose, proteínas e gorduras, estabelecendo um vínculo fundamental entre a alimentação e a regulação da insulina no corpo. 

De forma simplificada, o GLP-1 é um hormônio que o intestino produz quando comemos. Ele entra em ação no pâncreas sempre que os níveis de glicose estão elevados, desencadeando uma desaceleração na digestão e gerando uma sensação de saciedade. 

Por outro lado, o GIP, com seus 42 aminoácidos, é um hormônio peptídeo que age como um inibidor gástrico e um peptídeo insulinotrópico dependente da glicose. Este hormônio direciona sua ação às células beta no pâncreas, estimulando-as a aprimorar a produção de insulina. Várias pesquisas de genética associam o GIP ao controle da insulina, regulação de glicose, metabolismo de lipídios e peso corporal. 

Este medicamento pertence à categoria de coagonistas, que interagem com vários receptores hormonais. Isso é significativo, pois ajuda a reduzir o apetite por meio de neurotransmissores, sem prejudicar o sistema cardiovascular, pelo contrário, protegendo-o. Isso é especialmente relevante, pois tanto a obesidade quanto o diabetes aumentam o risco de doenças cardiovasculares. 

“Os resultados deste tratamento são notáveis, ultrapassando até mesmo a eficácia da cirurgia bariátrica. Na área de perda de peso, profissionais que se dedicam ao emagrecimento consideram que estamos vivenciando uma era em que a cirurgia bariátrica pode estar se tornando obsoleta, uma vez que conseguimos alcançar resultados ainda mais impressionantes com o uso deste medicamento”. Enfatiza o Dr. Ronan Araujo. 

Os efeitos colaterais são controláveis, são brandos na maioria dos casos, mas como qualquer outra medicação, é extremamente necessário acompanhamento e indicação médica. 

“Este medicamento pode resultar em uma transformação notável no controle da obesidade, com potencial para eliminar até 23% do peso corporal, muito semelhante ao resultado de uma cirurgia bariátrica. No entanto, é essencial entender que qualquer medicamento desse porte deve ser parte de um tratamento abrangente para a obesidade, uma doença crônica que requer acompanhamento de longo prazo e mudanças no estilo de vida”. Conclui Dr. Ronan Araujo.

  

Dr. Ronan Araujo - Formado em medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, médico especializado em nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia). Com foco em causar impacto e mudar a vida das pessoas através de sua profissão, ele também se tornou membro da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), que o leva a ser atualmente um dos médicos que mais conhece e entrega resultados quando falamos sobre emagrecimento e reposição hormonal.


Empresas aéreas transportaram gratuitamente 62,4 mil itens para transplantes de 2014 a agosto de 2023

As empresas aéreas brasileiras transportaram gratuitamente, do início de 2014 a agosto deste, ano 62,4 mil itens para transplantes (órgãos, tecidos e outros materiais), de acordo com dados da Central Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde. O período considerado neste levantamento leva em conta o início do Programa Asas do Bem, da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), que tem o objetivo de reforçar a importância da doação de órgãos e do transporte gratuito pelas empresas aéreas.

Somente no acumulado dos oito primeiros meses deste ano, o total de itens transportados gratuitamente pelas companhias aéreas brasileiras chega a 3,8 mil. Considerando-se o transporte realizado por meio da Força Aérea Brasileira (FAB), companhias aéreas internacionais e outros tipos de transporte (particular e terrestre, por exemplo) o total parcial do ano chega a 5,1 mil itens.

“O Programa Asas do Bem mostra a contribuição da aviação comercial brasileira para o fortalecimento do maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo, viabilizado pelo SUS. Somente as empresas aéreas conseguem, de maneira gratuita, viabilizar os transplantes num país de dimensões continentais. Neste Dia Nacional da Doação de Órgãos, a ABEAR reforça a importância da doação e da sensibilização das famílias dos potenciais doadores para que possamos fortalecer ainda mais essa importante colaboração social e humanitária do transporte aéreo”, afirma a presidente da ABEAR, Jurema Monteiro.


Asas do Bem

Em 2014, a ABEAR criou o Programa Asas do Bem, com o objetivo de divulgar a importância da doação e do transporte gratuito de órgãos, tecidos, equipes médicas e materiais. Em 2018, foi lançada a Jornada Asas do Bem, uma série de palestras presenciais e online para destacar a importância da doação de órgãos e a contribuição da aviação para viabilizar os transplantes. As apresentações foram realizadas pelo publicitário Alexandre Barroso, três vezes transplantado, e percorreram 15 estados e o Distrito Federal, reunindo cerca de 4 mil pessoas em eventos promovidos por hospitais, centrais de transplantes, companhias aéreas e iniciativas sociais. Em 2020, devido à pandemia do novo coronavírus, foram realizadas lives com Barroso e profissionais de saúde para promover o tema no Instagram e YouTube.


Esforço colaborativo

A contribuição da aviação comercial no transporte de órgãos teve início em 2001. O esforço inclui atualmente, além da ABEAR e suas associadas, outras companhias aéreas, o Ministério da Saúde (CNT), Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), o Comando da Aeronáutica (Força Aérea Brasileira – FAB, Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA, e Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea – CGNA), a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Infraero e aeroportos concessionados, por meio da Aeroportos Brasil (ABR).

 

Sem idade para voltar a sorrir: com expectativa de vida mais alta, idosos buscam tratamentos para melhorar saúde bucal

mplante é recomendado para quem perdeu um ou
mais dentes, como forma de devolver a autoestima
 e funções de mastigação

Créditos: Arquivo Caio Pagotto

Idade não é impeditivo para colocação de implantes e cirurgia devolve qualidade de vida para pacientes acima dos 90 anos


Aos 97 anos, Ida Rizzi Fabris entrou no consultório do implantodontista Caio Pagotto com uma reclamação: não conseguia mais se alimentar devido à prótese inferior que a incomodava muito. Essa situação é comum nos consultórios dentários, principalmente entre pacientes idosos, mas, neste caso, chama a atenção devido à idade de Ida. 

"Quando ela chegou ao meu consultório, sem problemas de saúde e muito lúcida, percebi que seria possível devolver a ela a qualidade de vida que precisava, sem nenhum tipo de complicação, algo raro aos 97 anos", conta Pagotto. A idosa recebeu apenas dois implantes, que foram suficientes para fixar a mesma prótese que já usava, adaptada após a cirurgia. Esse método é conhecido como ‘sobredentadura’, quando todos os dentes são perdidos, mas a prótese é estabilizada por implantes. 

O dentista, que atua na implantodontia há cerca de 25 anos, explica que, devido à idade avançada de Ida, não seria possível realizar a cirurgia para colocar todos os dentes, pois isso representaria riscos devido ao tempo, à quantidade de anestésico necessária e ao sangramento. "Optamos por um procedimento chamado carga imediata, no qual colocamos o implante no mesmo dia da extração de dentes naturais, quando é o caso, e da confecção da prótese. Isso proporcionou rapidez no procedimento e na recuperação, o que é essencial em idade avançada", avalia o dentista. Segundo a filha da paciente, Leni Adelaide Fabris de Moraes, a mãe está mais segura depois da cirurgia. "Ela estava apreensiva, mas a cirurgia correu bem. Agora, ela está mais feliz por poder se alimentar adequadamente, fala melhor e, mesmo com sua idade, conseguiu se adaptar bem. Após ver toda essa melhora, eu recomendo que todos os idosos que enfrentam esse problema e que têm condições façam a cirurgia para melhorar sua qualidade de vida", conta. 

Em circunstâncias normais, pacientes com mais de 80 anos são considerados de risco para cirurgias. Isso ocorre porque, nessa faixa etária, é comum que idosos enfrentem questões importantes de saúde, como problemas cardíacos, hipertensão e diabetes, o que torna a colocação de implantes um desafio, embora não seja um impedimento. "Pessoas com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, também podem colocar implantes, desde que estejam com as condições de saúde sob controle. Além disso, é importante a ciência e o consentimento do médico que acompanha o paciente e a aprovação da família", complementa Caio Pagotto. 


Implantes dentários são viáveis em qualquer idade 

Qualquer pessoa em boa saúde e que tenha sofrido perda de dentes, pelo motivo que for, pode receber implantes. No entanto, é mais comum que idosos busquem esse tipo de procedimento. Um implante funciona como uma raiz artificial e é recomendado para pessoas que perderam um ou mais dentes, como forma de devolver estética e função. A técnica e o tipo de implante podem variar, e são selecionados de acordo com as necessidades de cada paciente. 

As contraindicações, por outro lado, geralmente se aplicam a adolescentes, cujo desenvolvimento ósseo ainda não está completo, e um implante pode afetar o crescimento natural do osso maxilar. "O implante dentário é uma opção apenas quando os ossos da face do paciente estão completamente desenvolvidos, com tamanho e posição definidos. Isso geralmente ocorre por volta dos 17 ou 18 anos e pode se estender até os 22. Após esse período, é totalmente possível fazer a colocação", explica o dentista e diretor de Novos Produtos e Práticas Clínicas da Neodent, Sérgio Bernardes. 

Além disso, contraindicações podem se aplicar a pacientes que têm dificuldade de cicatrização mesmo com tratamento médico, sistema imunológico comprometido, diabetes descontrolada, algumas doenças autoimunes, problemas cardíacos graves e pessoas que fazem uso de algumas medicações específicas, como alendronatos e bisfosfonatos. "Cada situação requer uma avaliação personalizada e minuciosa do dentista. É importante lembrar que a instalação de implantes é uma cirurgia que demanda cuidados mínimos, mas que, na grande maioria dos casos em que os exames estão em ordem e a saúde controlada, pode devolver a autoestima e melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas", conclui Bernardes.



Neodent 



Conheça os três principais tipos de câncer ginecológico

Durante a Campanha Setembro Púrpura, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) faz um alerta sobre os tumores no colo uterino, endométrio e ovário

 

Câncer ginecológico é um nome dado a vários tipos de tumores malignos que acometem o aparelho reprodutor feminino. Entre os três mais frequentes, estão os de colo do útero, endométrio e ovário. Durante a Campanha Setembro Púrpura, dedicada ao combate deste tipo de tumor, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) destaca a importância da prevenção e principalmente do diagnóstico precoce.

No Brasil, apenas neste ano, a estimativa é que esses três tipos de câncer devem acometer mais de 32 mil mulheres, o que representa 13,2% de todos os casos da neoplasia diagnosticados no gênero feminino, sendo mais de 17 mil casos de câncer de colo de útero, 7.840 de endométrio e 7.310 pacientes com o tumor no ovário, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

“Apesar dos números preocupantes, esses tipos de câncer podem ser evitados e tratados”, diz o presidente da SBP, Clóvis Klock. “O diagnóstico precoce é primordial para identificar a aplicação de tratamentos mais rápidos. É importante ficar atento aos sinais, mas principalmente fazer exames de rotina. Quanto mais cedo a doença for identificada, menos agressivo será o tratamento”, afirmou.

A obesidade é o principal fator de risco do câncer de endométrio, já que o tecido adiposo pode produzir hormônios, como o estrogênio, capazes de estimular as células do endométrio. Enquanto o câncer de ovário pode estar ligado a fatores hormonais, ambientais e genéticos, sendo o histórico familiar o fator de risco isolado mais importante. Já para o câncer de colo do útero, a principal causa é o papilomavírus humano (HPV, na sigla em inglês).


HPV - Para o presidente da SBP, o rastreamento realizado através do teste molecular para identificar o vírus HPV, como já realizado em projeto piloto em Pernambuco, pode ser um aliado do rastreio do câncer de colo do útero,  juntamente com o exame de Papanicolau. “Sem dúvida, os exames para identificação do HPV e a detecção precoce da doença são grandes aliados no  combate a essa doença e ajudam a evitar esse tipo de tumor em mulheres”, diz o médico patologista, lembrando a importância primordial da vacinação de meninas e meninos de 9 a 14 anos contra HPV como importante meio de prevenção contra a doença.

Em relação ao câncer de endométrio, é preciso fazer a ultrassonografia transvaginal e histeroscopia para identificá-lo. Já o tumor no ovário também pode ser detectado através da ultrassonografia transvaginal, além do exame de sangue (marcador tumoral CA-125). Para a confirmação definitiva dos três tipos de câncer, é necessária a análise das células da biópsia, realizada pelo médico patologista.

Entre os principais sintomas, é preciso ficar atento se houver dores pélvica ou intensas e persistentes na parte inferior das costas, pressão abaixo do umbigo, inchaço abdominal e flatulência, sangramento vaginal anormal, febre que dure mais de sete dias, dores de estômago ou alterações intestinais e perda de peso excessiva ou repentina. 

Outros sinais podem ser: anormalidades na vulva e na vagina, como feridas, bolhas ou alteração de cor, alterações na mama, como dor, secreção, nódulos, vermelhidão ou inchaço e também a fadiga, que pode ser frequente em casos de câncer mais avançados. Alguns destes sinais podem ser confundidos com outras doenças, por isso é preciso redobrar a atenção. 

 

Sociedade Brasileira de Patologia - SBP


Urticária: Tipos, sintomas, tratamento e os impactos emocionais que podem afetar a saúde mental

 No Brasil, cerca de 1 em cada 250 pessoas sofre com urticária crônica espontânea


01/10 – Dia Mundial da Urticária

 

Estima-se que uma em cada quatro pessoas apresenta pelo menos um episódio de urticária ao longo da vida. Os sinais da doença são lesões na pele chamadas urticas, que têm aspecto avermelhado e elevado, coçam muito e se apresentam de forma isolada ou agrupada formando placas. Essas manchas podem aparecer em qualquer parte do corpo, não deixam cicatrizes e podem durar até 24 horas. Em alguns casos, as urticas podem vir acompanhadas de angioedema (inchaço deformante) em olhos, lábios, genitália, palma das mãos e dorso dos pés.

 

A urticária é classificada em dois grupos:

 

Urticária Aguda: Os sintomas desaparecem em até seis semanas e as causas podem estar relacionadas a infecções, alimentos, medicamentos, ferroadas de insetos e contrastes usados em exames de imagem.

 

Urticária Crônica: Os sintomas surgem diariamente ou quase diariamente e duram mais do que seis semanas, podendo persistir por meses ou anos. A urticária crônica ainda é subdividida em dois tipos – Urticária Crônica Espontânea (UCE) e Urticária Crônica Induzida (UCIND).

 

UCE: As urticas surgem sem motivo aparente e sem relação com nenhum estímulo externo. A urticária crônica espontânea não é emocional, não é alergia e não é causada por fatores externos.

 

UCInd: As lesões são desencadeadas por fatores específicos, que podem ser provocadas pelo atrito e fricção na pele (dermografismo), contato com frio (urticária ao frio), pressão sobre a pele (urticária de pressão tardia), calor (urticária ao calor), água (urticária aquagênica), estímulos vibratórios (angioedema vibratório) e por aumento da temperatura corporal (urticária colinérgica).

 

O Coordenador do Departamento Científico de Urticária da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Dr. Régis de Albuquerque Campos, conta que a urticária crônica pode afetar até 5% dos adultos e 1,4% das crianças. No Brasil, cerca de 1 em cada 250 pessoas sofre com urticária crônica espontânea.

 

O diagnóstico da urticária é baseado na história clínica do paciente, sem a necessidade de exames. Na suspeita das urticárias induzidas, são realizados teste específicos com o possível agente causador.

 

Impacto Emocional: A urticária não é emocional, não é psicológica e nem ocorre por estresse. Porém, o constrangimento causado pelas lesões, o desconforto da coceira e a insegurança de não saber quando vai ter uma crise afetam o emocional e a vida social e profissional com repercussões no trabalho, na escola, no sono e no lazer. Algumas pessoas podem apresentar instabilidade emocional, ansiedade e até depressão, necessitando acompanhamento especializado.

 

Tratamento: “A primeira etapa do tratamento da UCE é o uso de antialérgicos (anti-histamínicos) de 2ª geração, pois bloqueiam a ação da histamina, melhorando os sintomas em até 40% dos casos. Os anti-histamínicos de 2ª geração são os preferidos por sua segurança e menor ocorrência de efeitos colaterais indesejáveis, como a sonolência, por exemplo”, explica o especialista.

 

Caso não ocorra melhora em 2 a 4 semanas, o médico poderá orientar o uso de doses mais altas, de duas até quatro vezes a dose habitual, até que ocorra melhora dos sintomas. Já os corticoides são utilizados para tratamento das crises por curtos períodos e sempre com orientação médica.

 

“Os pacientes que não controlam os sintomas com os anti-histamínicos em doses altas têm indicação para uso do imunobiológico chamado omalizumabe, que atua diminuindo a ativação do mastócito, principal célula envolvida na urticária, reduzindo assim a liberação da histamina”, detalha o Coordenador da ASBAI.

 


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