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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Julho Amarelo acende o alerta sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce contra o avanço das hepatites virais

 

Especialista da UniRedentor Afya alerta para os riscos da desinformação e reforça o papel da prevenção diante de quase 1 milhão de casos registrados desde 2000 

 

Julho é o mês dedicado à conscientização sobre as hepatites virais, doenças silenciosas que podem causar sérios danos ao fígado e evoluir para complicações como cirrose, falência hepática e câncer. A campanha Julho Amarelo tem como principal objetivo alertar a população sobre os riscos das hepatites, incentivar a testagem e promover ações de prevenção, como a vacinação.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 700 mil brasileiros vivem com hepatite C,  e cerca de 70% dessas pessoas nem sabem que estão infectadas. As hepatites B e C são as mais preocupantes por seu alto potencial de cronificação e evolução sem sintomas aparentes.

Na maioria das vezes, ela não dá sinais imediatos. Muitos pacientes só descobrem quando a função do fígado já está comprometida", explica o Dr. Raphael Gomes, médico gastroenterologista e professor do Centro Universitário UniRedentor, do grupo Afya Educação Médica.

“Muitas pessoas vivem com o vírus por anos sem apresentar sintomas. Quando sinais como cansaço, pele amarelada (icterícia), urina escura e dor abdominal aparecem, o fígado já pode estar bastante comprometido”, alerta o Dr. Raphael. 

O especialista também destaca que o diagnóstico precoce é decisivo para a recuperação. Para ele, a hepatite tem tratamento e, em muitos casos, pode ser curada, desde que o diagnóstico ocorra a tempo. Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores são as chances de evitar danos graves ao fígado.


Tipos de hepatite e formas de prevenção

As hepatites virais são classificadas em cinco tipos principais: A, B, C, D e E, cada uma com formas de transmissão e prevenção distintas:

·         Hepatite A: transmitida por água e alimentos contaminados, é comum em locais com saneamento básico precário. A prevenção inclui boa higiene, consumo de água tratada e vacinação.

·         Hepatite B: é sexualmente transmissível e também pode ser adquirida por contato com sangue contaminado, seringas, instrumentos de manicure ou durante o parto. É prevenível por vacina, oferecida gratuitamente pelo SUS.

·         Hepatite C: a principal via de transmissão é o sangue contaminado. Apesar de ainda não ter vacina, é altamente curável com medicamentos disponíveis no SUS. A prevenção envolve evitar o compartilhamento de objetos perfurocortantes e usar preservativos.

·         Hepatite D: só afeta pessoas que já têm hepatite B. A vacinação contra o tipo B, portanto, previne automaticamente a hepatite D.

·         Hepatite E: mais comum na Ásia e África, é transmitida por água contaminada, como a hepatite A. A prevenção está ligada à melhoria do saneamento e higiene alimentar.


Quem deve fazer o teste?

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente testes rápidos para detecção das hepatites B e C em unidades básicas de saúde de todo o país. O exame é seguro, não exige agendamento prévio e pode ser fundamental para o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado. 


De acordo com o professor Dr. Raphael, alguns grupos devem ficar especialmente atentos à testagem: pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993, já compartilharam seringas, agulhas ou objetos cortantes, possuem tatuagens ou piercings, tiveram múltiplos parceiros sexuais ou relações sem preservativo, são gestantes (o exame deve ser incluído no pré-natal), vivem com HIV, atuam na área da saúde ou estão em situação de vulnerabilidade social, como a população privada de liberdade.


Mesmo indivíduos que não se enquadram nesses grupos devem considerar realizar o teste ao menos uma vez na vida, especialmente para hepatite C, de acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).


Prevenção é o melhor caminho

Além da testagem, a vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenção contra as hepatites A e B, e ambas estão disponíveis gratuitamente nas unidades básicas de saúde. O uso de preservativos, o não compartilhamento de objetos cortantes, e o cuidado com higiene em procedimentos estéticos e odontológicos também são essenciais para evitar a infecção. 


“A mensagem do Julho Amarelo é clara: informar, prevenir, testar e tratar. Vivemos um momento em que o conhecimento está ao nosso alcance, e isso pode salvar vidas. Hepatite tem cura, tem tratamento, e o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Não espere os sintomas aparecerem. Faça o teste e incentive outras pessoas a fazerem o mesmo”, finaliza o médico da Uniredentor Afya.

 

Afya
http://www.afya.com.br
ir.afya.com.br


Cérebro em Alerta: Como o Corpo Fala Quando a Mente Silencia

No dia 22 de julho, celebramos o Dia do Cérebro, um órgão que, apesar de comandar todas as funções vitais do corpo humano, ainda é negligenciado quando o assunto é cuidado e prevenção.

Enquanto o coração tem seu check-up anual garantido e a pressão arterial é monitorada com frequência, o cérebro muitas vezes só recebe atenção quando algo dá errado quando surgem sintomas como dores de cabeça persistentes, insônia, esquecimentos, crises de ansiedade ou sensações de tontura sem causa aparente.

"É comum ouvirmos no consultório que a tontura 'não é nada' ou que a compulsão por comida ou compras é apenas 'falta de foco ou força de vontade'. Mas o cérebro fala. E muitas vezes fala de forma indireta", explica o neurologista Dr. Saulo Nader.

Segundo a psiquiatra Dra. Maria Fernanda Caliani, as manifestações do sofrimento psíquico muitas vezes aparecem de forma corporal. “Compulsões, vertigens emocionais, falhas de memória ou cansaço excessivo podem ser sinais de que o cérebro e a mente estão sobrecarregados. Não se trata de fraqueza, mas de um sistema em desequilíbrio", alerta.

A união entre neurologia e psiquiatria é fundamental para um diagnóstico preciso. O cérebro é um órgão físico, mas que também abriga sentimentos, pensamentos e traumas. Por isso, tratar de maneira fragmentada como se o problema fosse só “da cabeça” ou só “do corpo” pode atrasar o cuidado e aumentar o sofrimento.


Entre os quadros mais comuns observados hoje estão:

  • Tonturas sem causa clínica identificável, que podem ter origem emocional;
  • Compulsões alimentares ou comportamentais, como forma de autorregulação emocional;
  • Distúrbios do sono e da memória, que podem indicar desde ansiedade até doenças neurodegenerativas;
  • Síndromes ansiosas e depressivas, que afetam diretamente o funcionamento cerebral.

"É essencial que as pessoas saibam que sintomas físicos e emocionais podem estar conectados. Procurar um neurologista ou um psiquiatra não é sinal de fraqueza, é uma atitude de autocuidado e prevenção", reforçam os especialistas.

Neste Dia do Cérebro, o convite é claro: escute os sinais, cuide da mente e do corpo de forma integrada. Porque quando o cérebro vai bem, tudo ao redor também melhora.

  


Dra. Maria Fernanda Caliani - médica psiquiatra graduada e especializada em psiquiatria pela Faculdade de Medicina de Marília, em SP. Possui experiências médicas internacionais no currículo, incluindo estágio em psiquiatria hospitalar no Hospital Universitário Miguel Servet, de Zaragoza, na Espanha. Fez aprimoramento em Terapia Cognitivo Comportamental no Instituto de Psiquiatria da USP e atua como terapeuta na área. Foi a chefe da psiquiatria do PS Lapa/SPDM, foi chefe do departamento de psiquiatria do Hospital Geral de Pirajussara/SPDM. É membro efetiva da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Dr. Saulo Nardy Nader - neurologista, referência em tontura, vertigem e distúrbios do equilíbrio. Membro da Bárány Society, atua no Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e é criador do canal 'Doutor Tontura' @doutortontura e do canal do Youtube: @NeurologiaePsiquiatria, onde desmistifica esses temas com linguagem acessível.

Mais informações: https://neurologiaepsiquiatria.com.br/

O Papel da Nutrição na Reabilitação


A nutrição desempenha papel essencial na recuperação funcional de pacientes submetidos a processos de reabilitação física e clínica. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), especificamente da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018) e da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019), condições como desnutrição, excesso de peso e insegurança alimentar interferem significativamente nos resultados da reabilitação. A integração de estratégias nutricionais individualizadas é essencial para otimizar a recuperação e reduzir complicações. 

A reabilitação é um componente essencial na recuperação de pacientes acometidos por lesões, doenças crônicas ou após procedimentos cirúrgicos. Entretanto, o sucesso do processo reabilitacional está diretamente ligado ao estado nutricional do paciente. A má nutrição, seja por deficiência ou excesso, afeta negativamente a cicatrização, força muscular e disposição geral. 

De acordo com o IBGE, o Brasil vive atualmente uma transição nutricional, com o aumento simultâneo da obesidade e da insegurança alimentar, criando um cenário desafiador para a saúde pública e os programas de reabilitação.
 

Dados do IBGE

  • Excesso de peso: presente em 55,4% dos adultos brasileiros (POF 2017–2018);
  • Obesidade: acomete 19,8% da população;
  • Insegurança alimentar: atinge 36,7% dos domicílios brasileiros (2020);
  • Desnutrição hospitalar: prevalência estimada entre 30% e 50% dos pacientes internados.


Impactos na Reabilitação

  • Pacientes desnutridos apresentam menor resposta à fisioterapia e maior incidência de infecções;
  • Obesos enfrentam maior dificuldade de mobilidade e maior risco de complicações ortopédicas;
  • A má nutrição retarda a cicatrização, reduz a força muscular e prolonga o tempo de internação.

Os dados acima evidenciam um cenário de risco nutricional que afeta diretamente a eficácia dos programas de reabilitação. A desnutrição reduz significativamente os ganhos funcionais de terapias físicas e ocupacionais. Por outro lado, o excesso de peso sobrecarrega articulações e dificulta a progressão da reabilitação. Artigos científicos publicados na Revista Brasileira de Nutrição Clínica e no Jornal Brasileiro de Reabilitação reforçam que o suporte nutricional adequado acelera a recuperação, reduz internações e melhora a qualidade de vida. 

A atuação do nutricionista dentro das equipes multiprofissionais é imprescindível. Estratégias como avaliação nutricional precoce, suplementação individualizada e educação alimentar são essenciais para a adesão e sucesso do tratamento. 

O nutricionista tem papel importante, avaliando o estado nutricional individual por meio de histórico clínico, exames, hábitos alimentares e dados antropométricos (peso, altura, circunferências e dobras cutâneas). A partir dessa avaliação, é elaborado um plano alimentar personalizado, que inclui prescrição dietoterápica em conjunto com a equipe multiprofissional. Para os pacientes em uso de dieta enteral são calculadas as necessidades energéticas e proteicas e acompanhada a adequação por meio de indicadores assistenciais visando a recuperação do estado nutricional, dando assim o suporte necessário para a jornada de reabilitação. 

Durante a internação, o nutricionista acompanha a evolução do estado nutricional e a aceitação alimentar, ajustando o plano conforme necessário. Estratégias de gastronomia são utilizadas para tornar a alimentação mais prazerosa, ajudando também no bem-estar emocional. 

Além disso, a suplementação individualizada é importante para fornecer os nutrientes certos à regeneração de tecidos, músculos e órgãos, favorecendo a recuperação de funções físicas e cognitivas. Em resumo, a intervenção nutricional adequada e integrada com a equipe multiprofissional é fundamental para acelerar a recuperação, evitar complicações e garantir melhor qualidade de vida ao paciente em reabilitação.

 

Exemplo: Paciente idoso pós-AVC

  • Perfil: homem, 82 anos, 1,70 m e peso de 38 kg (desnutrição grau III), pós-AVC, com infecção urinária requerendo gastrostomia.
  • Motivo do tratamento: desnutrição extrema, infecção persistente e falha de ingestão por via oral.
  • Tratamento nutricional: nutrição enteral hiperproteica com 1,5 cal/ml.
  • Desfecho: após 11 meses, peso de 56 kg (ganho de 18 kg), melhora da composição corporal, incluindo recuperação da ingestão oral. Atualmente, com 62 kg, hidratado, com composição corporal adequada e capaz de caminhar e se alimentar normalmente. Durante o período de internação, o paciente utilizou dieta enteral com aporte calórico e proteico adequados às suas necessidades para ganho de peso e massa muscular, contribuindo assim para o processo de reabilitação motora com equipe de fisioterapeutas. O paciente também foi acompanhado pela equipe de fonoaudiólogos realizando a introdução segura de alimentos via oral junto a equipe de nutricionistas até atingir o objetivo de desmame total da dieta enteral para dieta via oral com o mesmo aporte calórico e proteico assegurando os ganhos nutricionais, através de alimentação equilibrada e calculada com os principais nutrientes necessários para o processo de reabilitação.

O estado nutricional é um fator determinante na resposta clínica de pacientes em reabilitação. A análise dos dados do IBGE evidencia a necessidade de ações de saúde pública que promovam o acesso à alimentação saudável e à avaliação nutricional qualificada. A nutrição como parte integrante do processo de reabilitação é fundamental para garantir melhores desfechos funcionais e maior qualidade de vida aos pacientes. A nutrição não é apenas complementar: ela refaz o alicerce da reabilitação, promovendo resiliência física, melhor recuperação funcional e qualidade de vida. 

 

Mariana Oliveira de Assis Exel - Nutricionista da YUNA, instituição especializada em reabilitação e cuidados paliativos.

 

Testosterona: O Hormônio que Impacta Libido, Energia e Emagrecimento

O médico Dr. Adriano Faustino explica como o equilíbrio da testosterona pode transformar o bem-estar físico e emocional de homens e mulheres — e revela os níveis ideais, sintomas de queda e formas seguras de tratamento

 

 

Muito além do desejo sexual, a testosterona é um hormônio essencial para o equilíbrio físico e emocional. Ela atua diretamente na manutenção da massa muscular, da energia, da disposição mental e até na eficiência do metabolismo. E o que poucos sabem: ela é fundamental tanto para homens quanto para mulheres.

O médico Dr. Adriano Faustino, especialista em longevidade, emagrecimento e modulação hormonal, destaca que a queda nos níveis de testosterona pode impactar diversas áreas da saúde — do rendimento físico ao humor, da libido à composição corporal. Segundo ele, compreender e tratar a deficiência desse hormônio pode ser um divisor de águas na qualidade de vida.

Confira os principais pontos abordados pelo especialista:


O que é a testosterona e por que ela é tão importante?

  • A testosterona é produzida principalmente nos testículos (homens) e ovários (mulheres), com apoio das glândulas suprarrenais.
  • É fundamental para funções como libido, disposição, massa muscular, densidade óssea, clareza mental e metabolismo.
  • Também tem papel protetor contra doenças cardiovasculares e síndromes metabólicas.


Quais os sinais de testosterona baixa?

Tanto em homens quanto em mulheres, os sintomas da deficiência hormonal podem incluir:

  • Queda da libido e satisfação sexual
  • Fadiga constante e baixa energia
  • Dificuldade para emagrecer, mesmo com dieta e exercícios
  • Perda de massa muscular e força física
  • Irritabilidade, ansiedade e sintomas depressivos
  • Baixa motivação e dificuldade de concentração
  • Sono fragmentado e não reparador


Usos clínicos:

  1. Reposição em hipogonadismo androgênico (níveis baixos com sintomas clínicos):
    • Sintomas: fadiga, perda de massa muscular, disfunção erétil, irritabilidade, perda de libido, ginecomastia.
  2. Sarcopenia (baixa massa muscular) e fragilidade:
    • Aumento da massa magra e da força muscular.
  3. Melhora da sensibilidade à insulina e composição corporal. - Benéfico no diabetes
  4. Melhora cognitiva e humor:
    • Redução de sintomas depressivos e aumento de motivação.
  5. Saúde óssea:
    • Redução do risco de osteopenia/osteoporose em homens idosos.
  6. Performance sexual:
    • Aumento da libido, qualidade da ereção e satisfação sexual.

 

Quais são os níveis ideais de testosterona?

Dr. Adriano Faustino reforça que os níveis hormonais devem ser interpretados com base nos sintomas de cada paciente, mas aponta as faixas de referência mais indicadas:

 Para homens:

  • Testosterona total ideal: entre 600 e 900 ng/dL
  • Testosterona livre: acima de 8 e 10 pg/dL 

 

Para mulheres:

  • Testosterona total ideal: entre 75 e 100 ng/dL
  • Testosterona livre: entre 1,8 e 5,0 pg/dL

Valores abaixo dessas faixas podem justificar investigação clínica, principalmente se associados a queixas físicas e emocionais.


Como tratar a deficiência hormonal?

Segundo o Dr. Adriano Faustino:

  • O primeiro passo é realizar uma análise clínica completa, com exames laboratoriais específicos e interpretação individualizada.
  • Estímulos naturais (como sono de qualidade, treino de força, dieta rica em micronutrientes e controle do estresse) podem auxiliar a produção hormonal.
  • Quando necessário, a modulação hormonal pode ser indicada, com opções como gel transdérmico, cápsulas, injeções ou implantes — sempre com prescrição e monitoramento médico rigoroso.


Riscos da reposição hormonal inadequada

O uso da testosterona sem acompanhamento médico pode gerar consequências graves, alerta o Dr. Adriano:

  • Acne, oleosidade e queda de cabelo
  • Alterações no fígado e nos marcadores cardíacos
  • Supressão da produção natural do hormônio
  • Infertilidade
  • Em mulheres: engrossamento da voz, crescimento de pelos e alterações menstruais

 


A relação entre testosterona e emagrecimento

De acordo com o especialista:

  • A testosterona atua diretamente sobre a massa magra e o metabolismo basal.
  • Níveis adequados favorecem a queima de gordura e melhoram a resposta ao exercício físico.
  • A deficiência hormonal pode levar ao acúmulo de gordura abdominal e à resistência insulínica, dificultando o emagrecimento mesmo com alimentação equilibrada.

CONSIDERAÇÕES FUNCIONAIS E INTEGRATIVAS – referências científicas

Testosterona e o Cérebro

1.      Neuroproteção e risco de Alzheimer:

 

O declínio androgênico com o envelhecimento masculino tem sido associado a diversas alterações neurocognitivas. Entre elas, destaca-se o risco aumentado de Doença de Alzheimer (DA). Os níveis de testosterona (T), hormônio androgênico com efeitos neuroprotetores, parecem exercer papel relevante na fisiopatologia da Doença de Alzheimer, por meio da modulação de β-amiloide, inflamação, estresse oxidativo e plasticidade sináptica.


·        Foram incluídos 7 estudos (coortes e casos-controles) envolvendo

1.511 indivíduos.


·        Critérios de inclusão:


o   Homens idosos.


o   Níveis de testosterona mensurados.


o   Diagnóstico clínico de DA definido.


- Principais Resultados

·        Homens com Doença de Alzheimer apresentaram níveis significativamente mais baixos de testosterona total comparados a controles saudáveis.


·        Diferença média padronizada (SMD): -0,41 (IC 95%: -0,62 a -0,19; p < 0,001).


·        Ausência de heterogeneidade estatística relevante (I² = 25.3%), o que reforça a robustez dos achados.

·        Análises de sensibilidade confirmaram a consistência dos resultados.



 Mecanismos Neurobiológicos Propostos


·        Redução da testosterona favorece:


o   Aumento da deposição de β-amiloide.


o   Ativação de vias inflamatórias neuronais.


o   Perda de sinapses e degeneração do hipocampo.


·        Testosterona pode ter papel na preservação da memória e da função executiva, especialmente via ação androgênica no SNC (Sistema Nervoso Central) e conversão local em estradiol.

 



 Implicações Clínicas

 

·        A terapia de reposição androgênica (TRT) poderia ser investigada como estratégia preventiva ou adjuvante na Doença de Alzheimer, com ressalvas quanto aos riscos cardiovasculares e prostáticos.

 


Baixa Testosterona X Idoso X Alzheimer


A comparação entre as pesquisas demonstrou que níveis mais baixos de testosterona estão significativamente associados a um risco aumentado de desenvolvimento da Doença de Alzheimer em homens idosos. Isso sugere um potencial papel fisiopatológico do eixo androgênico na neurodegeneração e pode abrir caminho para novas abordagens terapêuticas e preventivas.


2- Testosterona e o Coração

Testosterona, tradicionalmente conhecida por seus efeitos reprodutivos e androgênicos, tem sido associada de forma controversa ao risco cardiovascular. Enquanto estudos mais antigos sugeriam um possível aumento no risco de eventos cardiovasculares com a terapia de reposição de testosterona, evidências mais recentes, tanto clínicas quanto pré-clínicas, apontam para possíveis efeitos protetores ou moduladores da função cardiovascular e do metabolismo.

a. Testosterona e Doença Arterial Coronária

  • Níveis baixos de testosterona estão associados a maior incidência de placas ateroscleróticas, inflamação vascular e eventos coronarianos.
  • Em modelos animais, a testosterona reduziu a formação de placas ateromatosas e melhorou a função endotelial.

b. Impacto Metabólico

  • A testosterona melhora a sensibilidade à insulina, reduz a adiposidade visceral e modula positivamente o perfil lipídico ( LDL, HDL em alguns contextos).
  • Pacientes hipogonádicos (mau funcionamento das gônadas de pacientes de ambos os sexos - testículos em homens e ovários em mulheres - produzem pouca ou nenhuma quantidade de hormônios sexuais) frequentemente apresentam síndrome metabólica.

c. Inflamação e Função Endotelial (funcionamento normal do endotélio, camada de células que reveste internamente os vasos sanguíneos)

  • Baixos níveis de testosterona estão ligados a aumento de marcadores inflamatórios (IL-6, TNF-α, PCR).
  • A testosterona aumenta a expressão de eNOS (óxido nítrico sintase endotelial) e promove vasodilatação mediada por NO (óxido nítrico), favorecendo a função endotelial.

3. Efeitos Tromboembólicos

  • Preocupações iniciais com trombose e infarto miocárdio relacionadas à terapia de reposição de testosterona não foram confirmadas em estudos mais bem controlados.
  • Em pacientes adequadamente selecionados e monitorados, a TRT não aumentou eventos trombóticos.

 Mecanismos Propostos

  • A testosterona exerce efeitos anti-inflamatórios, antiaterogênicos e vasoprotetores.
  • Modula a expressão de genes lipídicos, angiogênese e homeostase vascular.
  • Atua na reprogramação metabólica do tecido adiposo e muscular.


 Implicações Clínicas

  • A deficiência de testosterona pode representar um fator de risco cardiovascular independente.
  • A terapia de reposição de testosterona pode ser benéfica em homens hipogonádicos com risco cardiovascular, desde que bem monitorada.
  • A abordagem deve ser individualizada, evitando TRT em pacientes com histórico recente de infarto agudo do miocárdio, trombose venosa profunda ou câncer de próstata ativo.

- Risco cardiovascular e reposição fisiológica:

A terapia de reposição de testosterona (TRT) tem sido amplamente utilizada para tratar sintomas do hipogonadismo em homens, incluindo fadiga, baixa libido, perda de massa muscular e disfunção erétil. No entanto, o impacto cardiovascular da TRT permanece controverso, especialmente em homens idosos com comorbidades cardiometabólicas.

Dada a prevalência crescente de hipogonadismo e o uso expansivo de testosterona, compreender os riscos e benefícios cardiovasculares dessa terapia é fundamental para a prática clínica cardiológica.

Segundo Dr. Adriano Faustino estudos analisaram criticamente evidências clínicas sobre os efeitos da testosterona no sistema cardiovascular, incluindo:

  • Risco de infarto do miocárdio (IAM)
  • Acidente vascular cerebral (AVC)
  • Arritmias
  • Trombose venosa profunda (TVP)
  • Aterosclerose e função endotelial
  • Metabolismo lipídico e inflamação

Conclui-se que os dados atuais não sustentam a associação entre terapia de reposição de testosterona e aumento de risco cardiovascular, pelo contrário, níveis baixos de testosterona parecem estar relacionados a maior risco CV. Esses estudos oferecem evidência sólida de que a testosterona, em níveis fisiológicos e bem monitorada, atua como:

  • Neuroprotetora
  • Cardioprotetora


Conclusão

O Dr. Adriano Faustino destaca que a testosterona é um marcador vital da saúde global. Seu equilíbrio influencia energia, humor, desempenho, autoestima e longevidade. 

Tratar o desequilíbrio hormonal não é sobre vaidade. É sobre restaurar o bem-estar, prevenir doenças e permitir que o corpo funcione em seu melhor potencial”, afirma o médico.

 

Dr. Adriano Faustino - Médico graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); ● Formação em Geriatria, Nutrologia (ABRAN), Medicina Funcional, Fisiologia Hormonal e Oncologia Integrativa; ● Título de Especialista em Medicina Legal e Perícias Médicas; ● Médico legista no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte; ● Coordenador do Ambulatório de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital Regional de Betim; ● Foi Médico Diretor de Urgência e Emergência da Prefeitura de Betim 2012-2014. ● Professor universitário nas áreas de Medicina Legal, Anatomia Médica, Primeiros Socorros e Legislação Médica; ● Professor de Pós-Graduação na Fundação Unimed e no Mestrado em Saúde da Faculdade de Direito Milton Campos (MG); ● Diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Longevidade (SBML) e da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade (SBEMO); ● Idealizador do Programa Saúde Máxima e do Protocolo de Medicina Investigativa, já ajudou milhares de pacientes a transformarem suas vidas com diagnósticos precisos e abordagens terapêuticas baseadas em ciência de ponta, estilo de vida, alimentação e intervenções personalizadas; ● Desenvolveu também o Protocolo C.A.U.S.A. – Câncer, Autocuidado, Unidade, Saúde e Ação; ● Pregador e professor de Escola Bíblica Dominical desde 2001; ● Autor do livro Cientificamente Divino – Princípios bíblicos e científicos para uma saúde máxima, publicado pela Editora Vida



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