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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Vontade de Comer Tijolo, Gelo ou Areia Durante a Gravidez? Entenda o Que Está Por Trás Desses Desejos Peculiares


 Durante a gravidez, o corpo feminino passa por transformações surpreendentes e complexas, mas algumas mudanças podem parecer, no mínimo, estranhas. Desejos incomuns, como vontade de comer tijolo, gelo, areia ou até mesmo sabão, são comportamentos mais comuns do que se imagina e têm explicações que vão além da curiosidade. Se você ou alguém próximo já experimentou isso, saiba que essa condição tem nome: pica.

 

O que é o distúrbio alimentar pica?

O termo pica se refere ao desejo persistente de ingerir itens não alimentares. Embora possa ocorrer em qualquer pessoa, é mais frequente durante a gestação. Esses comportamentos, aparentemente inusitados, podem ser uma forma de o corpo sinalizar deficiências nutricionais ou alterações hormonais que acompanham a gravidez. 

A Dra. Isabel Botelho, obstetra e ginecologista, explica que “o pica não é apenas uma curiosidade ou algo sem importância. Ele pode ser um sinal de que algo não está funcionando como deveria no organismo da gestante.”

 

Por que isso acontece na gravidez?

Os motivos que levam ao desenvolvimento do pica durante a gravidez ainda estão sendo estudados, mas há hipóteses bastante sólidas: 

  • Deficiência de ferro ou zinco: A anemia ferropriva é uma das principais condições associadas ao pica. Gestantes têm uma maior demanda por ferro devido ao aumento do volume sanguíneo e às necessidades do bebê. 
  • Alterações hormonais: Os hormônios da gravidez podem influenciar os sentidos de gosto e cheiro, gerando desejos incomuns. 
  • Aspectos emocionais: Estresse, ansiedade ou até fatores culturais podem ter influência. 

Curiosamente, a ingestão de itens como gelo (um dos desejos mais comuns) pode ser uma tentativa inconsciente de aliviar sintomas da anemia, como cansaço e boca seca. 

 

Os riscos para a mãe e o bebê

Embora a vontade de consumir esses itens possa parecer inofensiva, ceder a esses desejos pode trazer riscos sérios à saúde: 

  • Intoxicação: Consumir materiais como areia ou tijolo pode expor a mãe a substâncias tóxicas ou contaminantes. 
  • Lesões gastrointestinais: A ingestão de objetos duros ou abrasivos pode causar danos ao sistema digestivo. 
  • Impacto nutricional: O consumo de itens não alimentares pode interferir na absorção de nutrientes essenciais. 

Dra. Isabel reforça: “É importante que a gestante procure ajuda ao sentir esses desejos, para que possamos investigar as causas e tratar qualquer deficiência subjacente.”

 

Como diagnosticar e tratar o pica?

O diagnóstico do pica é clínico e baseia-se na avaliação cuidadosa dos sintomas relatados pela gestante. Os exames de sangue podem identificar deficiências nutricionais, como baixos níveis de ferro, zinco ou outros nutrientes. 

O tratamento é multidisciplinar, podendo incluir:

  • Reposição nutricional: Suplementação de ferro, zinco e vitaminas essenciais. 
  • Acompanhamento psicológico: Identificar e tratar fatores emocionais que possam contribuir. 
  • Orientação nutricional: Garantir uma dieta equilibrada e rica em alimentos que atendam às demandas da gravidez.

 

Um corpo que se comunica

Para muitas mulheres, o pica pode ser desconfortável de admitir, mas entender que isso é um sinal de que o corpo está pedindo ajuda é fundamental. A gestação é um período de cuidado integral e individualizado, onde cada sintoma deve ser valorizado. 

Dra. Isabel Botelho conclui: “Nenhum sintoma deve ser ignorado. Cada gesto do corpo é uma forma de comunicação que merece atenção e cuidado.”

 

Quando procurar ajuda?

Se você está grávida e percebe uma vontade persistente de consumir itens não alimentares, é essencial buscar orientação médica. A consulta com um obstetra pode não apenas esclarecer dúvidas, mas também prevenir complicações para você e seu bebê. 

 

 
Dra. Isabel Botelho - Obstetra e Ginecologista – CRM 150.205/RQE 69.069 - Com uma abordagem humanizada, empática e comprometida, Dra. Isabel Botelho é especialista em acompanhar mulheres em todas as fases de suas vidas, com destaque para a gestação. Seu trabalho foca em proporcionar uma experiência de gravidez sem medos e sem segredos, esclarecendo dúvidas e oferecendo suporte integral às suas pacientes. Reconhecida por sua dedicação e cuidado, transforma cada consulta em um momento de acolhimento, garantindo que cada mulher se sinta informada, segura e plenamente assistida.



Trabalho voluntário ajuda na saúde e bem-estar? Especialista responde!

No Dia Internacional do Voluntário, celebrado na quinta-feira (5), psicóloga do CEJAM aponta os benefícios da prática

 

Trabalhar sem receber nenhum retorno financeiro parece loucura? À primeira vista, sim, mas estudos indicam que a prática do voluntariado traz benefícios significativos para o bem-estar emocional e psicológico.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, em 2022, aproximadamente 7,3 milhões de brasileiros participaram de atividades voluntárias, o que corresponde a 4,2% da população com 14 anos ou mais. 

Especialistas destacam que o ato de ajudar os outros, sem esperar nada em troca, fortalece o senso de pertencimento e pode ajudar a ocupar a mente e amenizar possíveis sintomas de solidão, depressão e ansiedade. 

"É clichê, mas, ao ajudarmos os outros, também nos beneficiamos. O voluntariado nos faz sentir úteis, eleva nossa autoestima e proporciona uma sensação gratificante de contribuição para algo maior", afirma Ana Paula Ribeiro Hirakawa, psicóloga que atua no CER IV M'Boi Mirim, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. 

A especialista explica que esse tipo de ação também pode melhorar a autoestima, pois, ao ajudar alguém, é possível enxergar o impacto causado na vida do outro. Isso, por sua vez, potencializa sentimentos de confiança e de autoconhecimento, além de proporcionar um propósito maior para o dia a dia. 

Conhecer histórias diferentes ajuda, ainda, a entender melhor o mundo e a valorizar o que já se tem, exercitando, assim, a gratidão. O voluntariado também aproxima as pessoas e cria conexões específicas, gerando um sentimento de pertencimento a um grupo. 

“Para o ser humano, que é, por natureza, um ser social, é importante participar de um grupo ou comunidade. Grupos que ajudam pessoas, o meio ambiente e os animais, por exemplo, podem unir interesses comuns, criando e fortalecendo vínculos. A partir dele, é possível criar grandes amizades”, reforça a profissional. 

O melhor é que esse tipo de trabalho pode ser praticado em todas as idades, sendo positivo de diferentes formas em cada fase da vida. Para adolescentes, ele pode ser uma oportunidade de aprendizado e descoberta de novos interesses. Normalmente, esse engajamento começa junto com a família ou na própria escola.

Enquanto para os adultos pode representar uma pausa na rotina agitada e uma forma de se reconectar com valores importantes que, muitas vezes, são deixados em segundo plano. 

Os idosos podem encontrar no voluntariado uma maneira de se manterem ativos e ampliar o contato social. Além disso, esse compromisso reforça o sentimento de utilidade e contribuição para a sociedade. É o caso de Rita de Cássia Leitão, 68. 

Há um ano e meio, ela se tornou voluntária do programa CEJAM Solidário, do Instituto CEJAM, participando semanalmente da entrega de leite para crianças e idosos em situação de vulnerabilidade social. 

A voluntária passou boa parte da vida cuidando de familiares: um irmão que sofria de alcoolismo, a mãe diabética e, mais tarde, o seu pai. Após a perda dos três, dedicou-se a cuidar de dois sobrinhos. No entanto, conforme eles cresceram, ela foi perdendo o propósito que sempre a motivou. 

“Eu estava desanimada, mas encontrei pessoas que aceitaram todo o amor e a vontade de ajudar que eu tinha para oferecer. Essas pessoas eram simples, humildes e necessitadas de carinho e apoio”, conta.
 

Como se tornar um voluntário no Instituto CEJAM?

O Instituto CEJAM, que coordena as ações de responsabilidade socioambiental do CEJAM, possui um programa de voluntariado aberto ao público em geral. Até o momento, são mais de 900 pessoas cadastradas. Desde o início deste ano, já foram realizadas aproximadamente 400 ações, beneficiando mais de 58 mil pessoas. 

Atualmente, são oferecidas seis vertentes de voluntariado, que incluem saúde da mulher, através do programa CEJAM Mulher; educação e inclusão produtiva, com o programa CEJAM Conecta; cultura e qualidade de vida, pelo programa Vitalidade; apoio socioassistencial, com o programa CEJAM Solidário; e ecoeficiência, gerenciamento ambiental e consciência ecológica, com o CEJAM Ambiental e apoio do Programa Ambientes Verdes e Saudáveis ​​(PAVS), em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. 

"Ainda é possível atuar nas unidades de saúde administradas pelo CEJAM, através de atividades como palhaçaria, musicoterapia, capelania, oficinas de artesanato, contação de histórias, cuidado de hortas, entre outros. Também há oportunidades para apoiar eventos e ações pontuais. A pessoa interessada pode escolher o pilar que mais se identifica e seguir", acrescenta Marceli Fradeschi Pereira, gerente de Responsabilidade Socioambiental do Instituto. 

Além de capacitação, são oferecidos suporte, formação e diversas oportunidades para que os voluntários possam se desenvolver e se fortalecer cada vez mais em projetos socioambientais. 

Aos interessados, basta entrar em contato com o Instituto CEJAM pelo e-mail voluntariado@cejam.org.br ou pelo WhatsApp (11) 95912-0035.

 



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial



Estudo revela ligação entre saúde bucal e aceleração dos sintomas do Alzheimer

  

Especialistas alertam sobre a importância da higiene oral para prevenção de doenças neurodegenerativas 

 

Pesquisas recentes apontam uma relação preocupante entre a falta de cuidados com a higiene bucal e o avanço de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. De acordo com a Dra. Sandra Sapienza, cirurgiã-dentista especializada em promoção da saúde e adepta do Protocolo GBT (Guided Biofilm Therapy) da EMS (Electro Medical System), inflamações orais crônicas, como a periodontite, podem aumentar significativamente o risco de progressão da doença.
 

“Estudos indicam que a periodontite, uma inflamação gengival grave, está associada ao aumento dos marcadores inflamatórios no corpo, impactando diretamente o sistema nervoso central”, explica a especialista. Entre as bactérias envolvidas, a Porphyromonas gingivalis, comum em casos de periodontite, foi identificada em cérebros de pacientes com Alzheimer, evidenciando a conexão entre essas condições. Desde 1992, mais de 450 estudos publicados na base de dados PUBMED reforçam essa ligação entre saúde bucal e doenças neurodegenerativas.
 

Além disso, os estudos de Sim K. Singhrao revelam que bactérias como P. gingivalis e Treponema denticola estão envolvidas em danos cerebrais, favorecendo inflamações sistêmicas que comprometem a memória, aumentam o risco vascular e alteram os níveis de inflamação no corpo, como a proteína C reativa (PCR). Esses dados são preocupantes, mas a boa notícia é que a periodontite é um fator de risco modificável.
 

“Manter a saúde bucal em dia, adotando práticas preventivas, como o uso de tecnologias avançadas para remoção de biofilme oral pode ajudar a retardar o aparecimento dos sintomas”, afirma a Dra. Sapienza. Ela destaca o protocolo Guided Biofilm Therapy (GBT), que é uma solução moderna e eficaz para o tratamento da periodontite.
 

A GBT e outros protocolos integrativos reconhecidos já disponíveis em consultórios odontológicos, oferecem uma abordagem eficiente para remover bactérias e reduzir a inflamação. “Esse protocolo garante uma limpeza oral profunda e confortável, e é um método eficaz para prevenir o agravamento de inflamações que podem impactar negativamente a saúde cerebral”, explica a Dra. Sapienza.
 

A EMS, empresa suíça de dispositivos médicos, tem apoiado iniciativas que promovem a importância da saúde bucal para a prevenção de doenças sistêmicas, como o Alzheimer. Gislaine Sachetti, Dental & Medical LATAM Education & Marketing Manager da EMS, ressalta que “ao investirmos em tecnologias como o GBT, conseguimos integrar saúde bucal e bem-estar geral, ajudando a população a prevenir tanto problemas dentais quanto condições mais graves”.
 

Para pacientes e cuidadores, a mensagem é clara: cuidar da saúde bucal é um passo essencial na prevenção de doenças inflamatórias crônicas e neurodegenerativas. Pequenas mudanças na rotina de cuidados bucais podem trazer grandes benefícios, contribuindo para a saúde geral e cerebral, retardando o aparecimento de sintomas e garantindo uma melhor qualidade de vida.
 

Para mais informações, acessar as clínicas certificadas através do GBT Finder e mais detalhes no GBT Passo a Passo.

 

 

Dra. Sandra Sapienza - Cirurgiã-Dentista graduada pela UNESP, com especialização em promoção da saúde pela Faculdade de Saúde Pública de São Paulo. Com uma abordagem integrativa, ela combina técnicas tradicionais de odontologia com terapias complementares como: Yoga, Ozonioterapia e Laserterapia e outras. Speaker da EMS (Electro Medical System), Dra. Sandra é uma referência no cuidado da saúde bucal, unindo ciência e bem-estar em suas práticas odontológicas.



SEM

Electro Medical System

 

Referências de Estudo

1 - Mecanismos locais e sistêmicos que ligam doença periodontal e comorbidades inflamatórias
2021 jan 28,Nat Rev Imunol
Jorge Hajishengallis1 e Triantafyllos Chavakis2


2 - O Papel da Periodontite e das Bactérias Periodontais no Início e Progressão da Doença de Alzheimer: Uma Revisão Sistemática
2020 fev 11, J Clin Med
Mário Dioguardi,1,* Vito Crincoli,2 Luigi Laino,3 Mário Alovisi,4 Diego Sovereto,1 Filiberto Mastrangelo,1 Lúcio Lo Russo,1 e Lorenzo Lo Muzio1

3 - Doença de Alzheimer e periodontite - uma ligação elusiva
Rev Assoc Med Bras (1992) 2014 Mar-Abr; 60(2):173-80.
Abhijit N Gurav 1

4 - IL-1β e TNF-α desempenham um papel importante na modulação do risco de periodontite e doença de Alzheimer 2023
Raquel Pei-Hsuan Wang 1, Jianpan Huang 2, Kannie Wai Yan Chan 2, Wai Keung Leung 3, Tetsuya Goto 4, Yuen-Shan Ho 5, Raimundo Chuen-Chung Chang 6 7

5 - Um melhor manejo da doença periodontal pode retardar o início e a progressão da doença de Alzheimer?
2017; J.Alzheimers Dis.
PMID:28453484 DOI:10.3233/JAD-170046
Alice Harding, Sarita Robinson, São João Crean,Sim K Singhrao

6 - Avaliação do papel de Porphyromonas gingivalis na periodontite para determinar uma relação causal com a doença de Alzheimer
J Microbiol Oral. 2019; 11(1): 1563405.
Publicado online 2019 Jan 29.DOI:10.1080/20002297.2018.1563405
Sim K. Singhraoum e Ingar Olsenb

7 - Periodontite como Fator de Risco para a Doença de Alzheimer: A Jornada Experimental Até Agora, com Esperança de Terapia
Adv Exp Med Biol
2022:1373:241-260.
DOI: 10.1007/978-3-030-96881-6_13
Alice Harding 1, Shalini Kanagasingam 1, Ricardo Welbury 1, Sim K Singhrao 2

8 - Avaliação do papel de Porphyromonas gingivalis na periodontite para determinar uma relação causal com a doença de Alzheimer.
J Microbiol Oral. 2019; 11(1): 1563405.
Publicado on line 2019 Jan 29 DOI:10.1080/20002297.2018.1563405
Sim K. Singhraoum e Ingar Olsenb

9 - Associação entre Periodontite e Doença de Alzheimer 2015

10 - Porphyromonas gingivalis é um forte fator de risco para a doença de Alzheimer
J Alzheimer Dis Rep14 dez 2020; 4(1):501-511.
DOI: 10.3233/ADR-200250.
Shalini Kanagasingam 1, Sasanka S Chukkapalli 2, Ricardo Welbury 1, Sim K Singhrao 1

11 - Aspectos Recentes da Periodontite e Doença de Alzheimer - Uma Revisão Narrativa
Int J Mol Sci.23 fev 2024; 25(5):2612.
DOI: 10.3390/ijms25052612
PMID: 38473858


PMCID:PMC10931712DOI:10.3390/ijms25052612

Dominika Cichońska 1, Magda Mazuś 2, Aida Kusiak 1



A volta do HIV: Um desafio para a nova geração

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), causador da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), foi uma das maiores crises de saúde pública do final do século XX. Embora os avanços na medicina tenham transformado o diagnóstico em algo mais controlável, a doença ainda persiste como uma ameaça significativa, especialmente entre jovens. O aumento recente de infecções reflete um cenário preocupante, marcado por falta de conhecimento, adoção de práticas sexuais livres e relaxamento nas práticas preventivas. Para a geração atual, compreender o HIV e lidar com ele de forma eficaz é mais urgente do que nunca.

O Vírus HIV infecta as células do sistema imunológico que são importantes na produção de anticorpos, os Linfócitos T, fazendo com que essas células infectadas morram e consequentemente a resposta imune contra qualquer outra doença infecciosa por vírus, bactérias etc., sejam comprometidas. Portanto, ninguém morre de AIDS propriamente dito, mas das consequências de um sistema imunológico altamente debilitado pelo vírus HIV. A dificuldade de produção de vacinas eficientes deve-se a vários fatores, dentre eles a alta capacidade de mutação do vírus produzindo variantes distintas que se espalharam pelo mundo. A origem mais provável da AIDS em humanos é a mutação de um vírus similar ao HTLV em primatas que infectaram humanos dando origem ao HIV.

Muitos acreditam que o HIV deixou de ser uma ameaça grave. Essa percepção, em parte, surge devido ao avanço de tratamentos como os antirretrovirais e a profilaxia pré-exposição (PrEP), que previnem a infecção. No entanto, essas ferramentas, por si só, não resolvem o problema. Pelo contrário, podem gerar a falsa sensação de que há cura para a doença, o que não é verdade. É fundamental que tais medidas, venham acompanhadas de educação e conscientização contínuas. 

Outro desafio é o estigma que ainda envolve a doença. A desinformação e o preconceito dificultam o acesso ao diagnóstico e ao tratamento, sobretudo para jovens. Em contextos de relações sexuais casuais, o aumento de parceiros sexuais, onde o uso de preservativos vem diminuindo, a vulnerabilidade aumenta. Além disso, muitos subestimam o risco de infecção, agravando o cenário.



Estratégias para enfrentar o HIV

1.Educação e conscientização
O conhecimento é uma das armas mais eficazes contra o HIV. Programas de educação sexual devem incluir informações claras sobre como o vírus é transmitido, como preveni-lo e a importância de detectar a infecção precocemente. Precisamos voltar a falar da AIDS nas escolas, universidades e plataformas digitais que podem desempenhar um papel central na disseminação de informações corretas à população.

2.Práticas sexuais seguras
Reduzir o número de parceiros sexuais e o uso do preservativo ainda são métodos mais confiáveis para prevenir o HIV e outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). A introdução da profilaxia pré-exposição (PrEP) e o avanço no tratamento com antirretrovirais criaram uma falsa sensação de segurança. Embora sejam ferramentas poderosas, essas medidas precisam ser acompanhadas por campanhas de conscientização e educação contínuas. É essencial garantir que essas alternativas sejam amplamente acessíveis e bem compreendidas.

3.Infecção por contato sanguíneo e transfusão de sangue
A infecção por contato sanguíneo é uma das formas de transmissão de diversas doenças infecciosas, incluindo o HIV, hepatites B e C, e outras infecções virais ou bacterianas. Essa via de transmissão ocorre quando o sangue contaminado entra na corrente sanguínea de outra pessoa, seja por transfusão, doação de órgãos, compartilhamento de instrumentos cortantes ou acidentes envolvendo materiais perfurocortantes. É preciso conscientizar os profissionais da saúde, para que sejam rigorosos com as normativas técnicas estabelecidas pelos órgãos reguladores de saúde, quanto a técnicas, diagnósticos e manuseio de materiais biológicos em unidades de saúde e laboratórios. Profissionais mal treinados, por exemplo, podem pôr em risco muitas pessoas. Temos um caso recente disso!

4.Incentivo ao teste e ao tratamento
Realizar testes regulares é crucial para detectar o HIV precocemente. O diagnóstico rápido permite iniciar o tratamento antirretroviral, que pode reduzir a carga viral a níveis indetectáveis, impedindo a transmissão do vírus. O autocuidado deve incluir exames regulares e, quando necessário, adesão ao tratamento.

5.Combate ao estigma
Ainda hoje, muitas pessoas evitam buscar diagnóstico ou tratamento por medo do preconceito. Desafiar estigmas é um passo importante para promover a aceitação e criar um ambiente em que aqueles que vivem com HIV possam receber apoio. A nova geração tem um papel fundamental em transformar essa narrativa, promovendo empatia e inclusão.

A ciência continua avançando na busca por soluções definitivas para o HIV. Enquanto isso, é possível contar com uma série de recursos que ajudam a controlar a doença e prevenir sua disseminação. A combinação de educação, acesso à saúde e políticas públicas eficazes podem transformar a forma como lidamos com o vírus.

O aumento das infecções por HIV entre os jovens serve como um alerta. A nova geração tem o poder de mudar essa realidade por meio de informação, prevenção e empatia. Encarar o HIV com seriedade e responsabilidade é essencial para reduzir o número de casos e eliminar o estigma que cerca a doença.

A erotização da sociedade, intensificada por meios de comunicação, redes sociais e a cultura do consumo, tem impacto direto na disseminação de informações sobre sexualidade e saúde, incluindo a prevenção da AIDS. Ao mesmo tempo em que promove maior liberdade sexual, essa erotização muitas vezes prioriza o prazer imediato em detrimento de práticas seguras, como o uso de preservativos. Isso pode levar ao aumento do comportamento de risco, especialmente entre jovens, que são mais influenciados por padrões midiáticos e menos expostos a uma educação sexual abrangente.

  



Dr. Anderson Dias Cezar - Biólogo, Parasitologista, Professor e Coordenador da Pós-graduação da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio

Dezembro Laranja

A Campanha Nacional que Salva Vidas na Luta contra o Câncer de Pele tem Palestras e rastreamento de lesões suspeitas gratuitas

 

Dezembro Laranja é uma campanha de conscientização sobre o câncer de pele, criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O objetivo é prevenir e detectar precocemente o câncer de pele, o tipo de tumor mais comum no Brasil. A cor laranja foi escolhida para a campanha por remeter à cor do sol e dos corpos bronzeados, símbolos do verão que começa em dezembro no hemisfério sul. 

A campanha busca aumentar a conscientização da população sobre os sinais e sintomas do câncer de pele por meio de vídeos, pôsteres e informativos, além de incentivar consultas preventivas com dermatologistas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 175 mil novos casos de câncer de pele anualmente, o que representa 1 em cada 4 diagnósticos de câncer. 

Existem três tipos principais de câncer de pele: carcinoma basocelular (CBC), carcinoma espinocelular (CEC) e melanoma. O CBC é o mais comum e tem baixo potencial de metástase, enquanto o CEC apresenta maior probabilidade de se espalhar. O melanoma, embora menos frequente, é o mais agressivo e representa aproximadamente 8,4 mil novos casos anuais, sendo responsável por uma alta taxa de mortalidade devido à sua capacidade de metástase. 

Estudos mostram que os casos de câncer não-melanoma aumentam em 5% a cada grau Celsius a mais na temperatura. Entre os fatores que contribuem para o aumento dos casos estão a diminuição da camada de ozônio, o aumento da temperatura global e a poluição atmosférica. A radiação ultravioleta (UV) causa mutações no DNA das células da pele, levando ao crescimento desordenado e formação de tumores. 

De acordo com a Dra. Simone Neri, médica com formação em Dermatologia e Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil, respondendo por 30% dos tumores malignos registrados. “A fase em que o câncer é descoberto é crucial para o sucesso do tratamento. Melanomas diagnosticados no início têm mais de 90% de taxa de cura, enquanto tumores com mais de 4 milímetros de espessura têm uma taxa de sobrevivência em cinco anos abaixo de 50%”, explica. 

A Dra. Simone Neri lidera a campanha Dezembro Laranja na cidade de Osasco há quatro anos consecutivos. Em 2021, a Dra. Simone uniu forças com a Secretaria da Saúde de Osasco para avaliar casos suspeitos de câncer de pele que aguardavam avaliação há mais de dois anos. Desde então, ela realizou 434 atendimentos gratuitos, 124 cirurgias de biópsia e remoção de tumores, e treinou mais de 200 profissionais de saúde básica no rastreamento de lesões suspeitas.

Em 2024, a Dra. Simone iniciou a criação de uma Organização de Saúde sem fins lucrativos para viabilizar o atendimento totalmente gratuito da população com suspeita de câncer de pele, o Instituto Casa Neri. Para 2025, ela planeja expandir a assistência nas comunidades, buscando apoio financeiro e institucional para transformar a Casa Neri em uma referência em assistência à saúde. 

Para a Campanha do Dezembro Laranja deste ano, a Dra. Simone irá ministrar uma série de palestras juntamente com ações de rastreamento de lesões suspeitas na pele. Para participar basta se inscrever no link https://encurtador.com.br/vvGnm. Abaixo seguem as datas, horários e locais:

 

Palestras e rastreamento de lesões suspeitas:

Dia 05/12, às 14h – Senac Osasco

Lançamento Campanha Dezembro Laranja (somente palestra)

R. Dante Batiston, 248 - Centro, Osasco

 

Dia 06/12, às 19h – Igreja Rio D´Água Viva

Palestra – entrada livre

Rastreamento de lesões suspeitas de câncer de pele nos participantes inscritos

Passagem Venâncio da Silvia, 114 - Helena Maria, Osasco

 

Dia 07/12, às 13h – Protetoras do Bem

Palestra – entrada livre

Rastreamento de lesões suspeitas de câncer de pele somente para os participantes inscritos

Av. Diretriz, 464 - Jardim Mutinga, Barueri – Divisa com Jd. Munhoz Jr., Osasco

 

Dia 09/12, às 9h – Casa do Migrante

Palestra – evento fechado

Rua Iolando Savioli, 117 – Jd. Carmel – Cotia

 

Dia 13/12, às 15h – Cotolengo

Palestra – evento fechado

Rodovia Raposo Tavares KM 25,5 – Granja Viana

 

Dia 14/12, às 14h – Igreja Assembleia de Casa da Benção

Palestra – entrada livre

Rastreamento de lesões suspeitas de câncer de pele somente para os participantes inscritos

Av. Padre Guerino Ricciotti, 389 - Vila Menck, Osasco 

 

Inscreva-se pelo Link: https://encurtador.com.br/vvGnm

 

Dr. Adalho Fregona alerta sobre os cuidados com a alimentação e com dietas malucas no fim de ano

 Segundo o médico, dietas malucas podem causar desidratação, fraqueza muscular, queda de cabelo, insônia e até problemas hormonais e metabólicos. Dr. Adalho dá dicas de como curtir as festas fazendo escolhas inteligentes  

 

Com a chegada das festas de fim de ano, o verão e a expectativa para o Carnaval, muitas pessoas se apostam em uma verdadeira corrida contra o tempo para emagrecer e se sentirem mais confortáveis com sua aparência. Contudo, práticas como dietas extremas e restrições severas podem trazer sérios riscos à saúde, alerta o Dr. Adalho Fregona, médico especialista em emagrecimento. 

Segundo o Dr. Adalho, dietas que eliminam grupos alimentares inteiros ou impõem restrições calóricas severas podem gerar consequências graves. "Dietas malucas podem causar desidratação, fraqueza muscular, queda de cabelo, insônia e, em casos mais graves, problemas hormonais e metabólicos. Isso acontece porque o corpo entra em modo de ‘sobrevivência’ diante de tanta privação, comprometendo funções essenciais. E tem mais, quando a dieta termina, há um grande risco de recuperar o peso perdido, o famoso efeito sanfona”, explica o médico. 

Além disso, a tão desejada perda de peso rápida frequentemente não reflete a eliminação de gordura. “Na maioria das vezes, o peso perdido vem principalmente de água e massa magra. Isso significa que, além de ser prejudicial, essas dietas não entregam o resultado que prometem a longo prazo”, alerta o médico que também afirma: “outro problema comum é o efeito sanfona. Quando a dieta acaba, o peso perdido é facilmente recuperado, gerando um ciclo frustrante e prejudicial ao organismo.” 

Mas, nem tudo está perdido. Dr. Adalho sugere que o equilíbrio precisa ser a chave para aproveitar as festas sem prejudicar a saúde, por isso, é bom colocar em prática estratégias valiosas para manter o controle durante essa época festiva, a começar pelo planejamento. “Se você sabe que terá uma festa à noite, opte por refeições leves e equilibradas durante o dia. Inclua proteínas, fibras e gorduras boas para evitar exageros.” 

Segundo o médico, outra estratégia que parece simples, mas é de singular importância é fazer escolhas inteligentes. “Durante as ceias, prefira alimentos mais saudáveis, como proteínas magras e saladas. No momento da sobremesa, selecione uma ou duas opções favoritas em vez de experimentar todas”. 

Embora o final de ano seja um momento de celebrações, é preciso ter moderação com álcool. “Bebidas alcoólicas podem ser altamente calóricas e estimular o apetite. Recomendo alternar entre o consumo de álcool e água para se hidratar e reduzir os excessos.” 

Entretanto, o médico adianta: se houver um exagero em um dia, compense no próximo com alimentação mais leve e bastante hidratação, não é preciso se sentir culpado. “É importante praticar o comer consciente. “Nosso cérebro precisa de cerca de 20 minutos para registrar a saciedade. Durante as festas, experimente comer mais devagar, aprecie a comida e aproveitar cada sabor”, aconselha. 

“O fim de ano é um momento muito esperado para comemorar, mas isso não precisa ser sinônimo de excesso nem de culpa. O equilíbrio é o segredo para manter o bem-estar físico e mental. Para se preparar para o Carnaval, é preciso fazer boas escolhas agora. As mudanças precisam ser graduais e consistentes, isso vai trazer um resultado sustentável. Cuidar da saúde é o maior presente que podemos nos dar, e isso é possível mesmo durante as celebrações”, finaliza o médico. 


Nova vacina contra doenças pneumocócicas já está disponível no Brasil

 

As doenças pneumocócicas como pneumonia, otite, meningite, sinusite, entre outras podem trazer sérias consequências para a saúde. Uma das formas de evitá-las é mantendo a caderneta de vacinação atualizada. Com o objetivo de ampliar a proteção da população, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da vacina pneumocócica 20 valente conjugada que atua contra 20 sorotipos da doença, uma versão atualizada Pneumo 13, que protege contra 13. Segundo o Dr. Fábio Argenta, diretor médico da Saúde Livre Vacinas, a ampliação do espectro de proteção da Pneumo 20 representa uma evolução crucial na prevenção de doenças que continuam sendo uma das principais causas de internações e óbitos no Brasil. "Com o novo imunizante, conseguimos oferecer uma proteção mais abrangente e personalizada, especialmente para os grupos mais vulneráveis, como crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades", destaca o especialista.

O médico conta que a introdução de vacinas mais modernas reflete avanços na ciência e na resposta às necessidades epidemiológicas do momento. "Os novos sorotipos incluídos na Pneumo 20 são especialmente relevantes para o Brasil, onde a circulação de alguns desses tipos tem impacto significativo na saúde pública", explica.

Para saber se atende ao perfil para receber o imunizante, o profissional orienta:

Converse com um especialista: A indicação da Pneumo 20 depende do histórico vacinal e das condições de saúde do paciente.

Mantenha o calendário atualizado: Para crianças, a imunização pneumocócica é essencial nos primeiros anos de vida; para adultos, reforços podem ser recomendados.

Cuide da saúde geral: A vacinação é parte de um conjunto de medidas preventivas, como alimentação saudável e prática de exercícios.

A nova vacina não apenas protege mais pessoas contra doenças pneumocócicas, mas também representa um passo importante na conscientização sobre a importância da prevenção em todas as etapas. "Investir em vacinação é investir em qualidade de vida, reduzindo complicações, internações e promovendo mais saúde para a população como um todo", finaliza

  

Saúde Livre Vacinas


Brasil é o 2º no ranking mundial em cirurgias plásticas; especialização é fator essencial ao buscar profissional

Levantamento mostra que cerca de 12 mil médicos sem especialização realizam esse tipo de procedimento, o que põe em risco a vida dos pacientes

 

Dados da pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS) colocam o Brasil em segundo lugar no ranking de países que mais realizam cirurgias plásticas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Para valorizar os especialistas que atuam nessa atividade, em 7 de dezembro é celebrado o Dia do Cirurgião Plástico, data que remete à fundação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 1948. 

“A SBCP é a responsável pelas diretrizes que guiam a atuação dos profissionais da área e pela titulação dos cirurgiões plásticos, após o cumprimento de algumas exigências, entre elas dois anos de especialização em cirurgia geral e três anos em cirurgia plástica, em instituições de ensino reconhecidas pelo Ministério da Educação e pela entidade, que realiza um trabalho extremamente sério”, comenta o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal. 

Além de enaltecer o trabalho dos cirurgiões plásticos, a data também serve de alerta para os riscos das cirurgias e procedimentos estéticos realizados por não especialistas. De todas as especialidades da medicina, a cirurgia plástica é a que exige maior tempo de formação – são cerca de 11 anos. Na especialização em cirurgia plástica, por exigência da lei, é preciso que 85% do programa seja voltado a cirurgias reparadoras e 15% voltado à estética. “Isso reforça a preocupação em se formar bons cirurgiões plásticos, aptos a atuarem com responsabilidade e destreza”, afirma Canal.

 

Dados

O trabalho do cirurgião plástico vai muito além da estética; envolve o tratamento de problemas congênitos e de reparação, que pode promover a mudança na aparência física da pessoa, o que faz com que ela fique satisfeita com a própria imagem. Esse especialista está apto para operar seios, glúteos, abdômen, mãos e rosto, entre outras partes do corpo. “Ao longo desses anos à frente da Anadem, percebi que os cirurgiões que mais se destacaram foram aqueles que tiveram mais sensibilidade com os seus pacientes para entender o que realmente eles precisavam. Com isso, trataram não apenas a saúde física, mas também a psicológica. E isso faz muita diferença”, afirma o especialista em Direito Médico. 

De acordo com uma estimativa da SBCP, mais de dois milhões de pessoas realizaram procedimentos cirúrgicos em 2023 no Brasil. Já em 2018, no último levantamento, a média foi de 1,5 milhão. Um crescimento de mais de 33%. As mulheres estão na liderança, representando 70% das procuras. Embora o número seja menor, também aumentou a procura por esse tipo de procedimento entre os homens. 

Outro dado que chama a atenção é que, em um período de cinco anos, as cirurgias realizadas anualmente no País foram de 5% para 30% (de 72 mil para 276 mil). Entre as principais estão a ginecomastia, que é a redução das mamas, a lipoaspiração, a rinoplastia (cirurgia no nariz) e a blefaroplastia, por meio da qual é retirado o excesso de pele da região dos olhos. 

“O levantamento da SBCP mostra também que cerca de 12 mil médicos sem especialização realizam este tipo de procedimento cirúrgico, o que coloca em risco os pacientes. Por isso, é importante reforçar à população que é preciso checar as credenciais do médico e garantir que ele seja devidamente habilitado”, afirma o presidente da Anadem, ao destacar que muitas pessoas acabam avaliando apenas a questão do preço na hora de fazer uma cirurgia plástica, sem obter mais informações sobre o profissional. “É o famoso ‘barato que sai caro’. Muitos acabam pagando com a própria vida”, conclui.




Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética – Anadem
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Tirzepatida, da Lilly, promove perda de peso superior a semaglutida em adultos com obesidade: 20,2% vs 13,7%

 Os participantes do estudo clínico que usaram tirzepatida perderam 22,8 kg, enquanto os que receberam semaglutida perderam 15 kg


SURMOUNT-5 é um estudo clínico que comparou tirzepatida, único duplo agonista dos receptores GIP e GLP-1, a semaglutida, agonista de receptor GLP-1, em adultos com obesidade e sem diabetes


 

A Eli Lilly and Company anunciou hoje os resultados topline do estudo clínico de fase 3b SURMOUNT-5: tirzepatida promoveu uma perda de peso relativa 47% maior em comparação com a semaglutida. Em média, a tirzepatida levou a uma perda de peso de 20,2%, superior quando comparado a 13,7% de semaglutida i. Após as 72 semanas do estudo, a tirzepatida mostrou-se superior a semaglutida no desfecho primário e em todos os cinco desfechos secundários principais do estudo, que foi realizado com adultos com obesidade ou sobrepeso, sem diabetes, e com pelo menos uma comorbidade relacionada à obesidade.

"Por conta do interesse em torno de medicamentos para o tratamento da obesidade, nós realizamos este estudo para suportar tanto os profissionais de saúde quanto os pacientes, para que possam tomar as decisões de tratamento mais adequadas e baseadas em evidências científicas ", afirma Dr. Leonard Glass, vice-presidente sênior de assuntos médicos globais da área de Cardiometabolismo da Lilly. "Estamos muito animados com os resultados divulgados hoje e que mostram como a tirzepatida ajudou os pacientes a alcançarem 47% a mais de perda de peso relativa em comparação a semaglutida. A tirzepatida é uma classe única de medicamentos e é a primeira aprovada pelo FDA (agência reguladora dos Estados Unidos) com ação dupla nos receptores GIP e GLP-1 para obesidade, e está mudando a forma como milhões de pessoas tratam essa doença crônica", complementa.

Luiz Magno, diretor médico sênior da Eli Lilly do Brasil, conta que, no Brasil, a Lilly aguarda a avaliação regulatória de tirzepatida para o tratamento da obesidade, e os resultados de estudo como o SURMOUNT-5 só reforçam o potencial da molécula para essa indicação. “Temos mais de um bilhão de pessoas que vivem com obesidade no mundo e, no Brasil, um em cada quatro adultos têm obesidade. Essa doença crônica é um grande desafio de saúde pública - temos estudos que mostram mais de 200 complicações relacionadas. Por isso, novos tratamentos com resultados tão positivos são importantes para contribuir para a vida de quem convive com essa doença tão prevalente”, afirma.

Em um desfecho secundário principal do SURMOUNT-5, 31,6% das pessoas que receberam tirzepatida alcançaram perda de peso corporal de, pelo menos, 25% comparado a 16,1% daqueles que receberam semaglutida.

O perfil geral de segurança de tirzepatida no SURMOUNT-5 foi semelhante aos estudos SURMOUNT realizados anteriormente. Os eventos adversos mais comumente relatados no estudo tanto para tirzepatida quanto para semaglutida foram relacionados ao trato gastrointestinal, e em gravidade foram considerados de leves a moderados.

A Lilly continuará a avaliar os resultados do SURMOUNT-5, que serão publicados em um periódico revisado por pares e apresentados em um congresso médico no ano que vem.


Sobre o SURMOUNT-5

SURMOUNT-5 (NCT05822830) foi um estudo multicêntrico, randomizado, aberto, de fase 3b que comparou a eficácia e a segurança de tirzepatida com semaglutida em adultos com obesidade ou sobrepeso com pelo menos uma das seguintes comorbidades: hipertensão, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono (AOS) ou doença cardiovascular, que não tinham diabetes.

O ensaio randomizou 751 participantes nos Estados Unidos e em Porto Rico em uma proporção de 1:1 para receber a dose máxima tolerada (DMT) de tirzepatida (10 mg ou 15 mg) ou semaglutida (1,7 mg ou 2,4 mg). O objetivo principal do estudo foi avaliar a superioridade de tirzepatida em comparação com semaglutida na mudança percentual do peso corporal em relação ao valor basal ao longo de 72 semanas.


Sobre a tirzepatida

A tirzepatida é um duplo agonista dos receptores GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1) com administração subcutânea uma vez por semana. A tirzepatida é uma única molécula que ativa os receptores do corpo para GIP e GLP-1, que são hormônios incretínicos naturais. Tanto os receptores GIP quanto de GLP-1 são encontrados em áreas do cérebro humano importantes para a regulação da fome e apetite. Tirzepatida reduz a ingestão de calorias, e os efeitos provavelmente são mediados pela influência na fome e apetite. Além de demonstrar diminuir a ingestão de alimentos, a tirzepatida atua também na modulação da utilização de gordura no tecido adiposo (tecido gorduroso). Estudos de tirzepatida em doença renal crônica (DRC) e em morbidade/mortalidade na obesidade (MMO) estão em andamento. A Lilly submeteu dados com tirzepatida para apneia obstrutiva do sono (AOS) moderada a grave e obesidade e insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp) e obesidade ao FDA, órgão regulatório dos EUA, e outras agências regulatórias globais neste ano.

No Brasil, a tirzepatida foi aprovada para o tratamento de adultos com diabetes tipo 2 em setembro de 20231. A tirzepatida para o tratamento da obesidade já foi submetida para aprovação regulatória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e a Lilly aguarda sua avaliação.

A tirzepatida é o único tratamento duplo agonista dos receptores GIP e GLP-1 aprovado pelo FDA para reduzir o excesso de peso corporal e para manutenção da redução de peso no longo prazo. Esse medicamento deve ser usado a partir de recomendação médica e em combinação a mudança de estilo de vida que incluem dieta e exercícios físicos. 



Eli Lilly do Brasil
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Notas
i Dado baseado na estimativa de regime de tratamento. Essa estimativa representa a eficácia independentemente da adesão ao tratamento randomizado e da iniciação de outros medicamentos antiobesidade (exceto a troca para tirzepatida ou semaglutida que não façam parte do estudo). Essa estimativa assume que os participantes que realizaram procedimentos de perda de peso durante o estudo não obtiveram qualquer benefício do seu tratamento randomizado.




Referências
DOU – Diário Oficial da União. Disponível em: Link - Acessado em 21 de junho de 2024


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