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quarta-feira, 26 de março de 2025

A partir do dia 31 de março, medicamentos sofrem reajustes nos preços

 

O reajuste anual dos preços dos medicamentos começa a ser aplicado a partir de 31/03 (segunda-feira), em todo o território nacional. De acordo com autorização do Governo Federal os produtos genéricos não sofrerão reajuste, mantendo-se como uma alternativa mais acessível para os tratamentos de saúde.

De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (ABRAFARMAS), o reajuste é realizado pela regulação da CMED – Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos em razão da inflação acumulada e do custo de produção da farmácia.

Até o próximo domingo (30/03) todas as lojas das Farmácias Nissei estarão com preços reduzidos em diversos medicamentos. A campanha promocional é válida em todas as lojas que estão em São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Paraná. Os produtos podem ser adquiridos nas 450 lojas da rede e também pelo e-commerce www.nissei.com.br

Convocação urgente para doadores de sangue O negativo


O GSH Banco de Sangue de São Paulo está enfrentando uma grave escassez de sangue do tipo O- e faz um apelo urgente aos doadores para que compareçam e ajudem a reabastecer os estoques. A falta desse sangue pode comprometer atendimentos de emergência e colocar vidas em risco. 

O sangue O negativo é essencial porque é o doador universal, ou seja, pode ser transfundido em qualquer paciente em situações críticas, quando não há tempo para testes de compatibilidade. Justamente por essa característica, ele é extremamente necessário nos hospitais e sua disponibilidade faz a diferença entre a vida e a morte. 

Esse tipo sanguíneo é utilizado principalmente em casos de emergência, como acidentes graves, cirurgias de urgência e atendimentos a recém-nascidos. Pacientes em estado crítico dependem desse sangue para sobreviver. 

Porém, todos os fatores Rh (positivo ou negativo) são fundamentais para garantir uma cobertura adequada e a eficácia no tratamento de pacientes que dependem dos hemocomponentes para se restabelecerem. 

Para ajudar, basta comparecer ao Banco de Sangue e fazer sua doação. O processo é rápido, seguro e pode salvar até quatro vidas. 

O GSH Banco de Sangue de São Paulo atende diariamente, das 7h às 18h, inclusive aos domingos e feriados, na Rua Tomás Carvalhal, 711, no bairro Paraíso. Para doar, basta comparecer à unidade, ou agendar previamente, observando os requisitos abaixo.

 

Requisitos básicos para doação de sangue:

  • Apresentar um documento oficial com foto (RG, CNH etc.) em bom estado de conservação;
  • Ter idade entre 16 e 69 anos desde que a primeira doação seja realizada até os 60 anos (menores de idade precisam de autorização e presença do responsável legal no momento da doação);
  • Estar em boas condições de saúde;
  • Pesar a partir de 50 kg;
  • Não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
  • Após o almoço ou ingestão de alimentos gordurosos, aguardar 3 horas.
  • Não é necessário estar em jejum, evitar alimentos gordurosos
  • Se fez tatuagem e/ou piercing, aguardar 12 meses. Exceto para região genital e boca (12 meses após a retirada);
  • Se passou por endoscopia ou procedimento endoscópico, aguardar 6 meses;
  • Não ter tido Doença de Chagas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST);
  • Em caso de diabetes, deverá estar controlada e não fazer uso de insulina
  • Candidatos que apresentaram sintomas de gripe e/ou resfriado devem aguardar 7 dias após cessarem os sintomas e o uso das medicações;
  • Aguardar 48h para doar caso tenha tomado a vacina da gripe, desde que não esteja com nenhum sintoma.

Consulte a equipe do banco de sangue em casos de hipertensão, uso de medicamentos e cirurgias.
 

Serviço:

GSH Banco de Sangue de São Paulo
Endereço: Rua Tomas Carvalhal, 711 – Paraíso
Contatos.: (11) 99704-6527 (WhatsApp) e pelos telefones (11) 3373-2000 / 3373-2001
Atendimento: Diariamente, inclusive aos finais de semana, das 7h às 18h. Estacionamento gratuito no local.

 

Imersão no mundo náutico: confira cinco experiências exclusivas que estarão no Rio Boat Show 202



Mergulho em um tanque de 5 metros de profundidade, aulas de vela, passeio em um veleiro clássico, desfile de embarcações pela Baía de Guanabara, desfile de moda com marcas renomadas e 40 palestrantes presentes no Náutica Talks são atrações interativas que estarão no maior evento náutico outdoor da América Latina. O Rio Boat Show 2025 ocorre de 26 de abril e 4 de maio, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Esta edição deve reunir mais de 33 mil visitantes para apresentar as principais novidades náuticas mundiais, de pequenas embarcações até grandiosos iates de luxo, além de produtos, equipamentos e serviços. 

 

O Rio Boat Show 2025, maior evento outdoor da América Latina do segmento, promete uma verdadeira imersão no universo náutico com atividades interativas que vão além da exposição de embarcações, produtos e serviços. De 26 de abril a 4 de maio, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, o público poderá participar de experiências exclusivas, como batismo de mergulho em um tanque de 5 metros de profundidade, aulas de vela e passeio em um veleiro clássico, além de conferir desfiles de embarcações e de moda. O evento ainda vai reunir cerca de 40 especialistas na área que vão compartilhar histórias e dicas que envolvem a navegação, durante o Naútica Talks. A expectativa é que esta edição seja histórica, com mais de 33 mil visitantes e pelo menos 100 barcos em exibição, consolidando-se como uma grande vitrine para lançamentos e tendências náuticas.

"O Rio Boat Show 2025 vai reunir o que há de mais inovador e sofisticado no universo náutico, com embarcações de entrada até luxuosos iates, que são verdadeiras mansões sobre as águas, bem como produtos e serviços para o setor. Queremos proporcionar uma experiência única para o público, onde além de conhecer as principais novidades e lançamentos, os visitantes poderão vivenciar o lifestyle náutico na prática e ter uma experiência imersiva nesse universo, com aulas de vela, passeios exclusivos e até um batismo subaquático. Nossa expectativa é superar os números da edição anterior, reforçando o evento como a maior vitrine outdoor de negócios e tendências náuticas da América Latina", destaca Thalita Vicentini, diretora geral da Boat Show Eventos.


Confira cinco experiências imersivas do Rio Boat Show 2025:


Batismo de mergulho: Durante o maior evento náutico outdoor da América Latina, os visitantes poderão dar os primeiros passos no universo do mergulho. O batismo é uma experiência segura, com todo equipamento de SCUBA, guiada por profissionais experientes em um tanque que simula um mergulho em uma profundidade de quase 5 metros. A atração tem duração de 10 minutos por participante e até quatro pessoas por sessão. Todos recebem certificado especial e um desconto de 10% no curso de mergulho ou batismo no mar para aprofundar a experiência. A atração estará disponível das 16h às 21h, com intervalo de 1h.


Aulas de Vela e Passeio em Veleiro Clássico: A programação do Rio Boat Show também reserva experiências exclusivas aos amantes da vela. Os visitantes poderão fazer a sua primeira velejada na Baía da Guanabara. Serão utilizados 3 Dingues, 1 Optimist, 2 botes de apoio grandes e pequenos para a experiência. As inscrições poderão ser realizadas pessoalmente no evento, por ordem de chegada. Durante a semana, a atração ocorrerá das 16h às 18h e, aos finais de semana, das 14h às 18h. 

Além da aula de vela, será possível fazer passeios a bordo do veleiro oceânico Archangel de 36 pés. O trajeto vai da Baía de Guanabara até o Pão de Açúcar e retorna ao evento. O veleiro tem capacidade para até oito passageiros por passeio. As inscrições serão divulgadas no site https://rioboatshow.com.br/experiencias-a-vela/, com vagas limitadas. Também haverá um momento especial de aprendizado, durante o Náutica Talks, com um campeão da vela, que ensinará técnicas avançadas, como roll tack & jibe, fundamentais para melhorar a performance com vento fraco.


Desfile de embarcações: No dia 30 de abril, às 20h, a Baía de Guanabara se tornará uma passarela para o tradicional Desfile de Barcos do Rio Boat Show. Participarão do evento 15 embarcações de destaque dos estaleiros presentes. O espetáculo terá show de luzes, momentos animados, música e narração ao vivo. Os barcos que desfilarem também estarão disponíveis para visitação do público, ao lado de outros modelos e novidades trazidas pelas 100 marcas que estarão no salão.


Náutica Talks: Para uma experiência ainda mais imersiva e completa, o Rio Boat Show contará novamente com palestras exclusivas com especialistas do setor. O Náutica Talks reunirá cerca de 40 nomes, que irão abordar desde temas técnicos até as histórias mais curiosas de quem vive no mar. O encontro estreou no Rio de Janeiro em 2024, com sucesso de público, e agora retorna para mais um ciclo imperdível para os amantes do mundo náutico. No ano passado, os visitantes puderam conferir palestras do navegador Amyr Klink, da velejadora Marina Bidoia, do responsável por dar uma volta ao mundo de jet Alvaro de Marichalar, da fotógrafa subaquática Paula Vianna, entre outros. Os painéis ocorrem durante toda a programação e são abertos a quem garante um ingresso para qualquer um dos dias do salão.


Desfile de moda: Outra das atrações mais aguardadas é o desfile de moda do Rio Boat Show, que vai apresentar tendências e exclusividade para o universo náutico no dia 27 de abril, às 16h. Modelos desfilarão looks selecionados de marcas renomadas. Pelo menos cinco grifes estarão presentes no desfile.

Todas as experiências interativas do Rio Boat Show são gratuitas para os visitantes que adquirirem ingresso para o evento. Além das atrações para toda família, o salão náutico apresentará novidades e tendências do mundo náutico. Entre eles: lançamentos de barcos, novas tecnologias e uma ampla variedade de produtos e serviços do ramo. Será possível ainda fazer test-drive de embarcações na água, conferir mais de 100 barcos dos principais fabricantes do mundo e ter acesso a condições exclusivas de compra.


SERVIÇO:

O que: Rio Boat Show 2025

Quando: De 26 de abril a 4 de maio
Onde: Marina da Glória (Av. Infante Dom Henrique, s/n, Glória, Rio de Janeiro)
Horários: Das 15h às 22h nos dias 26, 28, 29, 30/04 e 02/05. Das 13h às 22h nos dias 27/04, 01/05 e 03/05. Das 13h às 21h no dia 04/05.
Mais informações: https://rioboatshow.com.br/ 


Confira o calendário dos Boat Shows no Brasil em 2025:

Rio Boat Show: de 26 de abril a 4 de maio
Marina Itajaí Boat Show: de 3 a 6 de julho
Brasília Boat Show: de 13 a 17 de agosto
São Paulo Boat Show: de 18 a 23 de setembro
Salvador Boat Show: de 30 de outubro a 2 de novembro
Foz Internacional Boat Show: de 27 a 30 de novembro

Grupo Náutica
https://www.gruponautica.com.br/


Revista Náutica
https://www.nautica.com.br

 

Campanha Março Vermelho coloca em destaque a prevenção e o diagnóstico precoce de câncer do rim


A médica Rafaela Pozzobon, da Oncologia D’Or, afirma que esta doença silenciosa é mais prevalente em homens e tem como fatores de risco o tabagismo, a hipertensão, o excesso de peso, o sedentarismo e as doenças renais.

 

A Sociedade Brasileira de Urologia1 aponta que, em três anos, o câncer de rim foi responsável por 10.800 mortes. Segundo o Observatório Global do Câncer2, ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil registrou em 2022 11.090 casos da doença, a maioria em homens com mais de 60 anos. A Campanha Março Vermelho é um momento oportuno para chamar a atenção da população para essa doença silenciosa, que costuma ser diagnosticada por acaso em exames de imagem ou no surgimento de sintomas como sangue na urina, perda de peso, dor nas costas ou na lateral da barriga e febre. 

Os fatores de risco mais comuns são a obesidade e o sobrepeso, o tabagismo, a hipertensão, o sedentarismo e as doenças renais. A médica Rafaela Pozzobon, da Oncologia D’Or, explica que já existem estudos indicando que pacientes com cálculo renal têm mais propensão a desenvolver esse tipo de câncer. Entretanto, as evidências científicas não são tão robustas quanto às que associam a enfermidade a outros fatores. 

A relação entre o câncer de rim e o excesso de gordura corporal preocupa os especialistas porque a obesidade segue avançando no Brasil. Segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico3 (Vigitel), do Ministério da Saúde, os obesos representavam 24,3% do público entrevistado em 2023. Esse porcentual é mais que o dobro dos 11,8% computados pelo levantamento em 2006. 

“Ainda não se sabe exatamente quais os mecanismos que fazem o excesso de peso propiciar o desenvolvimento deste tipo de câncer”, pondera a médica. “A teoria mais aceita é que o volume extra de gordura nas células aumenta o processo inflamatório e a resistência do organismo à insulina, favorecendo o aparecimento de tumores malignos”, complementa.
 

Diagnóstico precoce e tratamento

Embora não existam exames de rastreio para o câncer de rim, os médicos recomendam a realização regular de exames de imagem – como ultrassom, tomografia ou ressonância magnética – para pessoas com histórico familiar da enfermidade e com doenças renais tratadas como diálise a longo prazo.

A cirurgia consiste no principal tratamento para tumores localizados. Nesses casos, a taxa de cura ultrapassa os 80%. Nos últimos anos, o arsenal terapêutico para o câncer renal cresceu bastante. A introdução da imunoterapia e dos medicamentos inibidores de tirosina quinase aumentou muito a sobrevida de pacientes com metástase. Pacientes com tumores avançados, mas sem metástase, também podem receber a imunoterapia após a ressecção do tumor, o que aumenta sua sobrevida.


Oncologia D'Or
 

Referências

  1. Sociedade Brasileira de Urologia. Disponível em Link 
  2. Global Cancer Observatory. Disponível em chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://gco.iarc.who.int/media/globocan/factsheets/populations/76-brazil-fact-sheet.pdf
  3. Agência Governamental. Disponível em https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202410/no-dia-da-prevencao-da-obesidade-conheca-as-acoes-do-ministerio-da-saude-para-a-prevencao-e-controle-da-doenca

 

Novo exame reduz tempo e custo para diagnosticar leucemia mieloide aguda

Pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA), um tipo de câncer agressivo do sangue, agora têm uma nova opção para diagnosticar a doença de forma mais rápida e acessível. A LMA acontece quando a medula óssea começa a produzir células defeituosas, chamadas blastos, que impedem a produção de células sanguíneas saudáveis e comprometem o funcionamento do organismo. O tratamento e as chances de cura dependem do tipo exato da doença, que pode ser classificada em baixo, médio ou alto risco.

Para diagnosticar a LMA, exames como o hemograma podem indicar alterações no sangue, mas testes mais detalhados são necessários para identificar exatamente o subtipo da doença e definir o tratamento ideal. Atualmente, o exame mais utilizado é o sequenciamento genético (NGS), que analisa centenas de marcadores moleculares, mas esse método pode levar até 20 dias para fornecer resultados e tem um custo elevado.

Um novo exame baseado na técnica de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) foi desenvolvido para identificar os sete principais tipos da LMA. Essa técnica mais rápida do que o NGS, reduzindo o tempo de diagnóstico para apenas 2 ou 3 dias com custo até 70% menor. 

Para o assessor médico do Sabin e hematologista, Felipe Furtado, o novo exame pode fazer a diferença na vida de muitos pacientes. "A leucemia mieloide aguda avança rápido. Descobrir o tipo certo da doença rapidamente permite iniciar o tratamento o quanto antes, o que é crucial para promover melhorias na qualidade de vida dos pacientes e nos diagnósticos realizados pelos médicos que os acompanham", afirma.

A pesquisa foi liderada por Andressa Folha Vieira, farmacêutica e analista bioquímica do Grupo Sabin Diagnóstico e Saúde, durante seu mestrado na Universidade de Brasília (UnB). "O tempo para o resultado do painel genético, que é muito mais abrangente, é de 15 a 20 dias. Conseguimos reduzir este prazo para 2 a 3 dias com significativa queda para o paciente", explica Andressa. Apesar de mais acessível, esse novo exame não substitui o sequenciamento genético, que consegue identificar todos os tipos de LMA. No entanto, ao focar nos subtipos mais comuns da doença, ele se torna uma alternativa viável para acelerar o diagnóstico e permitir que o exame mais completo seja utilizado apenas quando necessário.

O estudo foi desenvolvido na UnB e, internamente, no setor de Biologia Molecular do Núcleo Técnico Operacional (NTO) central do Sabin, em Brasília. Segundo Andressa, a ideia partiu da necessidade apontada setor de Hematologia do Sabin, sobre a necessidade de buscar formas mais rápidas e acessíveis de diagnosticar a LMA no Brasil.

"Aqui no Sabin, os colaboradores são estimulados e recebem o suporte necessário para se aperfeiçoar e aprofundar os seus estudos. Às vezes, não é possível desenvolver a pesquisa aqui, daí flexibilizamos o horário e encontramos soluções para que ele siga estudando", diz Lara Velasco, bioquímica que coordena o setor de Biologia Molecular do Sabin. 



Grupo Sabin
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CBD pode aliviar sintomas da interrupção de antidepressivos

Ana Shvets
Parar de forma abrupta com o medicamento não é recomendado; fim do ciclo deve ser acompanhado por um médico e dosagem deve ser reduzida gradativamente


O Brasil é o país com mais diagnósticos de depressão na América Latina. Conforme dados da Organização Mundial de Saúde sobre a doença, cerca de 5,8% da população brasileira sofre de depressão. Outros estudos dão conta que, apenas em 2024, foram registrados mais de 470 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais. Para combater os sintomas, o uso de antidepressivos é uma saída segura, desde que sob supervisão de um psiquiatra e respeitando as particularidades do tratamento, especialmente ao início e final do ciclo.

Em primeiro lugar, é preciso esperar mais tempo do que com outros medicamentos para que os antidepressivos tenham efeito – em média, é necessário cerca de duas a quatro semanas para que as melhorias sejam sentidas pelos pacientes, o que faz com que muitos deles desistam do tratamento antes da hora. A outra particularidade está no “desmame”, nome dado ao momento em que o especialista opta pela diminuição gradual da dosagem antes de interromper a medicação. “Suspender o uso de remédios de forma abrupta, de um dia para o outro, pode resultar em danos consideráveis à saúde mental, afetando a vida do paciente de maneira intensa”, explica Dra. Mariana Maciel, diretora da Thronus Medical, empresa brasileira radicada no Canadá.

O canabidiol (CBD) tem se mostrado cada vez mais promissor como tratamento principal para a depressão, devido à sua baixa toxicidade e à ausência de efeitos colaterais significativos. Ele atua modulando os receptores do sistema endocanabinoide, responsável por regular funções como percepção de dor, inflamação, apetite e sono — sintomas que podem surgir durante o processo de redução gradual de medicamentos, especialmente no caso de antidepressivos, ansiolíticos e outros psicotrópicos de uso comum no Brasil.

A substância canabinoide é extraída da folha de Cannabis Sativa, não tem qualquer efeito psicoativo, e está se tornando uma alternativa positiva para pacientes que querem tentar outras opções farmacológicas ou estão sofrendo com as consequências do desmame de medicamentos.

“Justamente por agir no Sistema Endocanabinoide, sistema regulatório vital envolvido em todos os nossos processos fisiológicos, inclusive memória e emoções, o CBD tem recebido bastante atenção nos estudos na área de saúde mental. E comprovamos os resultados dentro do consultório, com pacientes pontuando a melhora de sintomas ligados à interrupção de fármacos”, diz a Dra. Mariana Maciel.  


Daniel Reche

Depressão ou tristeza?

Cerca de 10% da população mundial sofre com transtornos mentais, e a depressão está entre os principais problemas do tipo. Antes de pensar em tratamento, porém, convém saber a diferença entre uma tristeza comum e a depressão – viver o luto após uma perda, por exemplo, é uma resposta natural do organismo, e isso não é um problema. “Se o estado de letargia permanecer por muito mais tempo que o normal, com distúrbios de sono, alimentação, irritabilidade, distúrbios de humor e ansiedade, entretanto, é preciso procurar um tratamento”, explica a especialista. “Terapia, exercícios físicos regulares e cuidado com a alimentação são complementos à medicação e não podem ser descartados inclusive durante o período de medicação”, completa.

 

Thronus Medical


Mais de 250 doenças começam no prato: como evitar?

Bactérias, vírus, parasitas e toxinas podem estar presentes nos alimentos — mesmo quando eles parecem frescos, limpos e saborosos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 250 tipos de doenças são transmitidas por alimentos contaminados, variando de desconfortos gastrointestinais leves até quadros graves que exigem internação. 

Essas doenças, chamadas DTAs (doenças transmitidas por alimentos), são, na maioria das vezes, causadas por falhas evitáveis: má higienização, armazenamento incorreto, manipulação inadequada ou falta de cuidados básicos no preparo. 

“A segurança dos alimentos começa muito antes do prato estar servido. É uma cadeia de cuidados que precisa funcionar bem em cada etapa”, afirma Paula Eloize, especialista em segurança dos alimentos e idealizadora da Food Smart, empresa voltada à consultoria e à formação de profissionais da área.

 

Do campo ao garfo: onde está o perigo 

A contaminação pode acontecer em qualquer ponto da cadeia alimentar, do cultivo ao consumo final. No transporte, no armazenamento, na manipulação dos ingredientes ou no momento do serviço, um descuido pode ser suficiente para colocar a saúde das pessoas em risco.  

As chamadas DTAs (doenças transmitidas por alimentos) vão desde diarreias leves até infecções intestinais graves, que podem levar à hospitalização e, em casos extremos, à morte. 

Entre os agentes mais comuns estão a Salmonella, Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Norovírus e Toxoplasma gondii. Esses microrganismos são encontrados com mais frequência em carnes cruas ou mal cozidas, ovos, leite não pasteurizado, frutas e verduras mal higienizadas e alimentos que sofreram contaminação cruzada.

 

Prevenção está nas mãos de todos 

Paula Eloize destaca que a prevenção é possível e deve ser prioridade em qualquer estabelecimento que manipule alimentos, como restaurantes, cozinhas industriais, escolas, hospitais e serviços de catering. 

"Capacitação da equipe, protocolos de limpeza e controle de temperatura são fundamentais. A segurança dos alimentos não é luxo, é responsabilidade social”, reforça. 

A especialista também alerta para a importância da educação alimentar no dia a dia. Mesmo em casa, cuidados como lavar bem os alimentos, armazenar na temperatura correta e evitar a contaminação cruzada fazem toda a diferença. 

Algumas ações simples fazem toda diferença. Lavar bem frutas, verduras e legumes antes de consumir, higienizar utensílios e superfícies com frequência, principalmente após o contato com alimentos crus e cozinhar bem carnes, ovos e peixes são dicas essenciais”, aconselha.  

Além disso, Paula Eloize alerta para os cuidados com o armazenamento dos alimentos. “Alimentos perecíveis também precisam de temperatura adequada (abaixo de 5°C). Outro ponto essencial é verificar os prazos de validade e observar mudanças de cheiro, textura ou cor”, acrescenta. 

Outro cuidado que a maioria dos consumidores não se atenta é quanto ao descongelamento dos ingredientes ou mesmo da comida pronta. “Opte por armazenar na geladeira os alimentos que você precisa descongelar para consumo, independente se estão crus ou cozidos. Isso porque a temperatura ambiente é ideal para a proliferação de bactérias”, explica.

Para ela, quanto mais conhecimento for compartilhado, maiores são as chances de conscientizar a sociedade sobre os riscos reais dos alimentos contaminados. “Estamos falando de dados alarmantes, afinal, cerca de 420 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência de infecções alimentares no mundo”, conclui.

 

Doenças inflamatórias intestinais aumentaram 15% no Brasil, e casos de câncer de cólon e reto somam mais de 45 mil diagnósticos anuais. A Medicina Funcional Integrativa atua na modulação intestinal para restaurar o equilíbrio do organismo e prevenir doenças.

 

O intestino vai muito além da digestão: ele é um dos principais reguladores do sistema imunológico, da produção de neurotransmissores e do equilíbrio metabólico. Quando sua microbiota está em desequilíbrio, condições como câncer de cólon e reto, ansiedade, depressão e síndrome do intestino irritável (SII) podem surgir ou se agravar. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil tem 45.630 novos casos anuais de câncer de cólon e reto estimados entre 2023 e 2025. Além disso, doenças inflamatórias intestinais cresceram 15% nos últimos anos, afetando milhões de pessoas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).

A modulação intestinal é um processo terapêutico que busca restaurar o equilíbrio da microbiota intestinal, reduzir a inflamação e fortalecer as defesas naturais do organismo. De acordo com a médica integrativa Lilian Gontijo, é especialista em Medicina de Família e Comunidade, pós-graduada em Geriatria e Gerontologia e diretora da Clínica Integrative em Belo Horizonte, esse cuidado pode transformar a saúde dos pacientes. “O intestino é conhecido como o ‘segundo cérebro’ por sua conexão direta com o sistema nervoso e imunológico. Quando sua função está comprometida, todo o organismo sofre. Com a modulação intestinal, conseguimos tratar doenças inflamatórias, regular hormônios, melhorar a saúde mental e fortalecer a resposta imunológica, prevenindo doenças crônicas”, explica.

E uma das maiores vilãs da saúde intestinal é a rotina moderna. O consumo excessivo de ultraprocessados, açúcares, glúten e laticínios pode desencadear inflamações e desequilíbrios na microbiota. Além disso, o uso indiscriminado de antibióticos e anti-inflamatórios, o estresse crônico, a privação de sono e o sedentarismo impactam diretamente o funcionamento do intestino. “Tudo isso pode levar à disbiose e ao aumento da permeabilidade intestinal, permitindo que toxinas e partículas não digeridas entrem na corrente sanguínea, desencadeando inflamações sistêmicas. Essa inflamação crônica pode estar por trás de doenças autoimunes, problemas metabólicos e até transtornos psiquiátricos”, alerta Dra. Lilian.


A conexão entre intestino, imunidade e saúde mental

Cerca de 70% das células do sistema imunológico estão no intestino, tornando sua integridade essencial para a defesa do organismo. “Se o intestino está inflamado ou desregulado, o sistema imunológico pode ficar enfraquecido ou hiperativo, resultando em alergias, doenças autoimunes ou infecções frequentes”, explica Dra. Lilian. Além da imunidade, a saúde mental também está diretamente ligada ao intestino. Estudos mostram que a microbiota intestinal influencia a produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, essenciais para o bem-estar emocional. “Pacientes com ansiedade e depressão muitas vezes apresentam disfunções intestinais. Quando tratamos o intestino, vemos uma melhora expressiva no humor, na disposição e até na qualidade do sono”, destaca a médica.

Para personalizar o tratamento, a Clínica Integrative utiliza exames detalhados, como microscopia de campo escuro e avaliações da microbiota intestinal. “Cada pessoa tem um perfil único, e só conseguimos modular o intestino de forma eficaz quando sabemos exatamente o que está causando o desequilíbrio”, reforça. O impacto desse cuidado fica evidente nos resultados dos pacientes. “Recentemente, acompanhei uma mulher com tireoidite de Hashimoto que, apesar dos exames hormonais normais, não conseguia engravidar. Como o intestino tem um papel fundamental na regulação do sistema imune, focamos na modulação intestinal por meio de ajustes na alimentação e suplementação. Após cinco meses de tratamento, ela conseguiu engravidar naturalmente”, conta a médica.

Com um acompanhamento adequado e individualizado, a modulação intestinal se torna uma ferramenta poderosa na prevenção e no tratamento de doenças, proporcionando mais saúde e qualidade de vida.


Mitos x verdades sobre a gravidez: ginecologista desvenda as dúvidas mais comuns

Especialista do CEJAM esclarece informações em relação à fertilidade, concepção e saúde reprodutiva

 

Recentemente, uma onda de dúvidas sobre gravidez tomou conta das redes sociais. Pensando nisso, a Dra. Camilla Salmeron, ginecologista do AME Mulher, unidade gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, esclarece os principais mitos que circulam sobre fertilidade e concepção. Confira:

 

Urinar após a relação sexual previne a gravidez?

Não, urinar não previne a gestação. A urina percorre o trato urinário, que é ligado à bexiga, passando pela uretra e sendo eliminada. O espermatozoide, por sua vez, percorre o trato ginecológico, entrando pela vagina, passando pelo colo do útero, pelo útero e, finalmente, pelas trompas. São sistemas anatômicos distintos.

 

Quais são os métodos contraceptivos disponíveis e como funcionam?

Existem inúmeros métodos contraceptivos disponíveis no mercado, desde a contracepção de emergência até métodos de longa duração, com capacidade contraceptiva de até 12 anos. O mecanismo de ação varia de acordo com a presença de hormônios e o modo de utilização. Entre os mais comuns, destacam-se as pílulas anticoncepcionais, adesivos, anel vaginal, DIU (Dispositivo Intrauterino) hormonal e não hormonal, implante contraceptivo, preservativos (internos e externos) e métodos cirúrgicos, como a laqueadura e a vasectomia. É importante ressaltar que apenas o uso do preservativo também previne contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis.

 

Existe, de fato, posição sexual específica que aumenta as chances de gravidez?

Não, nenhuma posição adotada durante a atividade sexual tem interferência significativa no resultado gestacional. Da mesma forma, não há evidências científicas que comprovem que permanecer deitada após a relação sexual aumenta as chances de engravidar.

 

Há algum alimento ou bebida que aumenta a fertilidade ou as chances de engravidar?

Hábitos de vida saudáveis, no geral, podem ter um impacto positivo na capacidade reprodutiva. Uma dieta balanceada, rica em antioxidantes, fibras, ômega 3, ácido fólico, ferro e vitaminas, contribui para a saúde geral e, consequentemente, pode tornar as condições mais favoráveis à gestação. Em oposição a isso, o consumo de açúcar refinado, carboidratos, alimentos ultraprocessados, bebidas alcoólicas e cafeína pode impactar negativamente a fertilidade feminina e masculina.

 

Ainda falando sobre alimentação: existem alimentos ou chás que podem ter efeito abortivo?

Apesar de ser um mito persistente, não há evidências científicas que comprovem o potencial abortivo de chás ou alimentos específicos. O que pode ocorrer é o consumo de alimentos que aumentam o risco de infecções, como alimentos crus ou mal lavados, o que, por sua vez, pode levar a malformações no feto. Além disso, o consumo excessivo de chás como o de erva-doce ou camomila, ou aqueles que contêm cafeína, como chá preto e mate, pode ser preocupante. Embora esses chás só causem efeitos se consumidos de maneira concentrada, a FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, recomenda que a ingestão se mantenha abaixo de 200 mg diários. Devido à falta de estudos robustos sobre o tema, a indicação é sempre consultar o obstetra.

 

As chances de uma gestação aumentam durante o período fértil?

Sim! O período fértil do ciclo menstrual é o momento hormonal mais propício à gestação. O ciclo menstrual prepara o corpo feminino regularmente para gestar. O período fértil dura cerca de uma semana, acontece no meio do ciclo e pode variar segundo a duração média do ciclo da paciente.

 

Ter relações sexuais durante a menstruação pode diminuir as chances de engravidar?

Ter relações sexuais durante o período menstrual praticamente exclui o risco de gestação. O grande desafio, nesse caso, é ter certeza de que o sangramento é efetivamente menstruação ou se é causado por alguma condição patológica, o que é relativamente comum entre as mulheres em idade fértil. Para entender o ciclo menstrual, é muito importante registrar os eventos mais importantes e, assim, conseguir observar alterações discretas, como mudança da secreção vaginal, alterações de humor, queixas de dor e padrão do sangramento.



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial



Bioimpedância: 80,4% dos brasileiros têm gordura visceral acima do normal, mostra levantamento inédito. E mais:49% estão acima do peso e 26% hipertensos

Um levantamento inédito realizado pela Omron Healthcare, multinacional japonesa líder mundial em dispositivos de saúde, constatou que 80,4% das pessoas em uma amostra com 767 indivíduos apresentaram um percentual de gordura visceral acima dos 10% da gordura total do corpo. O valor está acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. 

O resultado foi extraído de uma ação realizada pela companhia em farmácias por todo o país, na qual também foram avaliados a pressão arterial, percentual de massa magra e eletrocardiograma de uma derivação, com algoritmo capaz de identificar uma arritmia chamada Fibrilação Atrial. 

A gordura visceral é um tipo de gordura que se acumula dentro da cavidade abdominal, e é fator de risco para doenças cardiovasculares, em especial infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença aterosclerótica. O levantamento utilizou Balança Digital Bioimpedância com Bluetooth HBF-222T da OMRON. 

Audes Magalhães Feitosa, médico cardiologista e autor da última diretriz brasileira de medida da pressão arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia afirma que a gordura visceral é mais do que um simples depósito energético.“Ela é um órgão metabolicamente ativo que libera substâncias inflamatórias e interfere diretamente no funcionamento do organismo. Quando seu volume ultrapassa 10%, os riscos cardiovasculares aumentam significativamente. Esse excesso de gordura no abdome está fortemente associado à resistência à insulina, hipertensão arterial, dislipidemia e inflamação crônica, fatores que elevam a probabilidade de infarto e AVC”, ressalta. 

Além disso, segundo o médico, a gordura visceral favorece o acúmulo de placas de gordura nas artérias (aterosclerose). “Ela prejudica a função endotelial, dificultando a regulação da pressão arterial e aumentando o risco de eventos cardiovasculares graves”.
 

Fenômeno TOFI (Thin Outside, Fat Inside) 

Além disso, a amostra constatou que 49% das pessoas estavam acima do peso; destas, metade nas faixas de obesidade, quando o IMC (Índice de Massa Corporal) estava acima de 29.9.

“Há indivíduos que possuem um IMC dentro da faixa considerada normal, mas apresentam acúmulo excessivo de gordura visceral. Esse fenômeno é conhecido como "TOFI" (Thin Outside, Fat Inside – Magro por fora, gordo por dentro).

Essas pessoas podem não parecer acima do peso ao olhar no espelho, mas metabolicamente apresentam riscos semelhantes aos de indivíduos obesos. O excesso de gordura visceral pode desencadear um estado inflamatório crônico e resistência à insulina, aumentando as chances de desenvolver doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e aterosclerose. Isso mostra que o IMC, por si só, não é suficiente para avaliar o risco metabólico e que a análise da composição corporal deve ser levada em consideração”, complementa Feitosa.
 

Monitoramento da Pressão Arterial 

Nesta ação, ao todo também foram coletados dados de medida da pressão de 2399 pessoas. 25,3% estavam em um estágio de pré-hipertensão, enquanto 26% estavam hipertensos, sendo que um 1/3 dessas pessoas estavam nos estágios mais avançados da doença, com indicadores da hipertensão estágio 2 e 3. 

“A relação entre obesidade e hipertensão arterial sistêmica fica clara nesse levantamento feito pela OMRON. Quase metade dos participantes estavam acima do peso, e a pressão arterial elevada foi encontrada em números semelhantes aos dados nacionais sobre hipertensão arterial. Esse cenário exige uma abordagem nutricional, pois a redução do peso corporal contribuiria para uma diminuição significativa da gordura visceral, reduzindo também a resistência à insulina e riscos de doenças cardiovasculares”, explica Thais Galhardo, nutricionista clínica. 

O número assemelha-se ao das estatísticas cardiovasculares do Brasil, publicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. No documento da SBC, a taxa de hipertensão entre os brasileiros é de 26,3%. 

No recorte que avaliou o ECG, foram identificados 50 casos de Fibrilação Atrial, 6,5%. O número é o dobro da taxa que normalmente é registrada, que costuma ser de 3% na população adulta. Dos casos de Fibrilação Atrial, 25% estavam associados à hipertensão arterial. 

“A mudança do estilo de vida, priorizando uma alimentação baseada em alimentos naturais, reduzindo o consumo de alimentos ultraprocessados e o aumento da prática regular de exercício físico, pode diminuir significativamente o risco de complicações futuras decorrentes da obesidade e da hipertensão arterial”, completa a Thaís.


A doença da coceira infinita

 

Rara e com impactos sociais enormes, a Síndrome de Alagille afeta o fígado, assim como os rins e o coração. Novo tratamento recém-aprovado pela Anvisa promete mudar a vida dos pacientes


Uma coceira generalizada e intolerável – a ponto de coçar a pele até sangrar e causar ferimentos graves. Imagine o impacto na vida de uma família que soma a inquietude natural de uma criança a um sintoma como esses. "Tive que largar meu emprego para cuidar dela”, conta a técnica em logística Carla Franco de Almeida, mãe da pequena Maya, diagnosticada com Síndrome de Alagille quando tinha um mês de idade.
 

"Quem não conhece a doença, não imagina o grau do prurido e que a criança não dorme, não come, não consegue estudar, não consegue brincar, não se concentra na escola. É um prurido incapacitante e muitas vezes intratável com as possibilidades terapêuticas que a gente tinha até hoje", explica Elisa Carvalho, pediatra especialista em gastroenterologia pediátrica e coordenadora clínica do Hospital da Criança de Brasília. 

A história de Carla, mãe da Maya, não é única e nem rara como essa doença que, embora seja classificada assim, estima-se que no Brasil existam aproximadamente 1.300 pessoas afetadas por esta condição, com cerca de 200 pacientes efetivamente diagnosticados e em acompanhamento em centros de referência. Um a cada 30 mil nascidos vivos é acometido. 

A Síndrome de Alagille é uma doença genética.A enfermidade é resultado de uma mutação no gene JAG1 ou, menos frequentemente no NOTCH2, que estão envolvidos no desenvolvimento embrionário de diferentes tecidos. Ela pode ser herdada ou, em muitos casos corresponder a uma mutação adquirida. 

O sintoma mais debilitante da Síndrome de Alagille é, sem dúvida, o prurido intenso, causado pelo acúmulo de sais biliares na pele devido à falha na drenagem biliar. Este sintoma pode levar à insônia, dificuldades de concentração, lesões na pele por coceira excessiva e impactar a saúde mental dos pacientes e cuidadores. Outros sinais também costumam surgir na infância, incluindo icterícia (pele amarelada) prolongada, dificuldades no crescimento e sinais cardíacos. 

A persistência da icterícia neonatal é o sinal de alerta para a possibilidade da síndrome. Além da coceira, ela pode estar acompanhada de problemas cardíacos congênitos, características triangulares na face (com testa larga e proeminente, olhos profundos e queixo pequeno).

 

Diagnóstico

Identificar a Síndrome de Alagille pode ser um processo complexo e demorado, muitas vezes confundido com outras doenças hepáticas infantis. No caso de Maya, hoje com 1 ano e seis meses de idade, a mãe já havia tido uma experiência anterior com a doença. 

"Tive uma gravidez normal com o Ravi, ele nasceu de 9 meses, mas nasceu PIG (pequeno para a idade gestacional), não precisou de incubadora, não precisou de nada, só era bem pequeno. Com 15 dias de vida, notamos que ele estava com o tom de pele amarelado que começou no rosto e se espalhou pelo corpo e as fezes brancas", conta Carla, que nunca tinha ouvido falar da Síndrome de Alagille. 

A criança foi internada, fez dezenas de exames que constataram a ausência de ductos biliares, mas somente depois de uma biópsia descobriram que Ravi tinha herdado da mãe a Síndrome de Alagille. "Nunca soube que eu tinha a Síndrome de Alagille, sempre fui assintomática. Só depois de conhecer a doença que percebi que eu tinha alguns sinais físicos, mas só isso", diz a mãe do menino que não conseguiu vencer a doença e faleceu antes de completar três meses de vida. 

"Além do prurido, alguns pacientes têm um acometimento renal muito grave, precisando até de transplante. Ou uma cardiopatia muito séria que pode impactar não só na morbidade, mas também na mortalidade", conta a pediatra. 

Segundo a mãe, quando ela teve a segunda filha, já esperava a Síndrome. "Quando tive a Maya, logo depois do Ravi, já sabíamos o que ela tinha, então ganhamos um tempo para começar um tratamento. Mesmo assim, até ela ser medicada, passou por uma fase em que se coçava muito, não dormia, ficava muito irritada. Precisei parar de trabalhar para cuidar dela".

 

Tratamento

De fato, assim como Carla, algumas pessoas podem ter a síndrome e viver a vida inteira com sintomas mínimos ou até mesmo sem sintomas aparentes. "É uma síndrome que pode acometer diferentes órgãos e sistemas. Então, não obrigatoriamente, o paciente tem todos esses órgãos e sistemas acometidos. Então, a manifestação clínica varia muito conforme o que está cometido e a gravidade desse acometimento", explica a médica, Elisa de Carvalho. 

Daí a importância de um diagnóstico assertivo e rápido que pode fazer toda diferença. Foi o caso do pequeno Vicente, filho da diretora comercial Camila Morales, de 22 anos. "Com um mês de vida, percebemos que ele tentava se coçar e estava ficando com a pele amarelada. Tive a sorte de encontrar uma médica que conhecia a doença e de cara pediu uma biópsia. Tivemos o diagnóstico de Alagille de forma muito rápida e conseguimos um encaminhamento mais correto para cuidar da doença", explica Camila. 

Vicente foi selecionado para participar de um estudo com o Maralixibate, medicamento que é primariamente indicado para o tratamento do prurido associado à colestase, o que melhora significativamente a qualidade de vida dos pacientes. "Digo sempre que o Vicente é estável. Comparando com as primeiras consultas, que ele estava todo machucado, todo arranhado com escoriações, até o cabelinho ele puxava, hoje ele está super bem, gordinho, com a estatura de uma criança da idade, né?". Camila também criou um perfil numa rede ocial para conhecer outras famílias que convivem com a doença e difundir conhecimento para outras pessoas. 

O Maralixibate foi recentemente aprovado pela Anvisa e além de reduzir e amenizar a coceira incessante nos pacientes de Síndrome de Alagille, estudos mostram que o medicamento tem potencial para modificar a história natural da doença, com dados comparativos indicando que um percentual maior de crianças consegue evitar o transplante de fígado.


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