Centro de Oncologia Campinas oferece cuidados e
tratamentos para quem pretende largar o vício
No
Brasil, 443 pessoas morrem diariamente de doenças decorrentes da dependência da
nicotina. Tão importante quanto conscientizar as pessoas a abandonar o vício, é
impedir que elas comecem a fumar. “E isso só é possível com muita informação e
orientação aos mais jovens”, esclarece o oncologista Fernando Medina, do Centro
de Oncologia Campinas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu a data de
31 de maio para dar visibilidade à campanha global de luta contra o cigarro.
Neste ano, no Dia Mundial sem Tabaco, a OMS
propõe trocar as áreas cultivadas de tabaco pelas de alimentos, daí o tema
“Precisamos de comida, não de tabaco”. Importante destacar que o Brasil é o
terceiro maior produtor de tabaco do mundo.
A indústria do tabaco está ligada a 8 milhões de
mortes por ano no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Mais de
7 milhões dessas mortes resultam do uso direto do cigarro, enquanto cerca de
1,2 milhão são de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
O percentual total de fumantes a partir dos 18
anos de idade no Brasil é de 9,5%, segundo dados da Vigilância de Fatores de
Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Os
homens respondem por 11,7% do total e as mulheres, por 7,6 %.
O tabagismo ativo e os fumantes passivos expostos
à fumaça tóxica dos cigarros são mais suscetíveis ao desenvolvimento de
aproximadamente 50 enfermidades, explica Fernando Medina. “Dentre as quais
vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório e doenças
cardiovasculares, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer”, especifica.
Para de fumar
O médico enumera alguns dos benefícios que
acompanham o fim do hábito de fumar. “Em 10 anos, o risco de câncer de pulmão
cai para cerca de metade em relação a um fumante e o risco de câncer de boca,
garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas também diminui consideravelmente.
Em 15 anos, o risco de doença cardíaca coronária é o mesmo de um não fumante”,
assegura.
E há muitas outras razões para deixar o vício,
conforme a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), e algumas delas envolvem
benefícios a curto prazo. Em um ano, aponta a Opas, o risco de desenvolver uma
doença coronariana cai pela metade em comparação a uma pessoa fumante. Em cinco
anos, o risco de ter um acidente vascular cerebral é reduzido ao de um não
fumante – cinco a 15 anos após parar de fumar. Aos 50, ganha-se seis anos em
expectativa de vida.
O alcatrão deixa um rastro de problemas por todo
o caminho que percorre no corpo humano, diz Medina. Pulmão, laringe,
faringe, boca, esôfago, pâncreas, fígado e bexiga são os principais órgãos
afetados pelo tabaco. “São todas as áreas onde a fumaça do cigarro ‘toca’. Na
bexiga, principalmente, ficam depositados resíduos que irritam as células e que
podem levar ao câncer”, detalha o oncologista.
Boca, faringe, laringe, esôfago, pulmão, bexiga e
útero são algumas das áreas suscetíveis a cânceres de causas associadas ao
tabagismo. “A gama de tumores causados pelo hábito de fumar é enorme. No caso
do câncer de boca, por exemplo, o paciente fumante fica mais exposto ao
surgimento de um novo tumor depois de tratado o tumor inicial. A mucosa da boca
fica propensa e desenvolver novos tumores”, exemplifica Medina.
Auxílio
Para ajudar a interromper a perigosa cadeia de
eventos adversos provocada pelo fumo, o Centro de Oncologia Campinas (COC) se
dedica a ações que ajudam seus pacientes a parar com o vício. Há programas na
instituição dedicados ao tratamento de fumantes, que envolvem cuidados médicos
e psicológicos.
O vício do cigarro, lembra o oncologista, é tão
nocivo quanto difícil de abandonar. “Vemos garotos de 12, 13 anos,
experimentando cigarro. Mesmo passando mal, eles continuam e levam esse mau
hábito para o resto da vida”, compara, afirmando que a conscientização sobre os
malefícios tem de começar ainda na infância.
“Educar é a melhor forma de prevenir o surgimento
de novos fumantes”, garante.
COC - Centro de Oncologia Campinas
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