Sociedade Brasileira
de Mastologia (SBM) defende que resolução em vigor no Estado de Goiás passe a
valer em todo o território nacional, tanto para exames realizados no SUS quanto
na Saúde SuplementarAs imagens impressas são fundamentais para a conduta do médico
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Resolução publicada pelo Conselho Regional de
Medicina de Goiás (Cremego) acende as discussões em esfera federal sobre a
urgência de documentar em filme impresso e específico todos os exames de
mamografia realizados no Sistema Único de Saúde (SUS) e na Saúde Suplementar.
Membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a médica
Rosemar Rahal destaca que há no Brasil um aumento de exames de mamografia sendo
liberados para as pacientes somente com o laudo, ou seja, sem a impressão das
imagens em filme. “Os resultados sem o filme podem gerar prejuízos para a avaliação
e condução dos casos”, afirma. “O exame acompanhado com o número correto de
imagens, sem a redução das imagens radiológicas, como já define em nível
estadual a Resolução do Cremego, é fundamental para definir a conduta do
profissional, que terá maior embasamento para solicitar exames complementares e
indicar o melhor tratamento”, completa.
Em vigor neste mês maio, a Resolução nº 108/2023,
do Cremego, determina que “o exame de mamografia deve conter o laudo emitido
por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina (CRM) de sua
jurisdição, como também as respectivas imagens.”
A partir da publicação da Resolução, a mastologista
Rosemar Rahal, da SBM, ressalta que a determinação deveria valer em todo o
território nacional. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê 73.610 novos
casos de câncer de mama até o fim deste ano. “O número de mamografias
realizadas no SUS atinge apenas 20% do público-alvo, sendo que o ideal é 70%.
Esta situação, sem dúvida, corrobora para o alto índice de mortalidade de
câncer no Brasil”, diz a médica.
Neste universo de apenas 20% de rastreamento
mamográfico feitos no País, a especialista ressalta que a entrega dos exames de
forma inadequada torna ainda mais grave a situação do câncer de mama. “A
mamografia é o melhor método de detecção precoce da doença. Os filmes, que
deveriam acompanhar todos os exames, poderiam contribuir para aprimorar as
avaliações, e como consequência reduzir a mortalidade em programas de
rastreamento”.
Diante da ausência, na esfera federal, de uma norma
semelhante à Resolução nº 108/2023, a intenção da SBM, segundo a mastologista,
é estender a determinação a todo território nacional, com abrangência no SUS e
na Saúde Suplementar. “Além dos filmes impressos, também consideramos
importante a conformidade no que se refere a dose de radiação, compressão e o
respeito a todos os itens que são apontados pelo Programa Nacional de Controle
de Qualidade Mamográfica (PNQM)”, afirma.
Sobre o custo financeiro com a impressão da
mamografia em filme, Rosemar Rahal observa que quaisquer que forem as cifras,
certamente serão inferiores aos gastos com o tratamento de uma paciente
diagnosticada com câncer de mama em estágio avançado. “E estamos falando também
em qualidade de vida, algo que não tem preço quando consideramos a prevenção de
uma doença que faz tantas vítimas no Brasil”, finaliza.
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