quarta-feira, 31 de maio de 2023

Dia Mundial sem Tabaco reforça que a informação é o melhor aliado contra o cigarro

Centro de Oncologia Campinas oferece cuidados e tratamentos para quem pretende largar o vício


 No Brasil, 443 pessoas morrem diariamente de doenças decorrentes da dependência da nicotina. Tão importante quanto conscientizar as pessoas a abandonar o vício, é impedir que elas comecem a fumar. “E isso só é possível com muita informação e orientação aos mais jovens”, esclarece o oncologista Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu a data de 31 de maio para dar visibilidade à campanha global de luta contra o cigarro.

Neste ano, no Dia Mundial sem Tabaco, a OMS propõe trocar as áreas cultivadas de tabaco pelas de alimentos, daí o tema “Precisamos de comida, não de tabaco”. Importante destacar que o Brasil é o terceiro maior produtor de tabaco do mundo.

A indústria do tabaco está ligada a 8 milhões de mortes por ano no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto do cigarro, enquanto cerca de 1,2 milhão são de não-fumantes expostos ao fumo passivo.

O percentual total de fumantes a partir dos 18 anos de idade no Brasil é de 9,5%, segundo dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Os homens respondem por 11,7% do total e as mulheres, por 7,6 %.

O tabagismo ativo e os fumantes passivos expostos à fumaça tóxica dos cigarros são mais suscetíveis ao desenvolvimento de aproximadamente 50 enfermidades, explica Fernando Medina. “Dentre as quais vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório e doenças cardiovasculares, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer”, especifica.


 Para de fumar

O médico enumera alguns dos benefícios que acompanham o fim do hábito de fumar. “Em 10 anos, o risco de câncer de pulmão cai para cerca de metade em relação a um fumante e o risco de câncer de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas também diminui consideravelmente. Em 15 anos, o risco de doença cardíaca coronária é o mesmo de um não fumante”, assegura.

E há muitas outras razões para deixar o vício, conforme a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), e algumas delas envolvem benefícios a curto prazo. Em um ano, aponta a Opas, o risco de desenvolver uma doença coronariana cai pela metade em comparação a uma pessoa fumante. Em cinco anos, o risco de ter um acidente vascular cerebral é reduzido ao de um não fumante – cinco a 15 anos após parar de fumar. Aos 50, ganha-se seis anos em expectativa de vida.

O alcatrão deixa um rastro de problemas por todo o caminho que percorre no corpo humano, diz Medina.  Pulmão, laringe, faringe, boca, esôfago, pâncreas, fígado e bexiga são os principais órgãos afetados pelo tabaco. “São todas as áreas onde a fumaça do cigarro ‘toca’. Na bexiga, principalmente, ficam depositados resíduos que irritam as células e que podem levar ao câncer”, detalha o oncologista.

Boca, faringe, laringe, esôfago, pulmão, bexiga e útero são algumas das áreas suscetíveis a cânceres de causas associadas ao tabagismo. “A gama de tumores causados pelo hábito de fumar é enorme. No caso do câncer de boca, por exemplo, o paciente fumante fica mais exposto ao surgimento de um novo tumor depois de tratado o tumor inicial. A mucosa da boca fica propensa e desenvolver novos tumores”, exemplifica Medina.


 Auxílio

Para ajudar a interromper a perigosa cadeia de eventos adversos provocada pelo fumo, o Centro de Oncologia Campinas (COC) se dedica a ações que ajudam seus pacientes a parar com o vício. Há programas na instituição dedicados ao tratamento de fumantes, que envolvem cuidados médicos e psicológicos.

O vício do cigarro, lembra o oncologista, é tão nocivo quanto difícil de abandonar. “Vemos garotos de 12, 13 anos, experimentando cigarro. Mesmo passando mal, eles continuam e levam esse mau hábito para o resto da vida”, compara, afirmando que a conscientização sobre os malefícios tem de começar ainda na infância.

“Educar é a melhor forma de prevenir o surgimento de novos fumantes”, garante.

 

COC - Centro de Oncologia Campinas


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