Saiba como lidar quando jovens ocupam cargos de liderança diante de colaboradores 50+, por meio de especialista de RH
No último 1º de maio
foi celebrado, como de costume, o Dia do Trabalhador, data que aborda
diversos questionamentos sobre os assuntos de carreira. Um dos temas que
merecem atenção é a maneira como os mais jovens, às vezes, absorvem
determinadas habilidades e, consequentemente, se destacam a ponto de ocupar a
liderança de colaboradores acima dos 50 anos - esses que já representam 55,9
milhões no mercado de trabalho, como mostram os números do estudo Mercado de Trabalho 50+, elaborado pelo Instituto de Longevidade MAG.
A geração mais
experiente, por quase toda a vida, é acostumada a receber orientações de
gestores que são mais velhos. Mas, com toda a inovação do mercado de trabalho,
tecnologias e a abertura de oportunidades para os mais novos, a chance de um
colaborador mais jovem se tornar o gestor de um time de profissionais da
geração X e Baby Boomer pode ser cada vez mais possível.
Quem avalia este
cenário é a especialista de Recursos Humanos, da RB Serviços, Gisele Zacharias, “a razão para isso é
que os mais novos conseguem ter habilidades comportamentais e técnicas que são
indispensáveis hoje em dia, ao se destacarem em suas determinadas funções e,
quando surge oportunidade, mesmo com a faixa etária menor, as empresas irão
reter este talento, já que elas acreditam no potencial e responsabilidade de
funcionários novatos até mais que do que eles mesmos costumam acreditar”,
conta.
A participação
dessa população no mercado de trabalho, ainda segundo o estudo do Instituto
Longevidade MAG, está crescendo cada vez mais, com taxas de 0,5 p.p. por ano.
As projeções mostram que está nítido que a geração X e Baby Boomer
precisam estar preparadas para a concorrência jovial como, também,
ter mais resiliência quando for preciso receber orientações da Geração Y e
Z.
“Meu chefe é
mais novo que eu, e agora? É neste momento que o colaborador
precisa rever suas habilidades, sem se diminuir, para compreender quais são
seus pontos fracos e fortes se comparados ao do gestor mais jovem escalado para
aquela liderança. O autoquestionamento não deve apenas vir para melhor
se educar sobre este novo formato, mas, também, para se atualizar por meio das
novas tendências de soft e hard skills que
são tidas como atividades indispensáveis do departamento”, explica Gisele
Zacharias.
O Relatório do Fórum Econômico Mundial, feito com a Fundação
Dom Cabral no Brasil, sobre o Futuro dos Empregos, divulgado na última semana,
desenha bem que as oportunidades serão voltadas ao mercado tecnológico e
sustentável daqui para frente, pontos que trazem um olhar de preocupação para
aqueles que são mais resistentes à indústria 4.0, sejam eles mais velhos ou
mais novos.
Os números do
relatório mostram que, segundo os empregadores, 44% das maneiras de se
trabalhar serão reformuladas, até 2027. “O dado já consegue trazer um
olhar mais crítico sobre qual caminho deve-se seguir e capacitar. Seja para os
mais jovens ou os mais velhos, quando o assunto é tecnologia ambos devem
entender que não sabem muito diante do que está por vir, sendo assim ainda há
tempo das gerações se igualarem”, explica a especialista.
Para contradizer
os números, quando o assunto é sobre os mais velhos serem menos habilidosos à
tecnologia e não ocuparem a oportunidade de cargos de liderança para os mais
novos, o Diagnóstico Comportamental dos Profissionais de TI, realizado pelo IT
Mídia, prova ao contrário já que os diretores de TI, com 50 anos representam 55%.
“É por isso que o
etarismo pode perder cada vez mais seu espaço, porque da mesma maneira que um
jovem pode ter mais chances de ser notado devido suas habilidades com a
tecnologia e sua maneira de se comportar, os mais experientes também podem se
esforçar na mesma medida para não perderem oportunidades. Ou seja, a dica é que
ambos não deixem de se atentar as tendências do mercado de trabalho”, finaliza.
Dicas
da especialista em Recursos Humanos para os mais velhos lidarem com a juventude
na liderança:
- Mantenha a
calma: ter um gestor mais novo não quer dizer que ele seja imaturo,
superior por estar em cargo de liderança ou que você deva se preocupar com as
tomadas de decisões feitas por ele.
- Perceba as
oportunidades: um líder mais novo pode contribuir com
diferentes visões sobre assuntos mais inovadores.
- Seja apoiador: esqueça hierarquia e o conflito de geração, apenas compartilhe respeito ao trabalho do jovem gestor, incentive, tente participar compartilhando sua experiência e saiba impor com educação sua visão de negócio, mesmo que, às vezes, você tenha mais embasamento e tempo de experiência do que o novo gestor;
- Mão dupla:
da mesma maneira que este líder pode te ensinar sobre tendências que talvez não
tenha familiaridade, você também pode compartilhar das suas experiências para
melhor apoiá-lo e prepará-lo durante este cargo;
- Tenha empatia: veja o trajeto,
histórico profissional e pessoal, que este jovem percorreu para ocupar esta
missão, escute, apoie mesmo que ele não seja chefe de primeira viagem e,
principalmente, sejam unidos como um verdadeiro time, visando sempre alavancar
os negócios da empresa.
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