Conforme a médica
intervencionista em dor, dra. Amelie Falconi, estudos científicos revelaram que
o tabagismo está relacionado ao desenvolvimento de dores nas costas e de várias
neuropatias, que apresentam entre seus sintomas a dor crônica
O Ministério da Saúde adverte há anos: fumar causa
diversos males à saúde. Entre as doenças mais associadas ao tabagismo estão as
relacionadas ao coração e a vários tipos de câncer, tais como o de pulmão,
pâncreas, bexiga, e até leucemia. Nas mensagens estampadas no verso dos maços
de cigarro, contudo, somos informados a respeito de outros diversos problemas
decorrentes do vício, entre os quais: impotência sexual, envelhecimento
precoce, aborto espontâneo etc.
Conforme a médica intervencionista em dor e autora
do livro "Existe vida além da dor", dra. Amelie Falconi, o que não é
muito difundido é que fumar pode ser um problema para quem sofre de uma doença
invisível: a dor crônica. “Pesquisas científicas já revelaram que o tabagismo é
um dos fatores que está relacionado ao desenvolvimento de diversos tipos
de neuropatia, doença que atinge o funcionamento dos nervos periféricos e pode
afetar tanto a sensibilidade quanto a motricidade e não raramente ocasiona dor
crônica”, afirma.
Entre as neuropatias mais comuns relacionadas ao
tabagismo, conforme os estudos científicos, estão: a síndrome do túnel do
carpo, nervo comprimido no punho que causa dormência e formigamento na mão e no
braço; a síndrome do túnel cubital, compressão do nervo cubital no cotovelo,
que acarreta dormência ou formigamento nos dedos anelar e mínimo, dor no
antebraço e fraqueza na mão; e a neuropatia diabética, complicação do diabetes,
que pode ocasionar dor, falta de sensibilidade, formigamentos e falta de força
nas mãos e nos pés.
Dra. Amelie ressalta que os trabalhos científicos
apontam ainda para a ligação entre o tabagismo e dores nas costas e dores
decorrentes de hérnias de disco, a famosa “dor no ciático”. “Os estudos
confirmam que o tabagismo diminui a circulação sanguínea nos platôs do disco
intervertebral, o que causa má nutrição do disco e pode induzir a sua
degeneração, que por sua vez, pode acarretar dor nas costas e a formação da
hérnia de disco”, explica.
As pesquisas constatam também que pode haver uma
relação entre o tabagismo e a intensidade da dor dos pacientes que sofrem das
neuropatias. “Pessoas que fumam relataram maiores níveis de dor crônica em
comparação com pacientes não fumantes”, diz a médica intervencionista em dor.
Nesse sentido, adeptos do tabagismo que sofrem com dor crônica costumam
consumir mais analgésicos do que aqueles que não têm o hábito de fumar.
Para dra. Amelie, as informações coletadas pelos
levantamentos científicos corroboram duas mensagens que ela busca transmitir
diariamente a seus pacientes. A primeira é a de que o estilo de vida interfere
na dor. De acordo com a médica intervencionista em dor, não apenas o hábito de
fumar pode piorar a intensidade desta doença invisível, mas também, uma
alimentação pobre em nutrientes e baseada em industrializados, uma higiene do
sono ruim, e a não prática de exercícios físicos.
A segunda mensagem, consequência da primeira, é de
que o tratamento da dor crônica não se resume a ingestão de medicamentos.
Conforme dra. Amelie, é preciso atuar de forma integrada, para mitigar esta
doença invisível, buscando intervir nos fatores de risco e também em outros
dois pontos que estão intrinsicamente ligados a ela: o sono e a saúde mental.
“Tratar da dor é tratar de tudo”, afirma dra. Amelie.
Dra. Amelie Falconi - Especialização em Medicina da Dor pela Santa Casa da Misericórdia de São Paulo. Título de Especialista em Dor pela AMB (Associação Médico Brasileira). Fellow Of International Pain Practice (FIPP) pelo World Institute of Pain (WIP). Fellowship de Intervenção em Dor - Clínica Aliviar / sinpain Rio de Janeiro. Pós-graduação em Medicina Intervencionista da Dor Guiada Por Ultrassonografia – sinpain. Pós-graduação em Anestesia Regional - Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês. Especialização em Anestesiologia MEC / SBA. Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF. Ministra aulas na pós-graduação de medicina intervencionista da dor do Hospital Albert Einstein. Ministra aulas na pós-graduação de medicina intervencionistada dor na Faculdade sinpain.
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