As progressivas com formol deixam os cabelos
selados e com brilho, mas por trás desse efeito mágico há sérios riscos à saúde
do profissional e do cliente
Na
busca pelos cabelos lisos, muitas pessoas se rendem ao uso das escovas
progressivas com formol, substância ainda muito utilizada em salões de beleza
de todo o Brasil. O resultado é visível e, nos primeiros meses, os fios ficam
alinhados e com brilho invejável, mas a longo prazo, esse método pode causar
sérios danos não só aos cabelos, mas à saúde do profissional e do cliente.
O
formol é considerado uma substância cancerígena pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) e pode estimular a queda dos cabelos, além de gerar dermatites,
desidratação e ulcerações no couro cabeludo. O uso prolongado pode ocasionar
até mesmo câncer na boca, nas narinas, no pulmão, no sangue e na cabeça. É por
isso que o uso do formol, com a função de alisante capilar, não é permitido
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
As reações químicas que o formol
promove na cutícula do fio são devastadoras e destroem o cabelo por dentro,
tornando o fio poroso e fraco. “O
produto com formol é fixado na fibra capilar, deixando os fios selados e com
brilho. Contudo, por trás desse efeito 'mágico', danifica o cabelo e compromete
sua estrutura, ou seja, o formol promove o depósito de um filme rígido
sobre os cabelos, fazendo com que os fios percam seu movimento natural. Como
esse filme não possui flexibilidade, com o passar do tempo, os fios se tornam quebradiços
e sem vida”, explica Carolina Carbonare Quintino, Engenheira Química da
Itallian Hairtech.
Já existem no mercado produtos que têm como substituição ao formol
substâncias legalizadas pela ANVISA, como Hidróxidos de Sódio, Cálcio,
Guanidina, Lítio ou Potássio e Tioglicolato de Amônio. “O consumidor e o
profissional podem consultar no portal da ANVISA a procedência do produto que
será aplicado antes da utilização. Mas isso não basta. A orientação é optar
sempre por marcas de cosméticos que tenham credibilidade no mercado. Vale
também alertar os consumidores para que procurarem profissionais de confiança,
pois alguns salões têm a prática de adicionar formol ao produto. A adulteração,
inclusive, é considerada crime hediondo pelo Código Penal Brasileiro”, alerta a
química.
Para aquelas pessoas que já passaram pelo processo de alisamento com
formol, Carolina explica que a regeneração dos fios é um processo longo, mas
que vale a pena, tendo em vista a segurança e cuidados com a saúde. “Com a
impermeabilização causada pelo formol, os fios passam a não responder aos
tratamentos de hidratação e nutrição. A recomendação é interromper
imediatamente o uso desses produtos e, à medida que os cabelos forem crescendo,
vale investir em produtos de qualidade, que proporcionem resistência,
maleabilidade e vitalidade aos fios que estão fragilizados” explica.
Ao deixar de usar produtos com formol, é possível optar pelas escovas
inteligentes, sem formol e de efeito progressivo, que depende do tipo de
ondulação do cabelo. “O resultado das progressivas sem formol se assemelha
muito ao resultado que o formol oferece, com a vantagem de ser mais seguro e
provocar menos danos à fibra capilar, já que não deixa o fio impermeabilizado.
A durabilidade também é similar e permanece nos cabelos por cerca de três
meses”, conclui a Engenheira Química.
Fonte: Itallian Hairtech
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