Em risco
está a espécie humana, reconheçamos. Ergamos em nosso fim as armas
que nos restam, não as da morte, mas as da vida propiciadas por uma cultura
milenar. Nosso belo planeta não merece ficar desertificado. Um milagre o pôs na
justa distância do sol, proporcionou a vida por milímetros. Uma vida
inteligente, que, porém, não significa voltada para o bem. E o mal que leva ao
fim nos ameaça.
Donald
Trump é um ditador que brinca de democracia. Blinda-se do sórdido esquema que
urdiu com os russos. Deve demitir em agosto seu Secretário de Justiça
Jeffrey Sessions. Busca, também, um meio de livrar-se de Robert Mueller,
consultor especial do FBI. O russo Vladimir Putin teria um
"kompromat" (baú de revelações explosivas contra figuras públicas)
contra Trump, seu servo, é o que corre em Washington, verdade ou não.
Para blindar-se, o déspota americano fará de tudo.
O
Judiciário não se intromete nos atos do Executivo, ainda que insanos, em nome
da divisão dos poderes, como no Brasil.
Os últimos
fôlegos dos justos são a opinião pública e o impeachment. A primeira se
converte em confrontos sangrentos de ruas, prisões etc. O segundo traumatiza
qualquer nação por muito tempo, como se viu nos episódios de Nixon, Collor e
Dilma. Gera antagonismos sociais, voltamos aos tempos narrados por
Virgílio.
Maduro,
antes de cair de, procura apoiar-se num arremedo de constituição.
Feita "ad hoc" para seus desígnios de permanecer no poder de uma
república falida e esfomeada, agarrado a barris de petróleo.
Busca implodir a
Assembleia Nacional, no qual a oposição tem maioria. Quem o ameaça? Trump, que
ontem impôs sanções a treze venezuelanos e promete mais depois da
"Constituinte", eivada de vícios; poder constituinte
"territorial", "setorial", por "setores eleitos da
sociedade". Coisa insólita no direito constitucional conhecido pelo
mundo.
Em suma, o
roto e o rasgado.
O mesmo se
dá no Brasil. Os membros do Tribunal Eleitoral foram postos para livrar Temer;
depois, substituídos os deputados da Comissão de Constituição e Justiça, para
novos e dóceis ao planalto e evitar a queda do Presidente. Somente depois da
denúncia o Presidente retomará as principais decisões, a exemplo da MP no caso
da reforma trabalhista. Estamos paralisados.
Patinamos
nós, pobres governados, num pântano moral. Como disse o jornalista Edward Luce,
do "Financial Times", "A política é um jogo sujo, e as
possas que jogam lama normalmente também estão cobertas por ela".
Se não
estamos cobertos pela lama e não jogamos o jogo sujo, emitamos com insistência
e vigor nossas opiniões, por todos os meios possíveis, enquanto tentativas
de salvar o futuro deste planeta.
Amadeu
Roberto Garrido de Paula - Advogado e sócio do Escritório Garrido de Paula
Advogados.
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