Estudo diz que 60% das mulheres não tiveram as mamas
examinadas no pré-natal
Na
semana do aleitamento materno, um estudo traz uma realidade vivida por várias
mulheres durante a gestação. Boa parcela das grávidas entrevistadas afirmou não
ter sido examinada e também não ter recebido nenhum pedido de exame para as
mamas. Para a Sociedade Brasileira de Mastologia – SBM esses dados representam
uma grande preocupação que merece a atenção das autoridades.
De acordo com o mastologista Dr. Anastasio Berrettini Jr., membro da SBM e
autor do estudo, a pesquisa foi realizada em pacientes de 18 cidades da Região
Bragantina, a 40 quilômetros de São Paulo, dentro da maternidade com gestantes
e mulheres que acabaram de ganhar o bebê. “Além da maioria não ter a mama
examinada, apenas 20% receberam orientações sobre a higiene das mamas, o que
poderia diminuir as taxas de mastite (inflamação das mamas) durante a
amamentação”, afirma o médico.
Segundo ele, o levantamento foi concentrado no Hospital Universitário São
Francisco, em Bragança Paulista. “Foram avaliadas 255 pacientes, 92% delas provenientes
do SUS e 8% de consultórios particulares”, explica Berrettini, acrescentando
que o exame físico adequado das mamas deve compreender: a retirada da blusa,
examinar a paciente deitada, palpar as mamas e palpar as axilas.
O
Mastologista diz que o estudo também se ateve a esse detalhe. Das que foram
examinadas, 85% tiraram as blusas, 81% deitaram na maca e 69% e 95% tiveram as
axilas e as mamas, respectivamente examinadas.
No
entanto, outro ponto do estudo chamou a atenção do mastologista. Apenas 37, das
255 entrevistadas, receberam orientações sobre aleitamento, algo primordial
para as mães. “Vale ressaltar que não são apenas os recém-nascidos que se
beneficiam da amamentação. Ela também é fundamental para a saúde das mães e
auxilia na diminuição da chance de aparecimento do câncer de mama”, alerta o
médico lembrando a Semana Mundial de Aleitamento Materno (1 a 8 de agosto).
Ele
enfatiza que as mulheres que amamentam por um período maior do que seis meses
têm menos chances de desenvolver a doença devido à substituição de tecido
glandular por gordura nas mamas. Além disso, em caso de desenvolvimento de
câncer de mama, a amamentação protege contra os tipos mais agressivos do tumor.
“A amamentação é uma proteção natural para a mulher”, alerta o médico.
Berretini
aponta ainda outros cuidados que se deve ter durante o período de aleitamento
para preservar a saúde mamária, como evitar tudo que possa sensibilizar a
região, ou seja, o uso de cremes e pomadas nas mamas – que, por hidratar a
pele, as deixa mais sensível às fissuras durante a amamentação. ”Expor as mamas
ao sol e ajudar o bebê a mamar da maneira adequada também previnem machucados e
a mastite”, indica.
Por
fim, o mastologista afirma que a realização das consultas é o único contato da
mulher com o serviço de saúde, momento no qual se devem promover as orientações
e cuidados. “Recomendamos o exame clínico das mamas ao menos uma vez por
trimestre. A amamentação ofusca o diagnóstico precoce do câncer de mama,
portanto o exame delas no período da gravidez é de extrema importância”,
conclui.
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