Pesquisa
inédita aponta alimentos que diminuem os efeitos das telas eletrônicas sobre a
saúde dos olhos.
Quem passa horas trocando
mensagens eletrônicas, navegando pela internet ou redes sociais conhece bem a
síndrome da visão no computador. Olhos vermelhos, visão embaçada, dor de cabeça
e perda do sono são os principais sintomas que atingem todas as faixas de
idade. Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier é
o mal do século. Estudos conduzidos pelo especialista mostram que quanto maior
a idade, mais frequente é a síndrome. Apesar de ter uma prevalência de 75% no
país, atinge 30% das nossas crianças e
salta para 90% dos brasileiros com mais
de 40 anos.
O oftalmologista explica
que a causa desta diferença é o maior esforço
visual para fixar as imagens
próximas conforme envelhecemos. Isso porque, a partir dos 40 anos nosso
cristalino perde o poder de acomodação que é a capacidade de focar a todas
distâncias. O resultado é a presbiopia, redução da visão de perto que é mais
exigida na frente do celular, tablet ou computador.
O
risco da luz azul
"Hoje a maior
preocupação médica com a vida digital é o aparecimento precoce da catarata e
principalmente da degeneração macular, maior causa de cegueira definitiva no
mundo que afeta a porção central da retina", afirma.
O oftalmologista alerta
que já está comprovada a maior chance de desenvolvermos estas doenças. por
conta da alta exposição à luz azul emitida pelas telas eletrônicas.
A boa notícia é que uma pesquisa pioneira
recém publicada pela Universidade de Geórgia (EUA) mostra que o consumo de dois
nutrientes - luteína e zeaxantina - reduz o risco de degeneração macular em até
30%. O médico explica que estas
substâncias são responsáveis pela pigmentação da mácula e inibem a formação de radicais livres,
principal gatilho para a degeneração celular.
A diminuição do risco de
contrair a doença foi comprovada por exames de visão de contraste e de
densidade óptica do pigmento macular que funciona como defesa da visão de
detalhes. Foram realizados após 3 e 6 meses de suplementação alimentar com 30
mg destes nutrientes em um grupo de 47 jovens saudáveis. Os participantes
também relataram melhora do sono, diminuição da dor de cabeça e da fadiga
visual.
Crianças
têm olhos mais sensíveis
Queiroz Neto afirma que o
risco da exposição à luz azul das telas eletrônicas é maior entre crianças.
Isso porque, na infância a pupila maior e o cristalino mais transparente
filtram menor quantidade desta luz e
isso pode elevar a predisposição das novas gerações à degeneração macular.
Não quer dizer que seja
necessária suplementação alimentar para proteger os olhos da criança. A
educação alimentar desde cedo evita muitos problemas de saúde. As principais fontes de luteína elencadas
pelo médico são as folhas verde-escuro, gema de ovo e ervilha. Já a zeaxantina
é encontrada no milho, pimentão amarelo, laranja e abóbora que devem fazer
parte da dieta de toda a família.
O oftalmologista também
alerta que muitas crianças abusam das engenhocas eletrônicas nas férias e
acabam desenvolvendo a miopia acomodativa por excesso de esforço para enxergar
de perto. Por isso recomenda aos país que levem as crianças ao oftalmologista
antes da volta às aulas, para que o segundo semestre não seja comprometido por
problemas de visão. O uso de óculos
melhora o rendimento escolar de 1 em cada 2 crianças, conclui.
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