De acordo com pesquisa do Sebrae, empresários destes setores são os mais aflitos com o acirramento da pandemia
Com a intensificação dos impactos da pandemia do
coronavírus na vida dos consumidores e na economia brasileira, o sentimento de
angústia entre os donos de pequenos negócios tem aumentado. De acordo com a 10ª
edição da Pesquisa “O Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos
Negócios”, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas
(FGV), em média, a proporção de empresários aflitos com o futuro da empresa
chegou a 57%, a mais alta desde a edição da pesquisa realizada em setembro,
quando 43% dos empreendedores revelaram esse sentimento. Mas há setores que
estão ainda mais tensos. Com os maiores índices de concentração de empresários
aflitos (acima de 60%) aparecem os segmentos de serviços de alimentação,
economia criativa, beleza, pet shops, turismo, moda e energia.
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, “essas
são as atividades que mais têm sofrido com a crise provocada pela pandemia. No
caso do turismo e da economia criativa, por exemplo, existem complicadores
adicionais como a questão do transporte e da grande concentração de público em
locais fechados”. Carlos Melles pontua que “em decorrência disso, esses setores
têm sido os mais impactados pois nem sempre é possível oferecer os serviços de
forma online”.
Segundo a 10ª edição da pesquisa, a média de
empresas que funcionam da mesma forma antes do início da pandemia é de 16%, mas
quando se analisa os impactos nos segmentos mais afetados esse número cai para
4% entre as empresas de Turismo, 5% de economia criativa, 6% beleza e 8% para
os serviços de alimentação. A mesma regra vale quando se fala em empresas que
estão com as suas atividades paradas: 40% dos negócios ligados à economia
criativa estão sem funcionar e 32% dos de turismo se encontram na mesma
situação.
A pesquisa
ainda revela que, em média, a expectativa de uma melhora da pandemia, de acordo
com os entrevistados, deve ocorrer somente daqui a 17 meses. Esse sentimento de
aflição tem como uma de suas justificativas a forte queda no faturamento dessas
empresas. No turismo, 85% dos pequenos negócios relataram piora no faturamento
em 2020, quando comparado com 2019. Na economia criativa, foram 84% das
empresas, número bem superior à média da economia, que foi de 65% de negócios
com queda no faturamento.
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