A probabilidade de as pessoas sobreviverem em
ambientes protegidos por sistemas de sprinklers aumenta significativamente. No
entanto, ainda há locais que não utilizam esse sistema. No dia 21 de fevereiro
de 2003, aconteceu um incêndio no Station Nightclub, nos EUA. No caso, as
chamas foram causadas pela ignição por fogos de artifício da banda, que se
propagou rapidamente pela espuma de isolamento que estava exposta na estrutura
do local, que não contava com sistema de sprinklers ou saídas de emergência
eficientes. O acidente resultou em 100 mortes.
Dez anos depois, presenciamos aqui no Brasil um
caso muito parecido. No dia 27 de janeiro de 2013, acontecia a tragédia da
Boate Kiss, com as mesmas características que a do clube noturno norte
americano. Dessa vez, 242 pessoas perderam a vida.
O NIST (Nacional Institute of Standarts and
Technology conduziu um ensaio reproduzindo fielmente o ambiente da boate Station
Nightclub, dessa vez, com e sem proteção por um sistema de sprinklers. Para
isso, foram instalados sensores a 1,40m de altura que mediam:
- Temperatura,
o limite letal é de 120ºC
- Monóxido
de carbono, limite letal é acima de 4%
- Oxigênio,
limite letal é abaixo de 12%.
No ensaio, em apenas 25 segundos após o início do
incêndio, os sprinklers começam a se abrir. Com um minuto e seis segundos, a
temperatura no local com sprinklers se mantém constante em 20°C, taxa de
monóxido de carbono em 0% e oxigênio em 20%. Já no ambiente sem o sistema, com
o mesmo tempo de cronômetro, a temperatura já atingia 100°C. Depois de um
minuto e vinte e segundos, o termômetro batia 500ºC a 1,4m de altura e superou
700ºC no teto, a taxa de oxigênio chega aos 2%, se tornando letal, e o monóxido
de carbono chega ao perigoso nível de 4%. Esse cenário já tira toda a
possibilidade de fuga ou sobrevivência.
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Similar aos dois casos, ainda em 2003, no dia 17 de
fevereiro, pouco tempo antes do caso da boate Station, a casa noturna Fine Line
Music Café, em Minneapolis, nos Estados Unidos, também pegava fogo por ignição
causada por fogos de artifícios da banda. Em função da instalação do sistema de
sprinklers no estabelecimento, não foi registrado nenhum óbito. Em termos de proteção
à vida em casos de incêndio, o sistema de sprinklers é, sem nenhuma dúvida, o
mais eficiente!
Ainda há quem diga que um sistema de Sprinklers
protege apenas o patrimônio, mas para Felipe Melo, presidente da ABSpk,
proteção aos bens e à vida estão diretamente ligados. “Precisamos falar mais
sobre prevenção de incêndio como um aliado nas construções. Afinal, a
instalação desses sistemas apresenta um investimento, cujo valor é baixo se
comparado com a proteção eficaz que oferece. Porém, antes de tudo isso, é
preciso parar a discussão sobre o que é mais importante preservar, se a vida ou
patrimônio. Porque, obviamente, preservar a vida é fundamental,
entretanto, na medida em que preservamos o patrimônio com sistemas eficazes
como o uso de sprinklers, por exemplo, vamos diminuir a geração da fumaça
tóxica que, de forma geral, é responsável por causar a morte das pessoas.
Então, a conclusão é que se preservarmos o patrimônio, estaremos, sim, salvando
vidas”, completa Felipe.
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