Adaptar, transformar e ressignificar. Essas foram as três palavras que guiaram e continuam pautando os processos profissionais e interpessoais com a chegada e estabelecimento da quarentena. O distanciamento social foi responsável por acelerar processos que já estavam em evolução. O trabalho à distância foi colocado em prática mostrando que é, sim, uma opção possível na maioria dos casos, podendo transformar até mesmo as salas de estar em salas de reunião.
Essa movimentação era uma tendência de mercado
antes mesmo do atual cenário, como mostra uma pesquisa realizada pelo IWG
(International Workspace Group) – líder global no setor de espaços de trabalho
flexíveis. Na mostra, cerca de 50% dos funcionários do mundo todo já
trabalhavam fora da sede principal dos escritórios por pelo menos 2,5 dias por
semana, sendo em business lounges, escritórios remotos ou em casa.
Apesar da comodidade fornecida pelo home office,
muitos funcionários, passados os primeiros meses de quarentena, reportaram
diversas situações desagradáveis – como distração, problemas relacionados à
tecnologia ou mesmo o isolamento social em relação a seus colegas de trabalho.
O tão conhecido home office foi a estratégia adotada por 46% das empresas
brasileiras durante a pandemia, segundo a Pesquisa Gestão de Pessoas na Crise
covid-19 elaborada pela Fundação Instituto de Administração (FIA). No cenário
empresarial, trabalhar de casa é cada vez mais comum, mas a produtividade pode
ser prejudicada por um ambiente pouco profissional e pela falta de
equipamentos.
Portanto, permitir que a equipe possa atuar em
espaços de trabalho flexíveis é crucial tanto para a empresa, que passa a
usufruir de um contrato igualmente flexível, quanto para o funcionário. Muitas
empresas têm diminuído drasticamente grandes escritórios centrais e os transformado
em células de trabalho regionais, no conceito de squad office.
Dessa forma, os colaboradores podem trabalhar mais próximos de casa em
ambientes de trabalho profissionais e ao mesmo tempo que se sintam seguros.
Nunca fez tanto sentido pensar que o metro quadrado mais caro que uma empresa
pode ter é aquele que é pago, mas não é utilizado.
Essa movimentação é uma tendência no mercado.
Segundo estudo realizado pela FIA, 34% das empresas têm a intenção de continuar
com o trabalho flexível para até 25% do quadro dos colaboradores. Para as
grandes empresas que conseguem ter uma política de trabalho flexível mais
avançada, o conceito de anywhere office (escritório na nuvem)
passa a ser o principal ponto a ser implementado. Sendo assim, trabalhar deixa
de ser sobre onde e passa a ser sobre quando.
Dentro deste cenário, empresas estão firmando
parcerias com esses escritórios flexíveis para que o serviço seja oferecido ao
funcionário como um benefício. Os colaboradores têm suas necessidades
atendidas, pois podem ter acesso a um ambiente profissional devidamente
equipado com salas de reunião, salas privadas, coworking e business lounges. No
caso das empresas, a vantagem está relacionada principalmente aos custos, uma
vez que é possível contratar um plano personalizado que mais se encaixe no
orçamento. Assim, as pessoas complementarão o home-office com escritórios
flexíveis e outros pontos de trabalho para uma jornada alternada entre um
ambiente profissional e uma experiência de teletrabalho.
O mundo corporativo está mudando e o anywhere
office veio para ficar. A nova geração de trabalhadores talentosos e sedentos
por tecnologia busca trabalhar em horários e, o mais importante, em locais que
sejam ideais, propícios e inspiradores para eles. Portanto, é cada vez mais necessário
oferecer soluções que conciliem o que esses profissionais pós-pandemia tanto
buscam: produtividade e conveniência aliadas ao equilíbrio entre a vida e o
trabalho.
Tiago Alves - CEO do IWG, grupo detentor das marcas
Regus e Spaces no Brasil
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