A formação universitária é essencial
para o mercado de trabalho. Contudo, nem todos têm oportunidade de se
desenvolver em uma instituição de ensino. Os motivos são variados e vão desde a
falta de recursos, até acesso limitado, por conta da falta de transportes
públicos e vagas suficientes.
Segundo o Mapa do Ensino Superior no
Brasil 2019, realizado pelo Semesp, a média da mensalidade de um curso de
graduação presencial no país é de R$ 1,2 mil. Já nos ensinos a distância, o
valor gira em torno de R$ 444. Com base no levantamento do primeiro semestre de
2019, esses índices tiveram um aumento de 3,9% em comparação a 2018. A elevação
foi de 6,2% para EAD e 3,3% para quem comparece a sala de aula.
Logo, conquistar o diploma não é
barato, especialmente em uma população com 55 milhões de pessoas consideradas
sem recursos e, dessas, 15,2 milhões vivendo abaixo da linha da extrema
pobreza. Esses são os últimos dados divulgados pelo IBGE - Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística. Ou seja, por aqui, os 10% mais ricos acumulam 43%
do total de recursos, quando, em contraponto, os 40% mais carentes detêm apenas
12%.
Pensando nesse cenário, qual seria a
saída para quem busca uma vaga na universidade? Um dos caminhos é o estágio.
Permitido para quem está regularmente matriculado no ensino médio, técnico,
superior ou tecnólogo, incentiva o aluno a continuar estudando, enquanto
oferece uma bolsa-auxílio, cujo valor proporciona condições para esse educando
se manter.
Não há uma remuneração mínima
estipulada pela lei 11.788/08. Porém, a legislação também impõe a necessidade
da organização conceder um auxílio-transporte, o qual possibilita ao estagiário
se locomover de sua residência ou universidade até o local de atuação. Os
benefícios não param por aí, pois o colaborador dessa modalidade também tem
direito a um seguro contra acidentes pessoais, recesso remunerado e uma carga
horária de 6 horas diárias e 30h semanais.
O ato escolar educativo
supervisionado não cria vínculos empregatícios, logo, a corporação fica isenta
de encargos fiscais como o pagamento de INSS, FGTS, 13º salário, além de multas
por rescisões contratuais. Outro ganho é a proatividade dos estagiários, os
quais estão sedentos por novos aprendizados, a fim de colocar em prática a
teoria aprendida em classe. São talentos sem vícios do mercado e prontos para
serem treinados e desenvolvidos para ocuparem cargos de confiança no futuro.
Portanto, investir nessa mão de obra
é apostar em um Brasil melhor para todos!
Seme Arone Junior - presidente da
Abres - Associação Brasileira de Estágios
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