De onde vem os tais feedbacks? Vem da junção
das palavras de origem inglesa: “feed” e “back”. Ao pé da letra,
poderia ser traduzido para algo como “Retroalimentação” ou “Retroação”.
Feedback é o processo pelo a qual uma pessoa ajuda outra a se desenvolver por
meio de suas próprias percepções (sejam positivas ou negativas). Idealmente,
parte-se sempre da premissa de que a intenção do emissor é, genuinamente, o
interesse no desenvolvimento do receptor.
Um estudo da Gallup conecta a existência de feedback
com o desenvolvimento dos colaboradores. Foi apontado que 44% dos millenials
que possuem uma reunião frequente com seus líderes, dizem ter engajamento. Já
de acordo com o Panorama de RH no Brasil de 2018, 78% das pessoas entrevistadas
acreditam que ele ajuda no desenvolvimento profissional. Eles, os feedbacks,
definitivamente, é uma ferramenta de gestão e fazem bem para a carreira.
No livro “Thanks for the feedback: the
Science and Art of Receiving Feedback Well”, Douglas Stone e Sheila Heen expõem
os resultados de uma extensa pesquisa onde mostram que profissionais que buscam
feedbacks com frequência, especialmente os construtivos, são percebidos
como mais competentes, se estabelecem em novos papéis mais rapidamente e
possuem desempenho maior do que a média.
Até 2025, os famosos millennials, nascidos
entre 1980 a 2000, irão representar, aproximadamente, 75% da força de trabalho
mundial. Goste ou não, esta é uma realidade que não tem volta. Sendo assim, é
papel fundamental das organizações entender como essa geração trabalha e o que
buscam. Dentre suas características, seu espírito empreendedor é a mais
marcante. Está relacionada ao fato de que essa geração sonha muito alto e que,
em sua maioria, aspiram por cargos de liderança.
Além disso, estão determinados a alcançar tais
objetivos, que cada vez mais buscam ferramentas e práticas capazes de ajudá-los
a conquistar seus sonhos. Partindo desta premissa, o interesse no outro e de
total transparência, os feedbacks entram como a prática capaz de
direcionar nossas ações e comportamentos em direção aos nossos sonhos, trazendo
inputs de melhorias e reforçando comportamentos positivos. E os millennials
não só estão abertos a receber feedbacks como querem o tempo todo. Se
você deixar para dar um feedback a eles no fim do ano, acredite: ele
provavelmente não estará mais aí para recebê-lo!
Growth
Mindset é a escola científica que defende que inteligência, criatividade e
habilidades são mutáveis a partir de prática, aprendizado e esforço, ao invés
de estáticas e imutáveis. E por este motivo, esta é a características daquelas
pessoas que alcançam níveis superiores de realização pessoal e profissional.
Mas isso não é apenas um capricho: uma cultura de crescimento e desenvolvimento
dá resultados práticos, pois contribui com senso de urgência, com geração de
resultados, e mais importante, com melhoria contínua de processos, práticas e
indicadores.
Pensem nas vantagens de receber feedbacks
contínuos similares as vantagens de ter um GPS em relação a um Mapa de papel.
Ambos te fornecem instruções para chegar ao seu destino. O GPS, entretanto, te
direciona no contexto de uma avaliação precisa do local onde você se encontra
no momento. Pense em um avião de carreira, com um GPS/Sistema de Navegação, que
só mostra a posição do avião de hora em hora. É provável que se este avião não
caia, demore muito mais do que o normal para alcançar seu destino.
Claro que, a teoria, não leva em conta a
complexidade de tais trocas na prática. O psicólogo Daniel Coleman afirma que
“As ameaças a nossa posição aos olhos dos outros são extremamente potentes
biologicamente, quase como aquelas ameaças à nossa sobrevivência”. Ou seja,
biologicamente falando, não estamos preparados para receber feedbacks,
visto que nossos cérebros interpretam estas mensagem como uma ameaça à nossa
sobrevivência.
Para finalizar, é evidente que mais feedbacks têm
um impacto significativo no resultado da empresa. Acompanhe comigo duas rápidas
linhas de raciocínio: quanto mais feedback, menos as pessoas – e a
empresa – desviam de sua rota planejada (a estratégia). Assim, menor o gap
entre estratégia e execução. Paralelamente, quanto mais feedbacks, mais
desenvolvimento, e por consequência, mais rápido acumulamos habilidades e
competências.
Quanto mais habilidades e competência acumulamos,
mais preparados estamos para encarar desafios e superar obstáculos. Quanto mais
desafios e obstáculos superamos, mais próximo dos nossos sonhos estamos. Quanto
mais próximo dos nossos sonhos, mais motivados estamos. Quanto mais motivados
estamos, mais entregamos. E quanto mais entregamos, mais a empresa cresce,
consequentemente mais lucro é gerado!
Francisco Homem de Melo - fundador da
Qulture.Rocks, software de gestão de desempenho. Especialista e estudioso em
cultura organizacional. Autor do livro The 3G Way: Dream, People, and Culture,
figurando entre os mais vendidos da Amazon em estratégia e negócios. Lança a
próxima obra: “OKRs: Da Missão às
Métricas”, com o objetivo de ajudar as empresas a implementar uma
metodologia de metas direcionada para alcançar resultados.
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